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Rogério Maestri

Engenheiro e professor na UFRGS

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Bolsonaro foi o pior que poderia ter acontecido ao Brasil?

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Estamos num governo que destrói a institucionalidade do Estado Burguês brasileiro, estamos num governo que simplesmente ignorou a pandemia deixando o país completamente desgovernado nesse e em outros setores como a educação, a pesquisa, a habitação popular e mais dezenas de outros, porém levanto aqui uma questão extremamente oportuna:  

- O governo Bolsonaro foi o pior que poderia ter sucedido ao país? 

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Pois sinto muito, por incrível que possa parecer, poderia ainda ser pior. 

Vamos analisar qual seria a pior situação que poderia ocorrer no nosso país e diria sem medo de errar, o triunfo do Lava-jatismo. Sim, se por diversos motivos imprevistos que como brasileiros estamos nos dando conta que a história nos prega peças, no Brasil a distância mais curta entre dois pontos não é uma reta, se algum governante mais fraco chegasse ao poder com a instabilidade que criou a pandemia, esse governo poderia ser derrubado e uma eleição do fraudulento juiz de piso, poderia levá-lo ao poder. 

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Teríamos nesse caso a eleição de um verdadeiro neofascista com um programa claro de domínio do Estado Brasileiro com apoio das forças de repressão. Não estaria aqui falando de um presidente que é apoiado em um lumpemproletariado miliciano envolvido com máfias criminosas sem grande vinculação com a grande burguesia, estaria aqui alando de um presidente apoiado por setores pequenos burgueses raivosos e facilmente manobrados pelo grande capital. 

O número de mortos na pandemia seria habilmente escondido com o apoio dos governadores dos estados e prefeitos das maiores cidades e uma perseguição judicial implacável, com ares de legalidade escondida por uma constitucionalidade neofascista. As chamadas leis para o combate a corrupção, cresceriam em volume e em intensidade de ataque as liberdades coletivas e individuais, constituindo no final um verdadeiro Estado Fascista com apoio do grande capital, das forças de repressão e com governos pseudodemocráticos dos impérios do norte. Talvez até estivéssemos a mando dos “democratas” norte-americanos promovendo a “democracia” nos países vizinhos através de operações militares. 

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Uma pessoa desavisada poderia dizer que esse era ou é ainda o programa do atual governo, entretanto este não tem a capacidade de levar adiante suas ambições, não pela influência ou perspicácia da atual oposição de esquerda, mas exatamente ao contrário, pela incapacidade de articulação mínima do atual governo. Primeiro para levar adiante a sua eleição apoiou-se no cavalo perdedor da política norte-americana e não soube quando mudar de posição devido ao seu senso de lealdade com o candidato de uma direita isolacionista norte-americana. Não direi que Trump é de extrema-direita, como a esquerda identitária utiliza com vigor para diferenciá-lo da outra direita globalista norte-americana, pois em termos de Imperialismo a atual composição do governo norte-americano se for possível adotará medidas mais guerreiras e genocidas que o desgoverno Trump fazia. 

Atualmente o que é o governo Bolsonaro? Essa é uma pergunta que todos escapam, adotam clichês comuns como neofascistas, protofascistas e outros desaforos, agregando a esses desaforos novas formas de insultos, como governo genocida, necropolítica e daí por diante. Mas na verdade o que é o governo atual? 

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Eu diria que esse é um governo refém de duas coisas, uma colcha de retalhos de setores mais extremados da visão política, de militares extremamente mal formados sem a mínima visão estratégica, coisa que é extremamente grave para quem adotou essa profissão, de grupos oportunistas de latifundiários, de banqueiros e de políticos profissionais que nunca fizeram uma política para chegarem ao governo, mas sim para aderirem a um. No núcleo disso tudo se encontra um político esperto, não inteligente, mas relativamente hábil, que nunca se preparou nem pensou em chegar ao cargo que está, logo alguém que não tem a mínima noção sobre as diversas encruzilhadas que lhes chegam as mãos no dia a dia. 

