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Davis Sena Filho

Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre

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Brasil é uma ditadura e Bolsonaro se ampara nos generais para recolonizar o Brasil

A militarização do governo Bolsonaro, por meio das últimas nomeações, ratifica a realidade de que os comandos civis, que comandaram o Ministério da Defesa, nunca tiveram o controle sobre os militares

Jair Bolsonaro durante Cerimônia Comemorativa do Dia do Exército, com a Imposição da Ordem do Mérito Militar e da Medalha do Exército Brasileiro. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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"Trocamos hoje dois ministros. Ficou completamente militarizado o meu terceiro andar. São quatro generais ministros agora. Nada contra os civis. Tem civis excepcionais trabalhando, como o Sérgio Moro, por exemplo”. (Jair Bolsonaro)

A posse do general Braga Netto, como chefe da Casa Civil, torna visível o sintoma mais claro e amplo da militarização do Governo de extrema direita de Jair Bolsonaro. Braga Netto, que foi interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, torna-se o quarto ministro militar do Palácio do Planalto e, consequentemente, o oitavo a ser nomeado por um presidente sistematicamente belicoso e destemperado a assumir cargo de relevância em seu ministério.

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Por sua vez, as políticas palacianas estão nas mãos de pessoas refratárias ao diálogo com o Congresso, mesmo este a ser conservador e de alma golpista, bem como, tais quais a Bolsonaro, continuarão a interditar os canais de diálogo com a oposição, que está ainda a se reorganizar para enfrentar as políticas neoliberais e entreguistas de um governo que jamais se preocupou com a soberania do Brasil e o desenvolvimento social e econômico do País e de sua população.

A verdade é que nunca um governo teve tantos militares em cargos de primeiro escalão como o de Bolsonaro, considerado um político medíocre e fascista pela comunidade internacional, sendo que no Brasil seus índices de popularidade caem pouco a pouco, devagar, mas já visível para muitos brasileiros que votaram no político fascista, assim como perceberam que ele e seus principais colaboradores não têm projeto de País e programas de governo, que incluam o povo brasileiro e lhes deem condições de melhorar a qualidade de vida.

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São essas políticas públicas econômicas draconianas, que precarizam o trabalho, a educação, a saúde e a infraestrutura do País que desempregam milhões de trabalhadores e aumentam a violência exponencialmente, de forma que o discurso dos políticos de extrema direita que estão no poder e aliados dos interesses do grande empresariado nacional e internacional se tornem monocórdicos, de uma nota só, uma forma proposital de chamar a atenção da população para somente um assunto, a ter a segurança pública, controlada por militares e policiais, juízes e procuradores, como a única plataforma a ser resolvida.

Porém, e todo o mundo civilizado sabe e compreende, que quando se congelam os orçamentos de educação, saúde, infraestrutura e o acesso ao consumo por parte da população, o resultado dessa má colheita é a barbárie e o subdesenvolvimento — os pais da violência e do desassossego. Os militares são a base de sustentação dessa política de entrega criminosa do patrimônio público à iniciativa privada de países estrangeiros, bem como o amparo de Bolsonaro e Paulo Guedes para impor à Nação políticas públicas ultraliberais, perversas e que se contrapõem aos interesses do povo brasileiro e de seu desenvolvimento.

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Por isto que o presidente de ideologia e propósitos fascistas conta com o apoio de uma geração de generais, a mais alienada e entreguista que o Exército e as forças armadas em geral formaram, porque, no decorrer de décadas, tornaram-se uma casta, agora ainda mais fortalecida com a “reforma” da previdência, que prejudicou ainda mais os pobres e favoreceu estupidamente os ricos, os que tem e podem mais, a recrudescer exponencialmente a desigualdade de um País de história escravocrata e desditosamente desigual.

Os militares de mando sempre viveram em uma redoma separada da população brasileira, com direito a pensões vitalícias às suas filhas após morrerem. É o fim da picada. Trata-se de uma casta totalmente vinculada aos interesses da burguesia nacional, sendo que o generalato participa dela como conviva, já que quando vai para a reserva volta para seu lar e frequenta os clubes militares para conspirar e falar mal dos governos, principalmente se os mandatários forem dos campos trabalhistas ou de esquerda, bem como decidem não oferecer aos generais o poder civil, por meio de nomeações a cargos, apesar de os militares jamais terem perdido o poder após a Anistia de 1979 e a Constituição de 1988.

