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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Brasil: Entre o lago de fogo e o de cristal

Na sociedade brasileira atual o Presidente eleito inviabiliza tudo o que nos aproxima de um suposto e tradicional paraíso onde, mesmo que as pessoas não sejam eternamente felizes, mas que pelo menos trabalhem, estudem, viajem, sejam respeitadas em seus direitos

(Foto: Paulo Pinto)
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Desde sempre o homem tenta descrever aquilo que não conhece e o perturba, como o mistério da vida e da morte, do céu e do inferno. Pode ser que tudo seja uma única coisa que se completa em uma engrenagem extrafísica incapaz de ser decifrada. Curiosamente, sempre que o céu é descrito, ele é azul com anjos tocando arpas, com jardins floridos ladeando infinitos lagos de águas cristalinas. O escritor norte-americano Mark Twain escreveu que preferia o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia.

O inferno consegue trazer mais imaginação ao homem. Ele é descrito de diversas formas como a que descreveu no século XVIII o cientista e filósofo Emanuel Swedenborg. Para ele o inferno é feito por grandes cidades totalmente destruídas e com pessoas cometendo crimes, roubos, assassinatos e todo tipo de atrocidade. Todas lutando umas contra as outras, sem qualquer noção de união, família ou amizade. Nessa cidade infernal, todos os prédios são bordéis, nos quais as pessoas são obrigadas a fazer sexo com outras em meio a todo tipo de excremento enquanto os ambientes em volta delas pegam fogo.

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Essa descrição de Swedenborg se parece com a sociedade brasileira atual onde o Presidente eleito inviabiliza tudo o que nos aproxima de um suposto e tradicional paraíso onde, mesmo que as pessoas não sejam eternamente felizes, mas que pelo menos trabalhem, estudem, viajem, sejam respeitadas em seus direitos. Não vamos entrar no mérito daqueles tipos de inferno que incluem bestas rastejantes em florestas escuras, sombrias, com cavernas úmidas e desertos que nos fazem dormir com a luz acesa, isso não. A questão passa pela insistência em que o mandatário da nação tem em exibir-se como alguém sem alma diante de um mundo civilizado que repudia suas atitudes.

Alguns filósofos e religiosos defendem a ideia de que cada pessoa traz consigo seu próprio inferno. Acredito que quem ainda apoia Bolsonaro, mesmo quando ele se declara a favor da tortura e da morte girando sua metralhadora de ofensas para todos os lados como fez com Michelle Bachelet, vive o pesadelo do inferno descrito pela freira visionária Anne Catherine também do século XVIII.  No inferno visto por Anne, os demônios vagam pelas ruas e no centro de tudo há um grande abismo fumacento onde Lúcifer está acorrentado, gritando de agonia. Segundo a freira, os muros do inferno contêm inúmeras profecias – a mais conhecida delas é a de que o demônio subiria à Terra antes do ano 2000. Acho que naquela época não existia a margem de erro, não é?

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