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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Bolsonaro não se importa com o Brasil

O silêncio das instituições pavimenta o caminho para governos fascistas. Se estas não se levantam contras as afrontas e os crimes perpetrados pelo desastre Bolsonaro, somente uma reação popular contundente pode devolver a democracia ao Brasil e este aos brasileiros

(Foto: Alan Santos - PR)
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O governo Bolsonaro é o maior desastre político, econômico e social da história do Brasil. Quando não parece um programa de auditório de quinta categoria, está entregando a soberania ao desenvolvimento de outras nações ou se comprometendo mais, a cada dia, com um crime envolto de muitos mistérios, os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirma que os brasileiros foram enganados e que nunca houve algum plano de crescimento para o País, a não ser o de cumprir uma agenda imposta pelo mercado financeiro, que quer transformar o Brasil em uma continental fazenda e, ao mesmo tempo, quintal de quem puder pagar. Agora, ele pede aos mais de 30 milhões de brasileiros que estão entre desempregados, desiludidos e na informalidade que aguardem quatro anos para que a economia reaja e saia da depressão em que se encontra. Ao mesmo tempo, ele anuncia que vai suprimir os subsídios fiscais de produtos da Cesta Básica, dificultando ainda mais o acesso da população mais pobre à alimentação. Até mesmo o insuspeito economista ultraliberal e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, disse que está preocupado com a conjuntura construída pelo governo. Segundo ele, a política está contaminando economia.

Debaixo dos olhos e do silêncio dos órgãos de fiscalização e controle, um dos filhos do presidente pretende reinstituir o AI-5 e Bolsonaro se apropria dos registros de comunicação da portaria do condomínio onde mora, do dia em que a vereadora e o motorista foram assassinados por um vizinho do presidente, que lhe é muito próximo. Isso tem nome, crime de responsabilidade cometido não por uma figura pública qualquer, mas pelo mandatário do País. Num momento de extremos deboche e escárnio com a sociedade, o presidente se senta ao lado de um secretário da Pesca que diz que os peixes são inteligentes e sabem identificar e se desviar das manchas de óleo que poluem e contaminam a costa brasileira, diante da mais absoluta inação do governo. Com a pronta e suicida contribuição de parte da imprensa e a omissão de instituições basilares da República, suprimiu-se a democracia e instalou-se esse governo que tenta esconder que ele realmente é, uma pantomima que distrai enquanto o Brasil é açambarcado. Todos esses fatos causam estupor em governos e empresas estrangeiros que, ao contrário do que imaginam o presidente e seu circo, acompanham atentamente e com desconfiança o que se passa no Brasil. Afinal de contas, estão prestes a fazer, se já não comprometidos com, investimentos vultosos numa terra em que a lei funciona de forma desigual e as demandas são resolvidas com explicações colegiais.

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O filho do presidente ameaça com a única coisa que ele sabe bem, o autoritarismo. Segundo Eduardo Bolsonaro, as manifestações no Chile e no Equador são obra de uma esquerda que pretende derrubar os governos de seus respectivos países. É mentira, sabe disso, mas precisa defender o mercado financeiro, para quem trabalha. As sublevações populares são contra as políticas impostas pela agenda do Fundo Monetário Internacional. Os chilenos, em especial, se revoltam contra os efeitos de 30 anos de uma política ultraliberal que, entre os autores está o Guedes. Por um lado, as privatizações e os cortes nos investimentos em programas sociais, no Chile, diminuíram a dívida pública e geraram riqueza. Porém, a redução da dívida se deu à custa da redução, também, o poder de compra das famílias. Já o crescimento da riqueza não se traduziu em sua distribuição, conduzindo o país a uma grande desigualdade social, com baixas pensões e uma juventude endividada com o sistema educacional, quando pode se endividar. Um dos motivos pelos quais o filho do presidente se sente muito seguro para proferir tais absurdos é porque, tanto a escravidão quanto a ditadura civil-militar foram mal resolvidas, com panos quentes, como a Anistia Geral e Irrestrita. Uma injustiça com os que lutaram, foram torturados e morreram numa guerra em desvantagem contra um Estado ditatorial, financiado e apoiado politicamente pelos EUA. Anistia a torturadores fez apenas perpetuar as torturas que ocorrem ainda hoje e diuturnamente nos aparelhos policiais do Brasil.

A realidade brasileira é dramática. Uma família sem escrúpulos, sem dimensão do que é o Brasil e o que as suas atitudes podem causar a uma das 10 maiores economias do mundo, age das maneiras mais tortuosas, erráticas e evasivas para se manter como sabuja das políticas tecnocratas do mercado financeiro. Do ponto de vista de quem não tem mais para onde ir, é compreensível a declaração do ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre o pedido de desculpas do deputado Eduardo Bolsonaro. Porém, tão estarrecedor quanto todo o conjunto da obra do governo Bolsonaro é o vergonhoso e negligente silêncio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Supremo Tribunal Federal, a não ser pela manifestação de alguns ministros. O silêncio das instituições pavimenta o caminho para governos fascistas. Se estas não se levantam contras as afrontas e os crimes perpetrados pelo desastre Bolsonaro, somente uma reação popular contundente pode devolver a democracia ao Brasil e este aos brasileiros.

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