Além de no início de seu governo ter se cercado de elementos extremamente incapazes e outros oportunistas ele é chefiado por um dos mais incompetentes ministros da economia que se viu no país nos últimos 50 anos (não alargarei por mais tempo, pois antes desse período também tivemos algumas cavalgaduras vestidas.) O incompetente ministro da economia, faz toda um programa de privatizações e continua no mesmo pensando em vender passivos que não interessam nos dias de hoje, não tendo a mínima capacidade de adaptá-los as violentas mudanças surgidas após a grande recessão de 2007 que está sendo superposta pela crise do Covid-19. Muitos pensam que as privatizações não andam por motivos políticos internos, porém esquecem que para privatizar é necessário ter pessoas com dinheiro e disposição para comprar e não serão as Big Techs que tem dinheiro a rodo que estarão dispostas a entrarem em negócios duvidosos. 

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A segunda coisa que prende o atual governo é a imagem que para desqualificar a política foi forjada por uma imprensa de última linha do governante, algo que não foi muito difícil de fazer a partir de um histrionismo irresponsável do atual governante. Ou seja, programas que eram para ser de um humor de extremo mal gosto que mostrariam que todos os políticos eram iguais, abusaram de uma grosseria nata de Bolsonaro, aliado a chavões que eram repetidos a boca pequena em quartéis tanto das forças armadas como das polícias militares, colocando para fora tudo de errado que as pessoas tinham vergonha de dizer. 

A grande vontade de Bolsonaro era garimpar ouro, pescar em locais permitidos ou não e viver de pequenos expedientes que não chamavam atenção de ninguém porque eram típicos de políticos que se denominou o baixo clero da política. A ambição de Bolsonaro nunca foi de atingir a presidência da república, algo que era provável em alguns de seus filhos, mas à medida que foi chegando à possibilidade de ser eleito ele imaginou que a presidência da república fosse algo simples, mas com pouco tempo verificou que não era. 

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Mas vamos detalhar melhor a resposta a grande questão, se não fosse Bolsonaro poderia ser pior? 

Levando em conta a conspiração montada pelo grupo da Lava-Jato, que além de prender Lula, tentar demolir o PT havia uma clara política de Poder que transcenderia as próprias estruturas de direita existentes no Brasil. Toda a arquitetura de mentiras misturadas com poucas verdades contra o PT poderiam ser utilizadas com poucas mentiras e muitas verdades envolvendo partidos como PSDB, PMDB e PP, ou seja, a arquitetura partidária seria demolida a tal ponto que uma solução de partido único tipo fascismo clássico seria totalmente viável. Com legislações do tipo medida contra a corrupção implantariam uma formatação totalitária do direito com uma quantidade imensa de magistrados seguindo à risca as novas leis e até indo mais adiante. Com a esperteza de um político de trinta anos de experiência Bolsonaro conseguiu reduzir a lixo a imagem de Moro, e o incapaz ministro da justiça conseguiu fazer a sua autoimolação achando o Hacker e validando juridicamente seus vazamentos. 

Alguém poderá dizer que estou beatificando a figura Bolsonaro e a lançando para um segundo mandato. Chamei atenção que ele é experto, porém não é inteligente e inteligência é algo que se tornou difícil se encontrar em todo o seu redor. Qual a consequência disso? Bolsonaro e a pandemia está reforçando cada vez mais a figura Lula na política, pois a comparação de um presidente incompetente com pandemia com um ex presidente que se revelou competente em dois mandatos, vai corroer lentamente toda a base política do atual mandatário que está cercado por verdadeiras antas como ministros. O mais interessante que políticas golpistas de quem tem capacidade de golpear, as forças armadas, está sendo corroída de dentro para fora com a participação no governo mais desastrado de nossa história. 

Em resumo, a incompetência de governar de Bolsonaro, mas a sua esperteza teve as seguintes consequências: 

  1. Eliminar o ovo da serpente do Lavajatismo (fascismo institucionalizado), virando ovo podre. 
  2. Tornou as Forças Armadas parceiras no desastre e impedindo qualquer movimento SUSTENTÁVEL a um golpe. 

Bem, se o país virou uma caca, virou, mas poderia ser uma caca muito maior. 

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