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Por isto que impunes quando dos crimes da ditadura (1964/1985), porque jamais foram julgados, de forma que a sociedade brasileira nunca cicatrizou as feridas de um tempo de violência e crimes contra os direitos humanos e a Lei. São acusações graves de violações aos direitos humanos, por intermédio de homicídios, torturas, prisões ilegais, “desaparecimentos”, além de exílios e perseguições.

Cônscios do poder que possuem e jamais perdido, apesar da redemocratização do País a partir de 1985 com a saída dos militares e a entrada de um de seus títeres de nome José Sarney, os militares, notadamente inúmeras gerações de generais, continuaram com suas vidas nas casernas, mas sempre de olho em uma oportunidade para interferir na política nacional, iniciada com força quando os marechais e generais do Exército deram um golpe de estado em Dom Pedro II, em 1889, muitos deles revoltados com o fim oficial da escravidão, em 1888, dentre outros motivos e motivações.

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Enfim conseguiram. Hoje os generais estão no poder real, no Palácio do Planalto, a apoiar as políticas econômicas mais impopulares e nefastas ao País e ao seu povo em todos os tempos, além de ferozmente desmontar o Estado nacional. E ninguém do poder estatal, servidores públicos de carreira, como os generais, juízes, procuradores, defensores e delegados, faz alguma ação para estancar essa sangria que reduz o estado brasileiro a apenas um instrumento de repressão das “elites” a quem se insurgir contra tais políticas dignas de dráculas, a exemplo do que está a acontecer com as greves justas dos caminhoneiros e petroleiros, com os tribunais de juízes burgueses, ricos e alienados a autorizar demissões em massa, sentados em seus tronos e preocupados em manter suas vidas de opulências pagas com o dinheiro do contribuinte.

O presidente dos militares, o fascista Jair Bolsonaro, impõe uma política altamente nociva ao povo brasileiro e à soberania do País, volto a ressaltar, a conjugar o neofascismo ao ultraliberalismo comandado por Paulo Guedes. Realmente uma política socialmente explosiva e que só poderá ser mantida pela força de repressão por parte das Forças Armadas e das corporações policiais, em âmbitos federal, estadual e municipal, além dos agentes privados, que guardam o patrimônio bilionário dos ricaços brasileiros e estrangeiros neste País injusto, desigual e violento, onde a pobreza campeia e o desemprego e a informalidade atinge cerca de 40 milhões de brasileiros. E para essa gente do governo fascista e ultraliberal o PT quebrou o País. Seria cômico se não fosse trágico e perverso, mentiroso e hipócrita.

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Enquanto isso, o presidente fascista, Jair Bolsonaro, se vira como pode para tirar o corpo fora, bem como de seus filhos da mira do Ministério Público e da polícia, pois seu “clã” tem de forçosamente tratar das questões e acusações imputadas contra ele e sua família de serem milicianos ou chefes de milícias, porque a proximidade com certos integrantes desses grupos ilegalmente armados já é pública e notória, assim como juízes, procuradores, delegados e, principalmente, os generais que estão no poder e se consideram tão honestos, moralizadores e guardiões da família, da pátria, da moral e dos bons costumes se calam, fazem vista grossa e continuam a zelar pelos seus cargos altamente remunerados e tão sonhados por eles quando estavam nas casernas.

Depois da prisão do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de comandar o assassinato da vereadora carioca, Marielle Franco, e recentemente ter acontecido a “queima de arquivo”, que é considerada a morte do ex-capitão PM, Adriano da Nóbrega, na Bahia, as pessoas civilizadas e pró-democracia deste País percebem, sobretudo, o retorno do autoritarismo, a evidenciar a face oculta dos regimes ditatoriais, a ter também o obscurantismo como o trampolim para que haja uma atmosfera de opressão na sociedade brasileira.

