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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro não tem tanques na manga

"Os militares que ele trouxe para o governo tiraram a farda. Depuseram as armas", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. As Forças Armadas "não pertencem à estrutura do governo, mas do estado" e não fariam o "papel ultrajante" de proteger os filhos e aliados de Bolsonaro "da ameaça de serem julgados e presos", avalia. "O mundo civilizado rejeita ditaduras"

(Foto: Isac Nóbrega - PR)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

O que Jair Bolsonaro fez em sua carreira militar e política é o que está fazendo agora, na presidência da República, com as instituições democráticas e com seus desafetos pessoais, ocupando-se, permanentemente, em agredir, hostilizar, ameaçar, intimidar, humilhar, confrontar, o que significa, em outras palavras, meter medo nos outros. Tem prazer em assustar.

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Na campanha isso ficou mais nítido, quando adotou um revólver como símbolo e prometeu botar pra quebrar. O que ele sempre quis e o que ainda quer é que os brasileiros tenham medo dele. Rendam-se. Andem de mãos para cima. Por isso não para de ameaçar. E muitos ficam assustados com seus berros.

Quando deu o seu Grito do Ipiranga - “acabou, porra” - anteontem, parecia ser a senha para os tanques saírem dos quartéis e fecharem o Congresso e o STF.     

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Quem achou que daria nisso, esperou sentado. Ele não tem tanques na manga. Não tem tropas. Não vai além de assustar os que querem ser assustados. Mas muitas pessoas já perceberam que seu revólver não tem munição de verdade, só balas de festim.

Lotear o governo de militares faz parte dessa encenação. É para meter medo. “Não se metam comigo que os militares estão aqui para me proteger”. “Não venham querer me derrubar que os generais vão pra cima de vocês”.

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É blefe. Os militares que ele trouxe para o governo tiraram a farda. Depuseram as armas. Não trouxeram com eles as tropas que comandavam nos antigos postos. São leões desdentados. Podem urrar, como seu chefe, mas seus urros não têm eco no Forte Apache.

O Poder Executivo não tem armas, nenhum dos Três Poderes tem. Caso contrário, eles não seriam autônomos nem teriam relação harmônica entre si, como manda a constituição. O Poder armado sempre subjugaria os demais.

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Quem as tem são as Forças Armadas, que não pertencem à estrutura do governo, mas do estado. E só podem intervir, a pedido do Executivo, em caso de ameaça externa ou interna. Jamais para proteger um governante que tenta proteger seus filhos e aliados da ameaça de serem julgados e presos. As Forças Armadas não fariam esse papel ultrajante. Não há mais Guerra Fria. O mundo civilizado rejeita ditaduras.

Aquele “acabou, porra” não era senha para nada, era mais uma declaração oca e desvairada, com o fim de assustar, era o samba de uma nota só do crepúsculo de uma aventura que foi desmascarada com o vídeo da reunião ministerial, a reunião do fim do mundo ou a reunião sobre o nada.

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Ou ainda o Baile da Ilha Fiscal de Bolsonaro.

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