Bolsonaro também deveria ser investigado por rachadinha
Jair Bolsonaro "não pode ser julgado por atos alheios ao seu mandato durante o mesmo, mas pode ser investigado - e julgado depois de deixar o cargo", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, após a revelação de que Fabrício Queiroz depositou 21 cheques na conta de Michelle Bolsonaro, totalizando R$ 72 mil
Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Depois das revelações de que entre 2011 e 2018 o ex-PM Fabrício Queiróz depositou 21 cheques na conta de Michelle Bolsonaro, como consta em seus extratos bancários, agora conhecidos publicamente, não tem mais como não incluir a primeira-dama nas investigações a respeito da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, já que ela foi a beneficiária direta. E precisa explicar o que são esses depósitos suspeitos.
Mas não é só.
O próprio Jair Bolsonaro já admitiu que um dos depósitos (aquele de R$24 mil) não era para ela, mas para ele, devolução de empréstimo, o que o inclui no esquema.
Agora se sabe, além disso, que não foi apenas um, mas 21 depósitos, o que leva à questão: por que o ex-PM faria depósitos a Michelle, se o seu relacionamento de 30 anos era com Jair e não com ela?
Para piorar ainda mais a situação de Bolsonaro, a quebra de sigilo mostrou que os R$ 40 mil que ele alegou ter emprestado a Queiróz jamais entraram em sua conta.
Presidente da República não pode ser julgado por atos alheios ao seu mandato durante o mesmo, mas pode ser investigado - e julgado depois de deixar o cargo.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