E qual o motivo disso tudo, principalmente a partir de 2013, quando hordas da classe média foram às ruas, em nome da “corrupção”, como ocorreu em 1964? Respondo: a recolonização do País, por intermédio do desmonte do Estado, da entrega de riquezas e terras, da retirada de direitos do povo brasileiro, do domínio do mercado interno às empresas internacionais em detrimento das brasileiras, e do alinhamento subalterno e automático à geopolítica dos Estados Unidos por parte desse governo antipopular, antidemocrático e antinacional.

Trata-se da violência com a cumplicidade e atividade do Estado, que reprime e mata para impor os programas e projetos do grupo que chegou ao poder e, claramente, tem grande dificuldade para conviver com a democracia e viver sob os ditames da Lei — a Constituição. O governo de Bolsonaro é a face mais dura do fascismo tupiniquim e que pela primeira vez chegou ao poder sem a força das armas, mas sim por um golpe gerado no Congresso Nacional, a ter como plataforma político-ideológica os grupos Globo, Abril (Veja), Folha de S. Paulo, Estadão e suas empresas multimídias.

Outros grupos midáticos também participaram desse processo cabuloso Brasil afora, que são, juntamente com o sistema judiciário (STF, PGR e DPF), a ter o bando da Lava Jato como ponta de lança para combater os governos trabalhistas do PT e suas principais lideranças. E isto foi feito, sendo que mais uma vez a casa grande brasileira interrompeu autoritariamente mais um ciclo de desenvolvimento econômico e social implementado no País, a exemplo do que aconteceu no passado com Getúlio Vargas e João Goulart, a ser agora a vez de Dilma Rousseff, além da prisão covarde e injusta de Lula.

São esses grupos empresariais associados aos servidores públicos de poder e mando que protagonizaram um golpe de direita no Brasil, mais um golpe por sinal em sua lamentável história de golpismos à moda cucaracha, que se iniciou com a escravidão e assassinatos de índios e, posteriormente, com a matança e a exploração dos negros. São eles os principais responsáveis pelo golpe de Estado de 2016, que levou à deposição da presidente legítima, Dilma Rousseff, e, com efeito, à prisão injusta e surreal de Lula.

São questões e situações intrínsecas, porque não haveria a consolidação do golpe de direita contra a presidente Dilma sem ter havido a prisão de Lula. A equação não fecharia e, portanto, deu no deu: a ascensão de um protofascista ao poder central. Por meio de um discurso virulento e baseado em questões falso-moralistas, Bolsonaro e seus sequazes seduziram os incautos e os que nunca tiveram voz ou se importaram com a vida política do País, mas que tinham sem suas almas profundo ressentimento e ódio, principalmente contra a ascensão social dos pobres. Por meio de uma ideologia messiânica, os náufragos de classe média que nunca se sentiram representados inclusive em suas ignorâncias, enxergaram-se no protofascismo de Bolsonaro, inapelavelmente se identificaram e votaram nele em massa.

As micaretas de classe de média iniciadas em 2013, o golpe de 2013 e a prisão de Lula são irmãos siameses e, antes de tudo e qualquer coisa, trata-se de um golpe que tem como plataforma a luta de classe. Não engane, cara pálida! Não seja tolo! Dentre inúmeras questões e situações que aconteceram neste País surreal, onde parte da população se volta contra seus próprios direitos garantidos por Lei, a principal questão é a luta de classe, que sempre existirá, eternamente, enquanto houver violência, pobreza, miséria, injustiça, desemprego e fome, ou seja, concentração brutal de riqueza e renda, como acontece há séculos no Brasil e em incontáveis lugares do mundo. Ponto.

A verdade é que o Brasil é uma ditadura e Jair Bolsonaro e seu “czar” da economia, Paulo Guedes, se amparam nos generais, com a participação do ministro da Justiça Sérgio Moro — o Homem Muito Menor —, que prendeu sem provas o candidato favorito às eleições presidenciais de 2018 e logo depois foi servir seu principal adversário como ministro. Trata-se de deboche, provocação barata e acinte, que se acontecesse em um país sério esse sujeito autor de incontáveis covardias, acusado de cometer crimes em série e sem compostura seria imediatamente destituído de seu cargo e expulso da vida pública para o bem da sociedade e de todos aqueles que prezam o Estado de Direito e a democracia.

