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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro tem que ser “terrivelmente laico”

"A Constituição brasileira de 1891 rompeu os laços entre a Igreja e o Estado. A de 1988 proíbe o estabelecimento de igrejas estatais e de qualquer relação de "dependência ou aliança" de autoridades com os líderes religiosos, com exceção de "colaboração de interesse público, definida por lei", relembra Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, em referência à declaração do presidente Jair Bolsonaro de que pretende indicar "alguém terrivelmente evangélico" para o STF

(Brasília - DF, 10/07/2019) Palavras do Presidente da República, Jair Bolsonaro.\rFoto: Marcos Corrêa/PR
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Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - A Constituição brasileira de 1891 rompeu os laços entre a Igreja e o Estado. A de 1988 proíbe o estabelecimento de igrejas estatais e de qualquer relação de "dependência ou aliança" de autoridades com os líderes religiosos, com exceção de "colaboração de interesse público, definida por lei."

  Nenhum presidente da República, desde a sua fundação violou tanto a laicidade do estado brasileiro como o atual. Ele alardeia claramente sua preferência por pessoas que professam a religião evangélica em detrimento das de outras religiões, discriminando estas, o que a constituição também proíbe.

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  Ele já disse muitas vezes que irá indicar um ministro evangélico à próxima vaga aberta no STF, absurdo jamais proferido por nenhuma autoridade máxima do país em tempo algum.

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  Ministro da mais alta corte do país não pode ser escolhido em razão de sua crença religiosa, mas de sua competência e conhecimento jurídicos. Nem a sua crença pode ser o critério de escolha em caso de competências semelhantes.

  Outra demonstração de que a constituição – que jurou cumprir – não vale para ele um tostão furado foi a de hoje.

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  Bolsonaro e alguns ministros participaram de um culto evangélico dentro da Câmara dos Deputados. “O estado é laico, mas nós somos terrivelmente cristãos” justificou ele, repetindo uma frase antiga e afrontosa da ministra Damares Alves.

  Ninguém o impede de ser “terrivelmente cristão”, mas fora das dependências do estado, que é laico. Ele tem que se restringir a participar de cultos da igreja que bem entender, mas dentro da igreja, não da Câmara dos Deputados, que representa todos os brasileiros e, portanto, todas as religiões e é uma instituição laica.

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  O favorecimento a evangélicos nas questões do estado prejudica até aos próprios evangélicos.

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  Eles não podem aceitar serem tratados com parcialidade se não querem virar alvo de desconfiança e de inveja dos brasileiros das demais religiões por serem os favoritos do rei.

  O presidente estimula, com seus gestos e declarações, uma guerra religiosa num país já conflagrado politicamente.

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  Nas dependências do estado e no exercício da presidência da República, Bolsonaro tem que ser “terrivelmente laico”.

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