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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro tinha obsessão em trocar diretor da PF do Rio

"Não haveria outra razão para a troca senão controlar a superintendência em questão para ter controle sobre o andamento desses processos", escreve o jornalista Alex Solnik sobre o depoimento de Sérgio Moro

(Foto: ABr | Reprodução)
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia 

Não há nada de muito explosivo no depoimento de oito horas que Moro prestou à Polícia Federal de Curitiba no sábado e que hoje vazou para a imprensa, o que levou muitos analistas a concluírem, que a montanha pariu um rato, ou melhor, Moro pariu um rato.

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É apenas um relatório de dez páginas com maiores detalhes do discurso de Moro ao se demitir, no qual os trechos mais intrigantes dizem respeito à insistência de Bolsonaro, mais que insistência, uma verdadeira obsessão em trocar o diretor da PF no Rio de Janeiro, como revela mensagem de whatsapp que Moro recebeu de Bolsonaro durante uma viagem oficial a Washington e que deve ter guardado e apresentado aos delegados do inquérito:

“Moro, você tem 27 superintendências e eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”.

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Digo que ele deve ter guardado essa mensagem porque, dada a sua experiência como juiz, não explicitaria uma frase como essa de um presidente da República sem ter como comprová-la.

Não é que na constituição haja algum impedimento para o presidente da República apontar um diretor da PF no Rio de Janeiro, mas é inédito um presidente “querer” uma superintendência para si; quem nomeia superintendente não é o ministro da Justiça, é o diretor-geral da PF, jamais o chefe da nação, e uma obsessão como essa deve ter motivo muito forte que só o ainda presidente pode revelar, mas  em se sabendo que no Rio de Janeiro correm processos envolvendo seu filho Flávio na rachadinha da Assembleia e a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco, que já resvalou na sua família, não haveria outra razão para a troca senão controlar a superintendência em questão para ter controle sobre o andamento desses processos.

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A obsessão era tanta que a primeira coisa que o novo chefão da PF fez, minutos depois de assumir, foi cortar a cabeça de Carlos Henrique de Oliveira.

Em vários trechos do interrogatório Moro responde “isso tem que perguntar ao presidente”, como que forçando a barra para Bolsonaro ser chamado a depor.

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Augusto Aras, o chefão da PGR não mordeu a isca. Mandou a interrogatório ministros Heleno, Ramos e Braga Netto, além de seis delegados da PF.

Mas poupou o ainda presidente.

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