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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Brasil e México: sinais trocados

"Enquanto, no México, a esperança deve vencer o medo, elegendo Andrés Manuel López Obrador presidente, no Brasil, o político que representa a esperança, segue encarcerado em Curitiba pelo medo que a direita nacional tem de enfrentá-los nas urnas", escreve o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247; "Além disso, a vitória de Obrador pode representar o fim de uma política de espoliação de riquezas naturais comandada pelas petroleiras, que foi importada para o Brasil após o golpe de 2016"

"Enquanto, no México, a esperança deve vencer o medo, elegendo Andrés Manuel López Obrador presidente, no Brasil, o político que representa a esperança, segue encarcerado em Curitiba pelo medo que a direita nacional tem de enfrentá-los nas urnas", escreve o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247; "Além disso, a vitória de Obrador pode representar o fim de uma política de espoliação de riquezas naturais comandada pelas petroleiras, que foi importada para o Brasil após o golpe de 2016" (Foto: Leonardo Attuch)
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Brasil e México, que se enfrentam nesta segunda-feira por uma vaga nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, vivem situações praticamente opostas na política e na economia. Lá, a esperança poderá derrotar o medo e o político nacionalista Andrés Manuel López Obrador, que é chamado de 'Lula mexicano', tem grandes chances de vencer as eleições presidenciais marcadas para este domingo. Aqui, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que representa a esperança de dias melhores para a maioria do eleitorado, segue encarcerado numa cela fria em Curitiba.

O sucesso de AMLO, como López Obrador é chamado, e a tragédia de Lula passam por uma questão central: a disputa por recursos naturais e a luta por soberania. No México, o eixo central da campanha de AMLO é a defesa do petróleo mexicano para os mexicanos. Durante décadas, o país foi espoliado e o general Porfirio Diaz (1830-1915), que governou os mexicanos por mais de trinta anos, cunhou uma frase que ficou gravada na alma nacional. "Pobre México: tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos".

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No modelo mexicano, o petróleo é explorado sob a forma de concessão por grandes multinacionais estadunidenses, como Exxon e Chevron, e exportado como óleo bruto para as refinarias localizadas no Texas. Depois, na forma de derivados, é importado pelos mexicanos. O resultado é um superávit comercial de US$ 15 bilhões por ano dos Estados Unidos no comércio energético entre os dois países. Enquanto os mexicanos vendem a matéria-prima, os estadunidenses exportam diesel e gasolina, com maior valor agregado.

Por isso mesmo, AMLO propõe o fim dos investimentos exploratórios no Golfo do México sob esse modelo de concessões e defende a construção de refinarias em território mexicano. Nada muito diferente do que o Brasil pretendia fazer depois da descoberta das maiores reservas de petróleo localizadas no século 21, que estão justamente no pré-sal.

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No entanto, o projeto brasileiro de desenvolvimento foi bruscamente interrompido. Tanta a presidente deposta Dilma Rousseff como a Petrobras foram espionadas pela NSA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, na administração de Barack Obama. Pouco depois, foram criadas as condições para a derrubada de Dilma, a entrega do pré-sal e o encarceramento de Lula, cuja prisão, segundo o ministro Marco Aurélio Mello, é inconstitucional.

Em condições normais, os Estados Unidos dificilmente aceitariam a vitória de um político nacionalista como AMLO no México. No entanto, como encontraram um tesouro muito mais valioso no Brasil, generosamente cedido por uma elite entreguista, talvez a substituição do óleo do Golfo do México pelo pré-sal esteja valendo a pena. Na Copa, o Brasil é sempre favorito contra o México. Mas na luta por soberania os mexicanos estão vencendo de goleada.

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