A militarização do governo Bolsonaro, por meio das últimas nomeações, ratifica a realidade de que os comandos civis, que comandaram o Ministério da Defesa, nunca tiveram o controle sobre os militares, que em hipótese alguma jamais aceitaram e cooperaram para que o presidente da República, além de ser o comandante em chefe, reformulasse a pedagogia e os cursos das escolas militares e desse uma base democrática ao aprendizado desses profissionais oriundos, geralmente, da classe média, mas indelevelmente contrários a quaisquer governos progressistas que não se submetam aos ditames dos Estados Unidos e que resolvam, grosso modo, cuidar dos mais pobres, por intermédio da distribuição de renda e riqueza.

Por não terem sido punidos nem levemente ou moderadamente, após 30 anos surgiram ao lado de um fascista do naipe de Jair Bolsonaro e, com efeito, estão a apoiar a demolição do estado de bem-estar social, além da entrega das estatais estratégicas deste País, que sem elas não terás condições de fazer do estado nacional o indutor do desenvolvimento. Sem estado não há nação. Um povo só é forte e desenvolvido com a participação importante do Estado, senão ele fica nas mãos de aventureiros como o Bolsonaro e de mega empresários cujos interesses é ter lucros para viver com nababos e paxás.

O controle do orçamento, das promoções e de seus interesses vinculados aos Estados Unidos quanto às prioridades e metas da indústria bélica e da defesa nacional, além da geopolítica na América do Sul, transformam os militares em uma casta à parte da sociedade. Eles são um grupo social praticamente sem empatia com o grosso da população e trabalham sempre em prol do status quo, como verdadeiros centuriões que garantem segurança ao sistema de capitais de exploração e rapinagem, que age e atua há mais de cinco séculos no Brasil.

Daí alguém me pergunta: baseado em que o escriba faz tais afirmativas? Respondo mais uma vez: “Temos uma “elite”, também conhecida como casa grande, que sempre lutou, reprimiu, roubou e matou para manter o controle das riquezas do País, além de ter interesse em ser associada a governos de países dominantes e dos proprietários de suas indústrias e comércios. O petróleo (óleo e gás) foi entregue, com a alienação do Pré-Sal e do esquartejamento da Petrobras, de forma que a perda do controle da energia fará do Brasil um país recolonizado e dominado pelos estrangeiros, como sempre o foi na sua trágica história”.

Mas como? Isto é impossível, coisa de esquerdista! — perguntaria e ironizaria um idiota qualquer em sua incomensurável e inenarrável estupidez e idiotia. Responderia. “Sempre fomos fadados ao fracasso e ao subdesenvolvimento, por nossa culpa, somente nossa culpa. Por isso entregamos tudo ao gringo malandro e esperto, como fizemos com o Pau Brasil, o açúcar, a borracha, o ouro e prata e já há algum tempo com as nossas empresas públicas estratégicas (Petrobras, Vale do Rio Doce, Embraer, Telebras etc.) para a nossa soberania e desenvolvimento econômico, social, científico e tecnológico, sem esquecer que esse desgoverno lesa-pátria deseja entregar a Eletrobras. A pá de cal a cobrir o Brasil no que é relativo ao seu controle sobre os diferentes modais de energia por parte dos estrangeiros.

Sempre tivemos políticos, empresários, militares, juízes, procuradores, classes ricas e médias ignorantes, entreguistas, sem vergonhas e totalmente idiotizados e colonizados, de forma que jamais se conseguiu fazer do Brasil uma nação desenvolvida, respeitada e livre do complexo de vira-lata. E por quê? Porque sem projeto de País não há presente e nem futuro, bem como a casa grande sempre se recusou a pensar o Brasil. Quem não se dá o respeito não é merecedor de respeito, cara pálida!” Pobre do Brasil. Recolonizado em pleno século XXI! É isso aí.

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