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Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Educadores em Luta e membro da direção nacional do PCO. Professor da rede pública do Estado de São Paulo.

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Brasil supera 500 mil mortos… É preciso derrubar Bolsonaro

Nos bairros operários, ocupações, cidades pobres, criar Conselhos Populares para organizar a luta emergencial pelo atendimento das necessidades populares

Antônio Carlos, do PCO, em manifestação contra o golpe (Foto: Diário Causa Operária)
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Neste fim de semana o Brasil superou, oficialmente, a marca – subnotificada e falsificada – de meio milhão de mortos com o que o regime golpista consegue em apenas 16 meses e em pleno século XXI superar a tragédia do final do século XIX, quando uma seca sem precedentes (e consequente fome) e a varíola mataram mais de 50 mil brasileiros entre 1877 e 1879.

Tamanho resultado é alcançado na semana em que o golpe de Estado, com a aprovação do processo de impeachment sem crime da presidenta Dilma Rousseff (PT), completou cinco anos (17/06). Não se trata de uma coincidência. O Brasil está a caminho de ultrapassar o total de mortos dos Estados Unidos (cerca de 600 mil), graças à política de destruição da Saúde pública e de retrocesso geral nas condições de vida da imensa maioria do povo, seja pelas “reformas” antipovo aprovadas (como a trabalhista e da Previdência), seja pela política de rapina da economia nacional em favor do imperialismo, em meio ao aprofundamento da crise histórica do capitalismo no Brasil e em todo o Mundo.

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Esta situação de verdadeira calamidade social para a maioria do povo, da qual só tiram proveito um reduzido grupo de tubarões capitalistas como os banqueiros, os mercenários dos negócios da saúde (planos privados, monopólios farmacêuticos etc.) e suas máfias políticas é o estopim de uma crescente revolta popular que começou a se manifestar nas ruas no 1º de Maio de Luta, da Praça da Sé, nos atos do 13 de Maio (contra o massacre do povo negro) e, principalmente no impulso da mobilização vitoriosa do dia 29 de maio que “furou a bolha” e colocou o País em uma nova etapa da luta política.

Centenas de milhares de pessoas estão saindo às ruas, em centenas de atos, em nova jornada de lutas, que ganhou o apoio explícito do ex-presidente Lula e pode contar com sua participação, importante para alavancar ainda mais a perspectiva de derrotar nas ruas a direita golpista e conquistar, por meio da luta, as reivindicações dos explorados.

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A cada novo recorde de mortos, com a chegada da terceira onda, e com o aumento sem cessar do sofrimento da população, com a disparada do desemprego, da fome e da miséria, fica ainda mais evidente que a crise não vai passar “naturalmente” e que as “saídas” da burguesia golpista não representam alternativa real para a imensa maioria do povo. Não pode sobrar dúvidas – e um número cada vez maior de pessoas está convencido – de que não há outra alternativa que não seja mobilizar as massas aos milhões, multiplicar a força das mobilizações para parar a mão assassina da direita nas ruas, pondo fim ao regime golpista iniciado como o golpe de Estado, realizado sob a direção das máfias políticas que hoje buscam se apresentar como “centro”, como o PSDB, MDB, DEM, PSD, Solidariedade etc. ou se passarem por “oposição” ao governo que eles mesmo pariram e ajudam a sustentar.

Desde já coloca-se a tarefa de realizar cada vez mais atos, cada vez maiores, opor a força do povo nas ruas à força da direita e à mobilização minoritária (mas importante) da extrema-direita, apoiada pelos militares, pelos setores mais decompostos da sociedade e também pela burguesia, para a consecução dos seus objetivos contra o povo, em uma situação de crise histórica do capitalismo no Brasil e no mundo.

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Para tanto, é preciso organizar o movimento de luta que vem impulsionando as atividades, a frente de luta da esquerda que evoluiu para a necessidade das mobilizações de rua, o que precisa ser feito construindo e fortalecendo organização popular, independente da burguesia golpista, capaz de impulsionar, e dar conteúdo à mobilização. 

É preciso construir milhares de Comitês de Luta em todo o País – e também no exterior, para agrupar dezenas ou centenas de milhares de militantes, ativistas que impulsionem uma mobilização real, a partir dos locais de trabalho, estudo e moradia.

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É preciso realizar plenárias abertas e assembleias nas categorias de trabalhadores, nos assentamentos, nos bairros, para impulsionar a luta pelas reivindicações gerais do movimento e específicas, que reforcem a participação dos mais amplos setores na mobilização.

Nos bairros operários, ocupações, cidades pobres, criar Conselhos Populares para organizar a luta emergencial pelo atendimento das necessidades populares.

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É preciso também organizar fóruns gerais do movimento, como se deu na luta contra o golpe, com plenárias regionais e municipais das organizações e de todo o ativismo que participa da mobilização para deliberar, democraticamente, os próximos passos, por exemplo.

Mais do que nunca, organizar o povo na luta contra Bolsonaro, os golpistas e o regime político de conjunto é decisivo; inclusive, para impedir que a direita se apodere das manifestações com sua política reacionária (como se viu em 2013), com medidas de divisão e censura no interior do movimento.

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Para isso, é decisivo combater toda tentativa de transformar os fóruns do movimento num terreno de disputa política com o PT; coisa que também se viu nos anos iniciais do golpe, quando setores da esquerda sonham em se apoderar dos desejados – pela direita – escombros do PT para fins eleitorais. Uma situação reacionária que expressa o “antipetismo” e o “antilulismo” estimulado pela direita.

Deixar para trás todo tipo de concepção reacionária que se abateu sobre o movimento em anos anteriores, originárias da direita e adotadas por setores da esquerda, como desviar a mobilização para os eixos que interessam a setores da direita, como é o caso do “não vai ter Copa”, a posição fascista de “sem partido” e “abaixa a bandeira”, ou seja, a tentativa de calar os setores organizados do movimento de luta dos explorados e o abandono da cor tradicional da luta dos explorados, o vermelho, para torná-lo mais palatável e passível de submissão por setores da direita. Aspectos que refletem a política de derrotas, de submissão da luta do povo e que se desenvolve à chamada frente ampla, a política de colaboração e capitulação diante da burguesia golpista, e seus partidos.

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