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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Boric, nova esquerda que Tio Sam quer para América Latina

Gabriel Boric (Foto: Rodrigo Garrido/Reuters)
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Os Estados Unidos estão construindo Nova Esquerda soft power para a América Latina capaz de servir de anteparo à esquerda que Washington não engole de jeito nenhum, a da Venezuela, da Nicarágua e de Cuba; o comandante dessa Nova Esquerda latino-americana, estimulada por Tio Sam, seria Boric, que, assim que eleito, no Chile, deu seu recado que Washington gostaria de ouvir: ele não comunga com Maduro nem com Ortega e muito menos Manuel Diaz-Canel. E com Lula, comungaria ou não? Certamente, não aprovou a defesa que Lula fez no exterior de Ortega, de Maduro e de Diaz-Canel, contra provocações a ele feitas pela mídia ocidental.

Boric representaria opção de repúdio de Washington a brucutus políticos ultrarradicais fascistas como Bolsonaro cuja resistência da população a eles passou a implicar desgaste para os Estados Unidos, de agora em diante, relativamente às políticas anti-meio ambiente, anti-desenvolvimentista, privatizantes e antissocial, com destruição dos direitos constitucionais anti-sociais democratas; a razão é simples: o bolsonarismo radical está ficando eleitoralmente inviável, como estão demonstrando as pesquisas eleitorais, amplamente, favoráveis à expansão do lulismo, com o qual Washington não comunga.

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A Nova Esquerda soft power, então, seria a saída, como experimento de laboratório, segundo o presidente do Partido da Causa Operária(PCO), o marxista-leninista-trotskista, Rui Costa Pimenta, que desperta arrepios na esquerda soft power brasileira, propensa à aliança com os Estados Unidos; para ancorar seu raciocínio político dialético, Rui Costa Pimenta cita exemplos de esquerda soft power criadas e desenvolvidas, especialmente, na Europa, depois do crash de 2008; este deixou a opção política capitalista sob perigo eleitoral diante do neoliberalismo responsável por expansão do desemprego e desigualdade social; tudo piorou, ainda mais, com emergência da pandemia do novo coronavírus, exposto, agora, mais perigosamente, pela variedade das modificações virais que deixam as autoridades impotentes e, mais, divididas, potencializando negacionismos fascistas etc.

Expansão da esquerda soft power

Repete, nesse instante, na América Latina, o fenômeno soft power esquerdista que nasceu na Europa, com o Podemos, na Espanha, e o Sirisa, na Grécia, que, no poder, serviram de anteparo às correntes políticas mais radicalizadas, de modo a viabilizar reformas neoliberais, atualmente, desmoralizadas, sinalizado extinção dos partidos conciliadores e colaboracionistas da direita liberal europeia; na América Latina, o avanço da esquerda anti-Washington, propensa às alianças com China e Rússia, continente, politicamente, instável graças às correntes nacionalistas à direita e à esquerda, o receio americano é de emergências políticas anti-sistema político frente ao fracasso neoliberal; Boric, diz Rui, entra em cena, sintonizando uma esquerda pró-imperialista, concorde às agressões de Washington para combater a esquerda radical emergente, tipo a venezuelana; Boric seria social democracia adequada à rejeição a possível emergência tipo bolchevique no rumo da América do Sul e América Central, indisposta a se submeter à política imperialista.

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Nova Guerra Fria

Estaria em marcha, para o presidente do PCO, nova guerra fria entre Estados Unidos e China-Rússia, marcada pela agressividade imperial, que exige, no contexto latino-americano, alinhamento a Washington e não aos seguidores do chavismo, do fidelismo e, em certa medida, do lulismo e das esquerdas nacionalistas em geral, ansiosas por se livrarem do tacão de ferro de Tio Sam; como parar o movimento anti-Washington senão erguer barreiras sociais democratas financiadas por uma repetição de Plano Marshall, de modo a evitar vitórias comunistas como as da União Soviética, no pós segunda guerra  mundial, que ameaçavam o ocidente, em eventual expansão do Exército Vermelho de Trotski, acalmado pela conciliação stalinista? A bancarrota neoliberal no ocidente remete à anarquia financeira e econômica do pós guerra que exigiu do imperialismo americano esforço para evitar comunistização global, como sinalizaria expansão comunista-nacionalista chinesa-russa, em sua propensão de vencer capitalismo americano via expansão da Eurásia, arrastando consigo Europa e América do Sul, nos próximos anos.

Neosocialdemocracia com Boric

Para erguer a social democracia que Boric preanuncia no Chile, expressa numa nova previdência social, bem como reformas sociais e políticas representativas de democratização do poder político, em discussão no processo constituinte em marcha, o pressuposto básico é o que Washington empenha em fazer: criar Nova Esquerda. Com ela, frearia os novos bolcheviques chavistas propensos ao socialismo, com grandes chances de expansão dada pelas nsatisfações generalizadas decorrentes do modelo neoliberal, nessa altura do campeonato, fragilizado, eleitoralmente, inviável; a direita ultraneoliberal ultrarradical bolsonarista teria, no ambiente de expansão do desemprego, perdido utilidade para a estratégia da financeirização econômica especulativa, temerosa do radicalismo político; por isso, Boric significa, para o PCO, a nova Nova Esquerda, assim denominada por Washington, para brecar a revolução chavista, fidelista, orteguista, bolivarianista etc.

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