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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Brasil vive novamente a experiência de ter dois presidentes

"O país é mesmo pródigo em situações 'anômalas'. Desta vez, e mais uma vez na nossa história, temos dois presidentes em solo pátrio. Um interino, o vice Hamilton Mourão, que entrou em campo, conforme determina a Constituição, para substituir o presidente. E outro, 'despachante', preso à cama do Hospital Vila Nova Star", escreve a jornalista Denise Assis

Mourão: caso de Flávio Bolsonaro não tem nada a ver com governo
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

O país é mesmo pródigo em situações “anômalas”. Desta vez, e mais uma vez na nossa história, temos dois presidentes em solo pátrio. Um interino, o vice Hamilton Mourão, que entrou em campo, conforme determina a Constituição, para substituir o presidente. E outro, “despachante”, preso à cama do Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, para a retirada de uma hérnia abdominal, fruto ainda do atentado sofrido em Juiz de Fora, durante a campanha. Lá pretende receber e despachar com alguns ministros, conforme descrito pelo “porta-recados”, Otávio Rêgo Barros, durante coletiva de imprensa.

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Tal modelo de governança não está descrito em lugar nenhum. Foi adotado apenas pela gritante “paranoia” de Bolsonaro, que já confessou algumas esquisitices. Uma delas, que costuma se sentir confortável dentro do armário da sua suíte, no Palácio. (Melhor seria que ele saísse logo desse armário). Isto ele não contou, mas deve dormir com a faixa sob o travesseiro, com medo de alguém pegá-la enquanto dorme.  Pelos corredores do hospital Vila Nova Star, é provável que em algum momento alguém o ouça gritar: “quem manda sou eu!”.

O momento faz lembrar o fatídico dia 2 de março de 1964, quando o Brasil convulsionado por um golpe civil-militar assistiu bestificado o então presidente da Câmara, Ranieri Mazilli, assumir a presidência, enquanto João Goulart cassado pelo Congresso naquela sessão, estava em Porto Alegre - solo brasileiro - antes da decisão de partir para o Uruguai, rumo ao exílio. A situação foi motivo de protestos de alguns deputados. Um deles, o mais exaltado, deixou registrado nos livros de história a sua indignação. Ao ver a cena da malfadada posse, o deputado Tancredo Neves esbravejou: “canalhas! Canalhas! Canalhas! O resto, é o que se sabe. O país mergulhou em noite escura e só despertou do pesadelo 21 anos depois.

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Agora, embora o enredo seja diferenciado, o modelo se repete. Hamilton Mourão está “no comando em Brasília”, mas Bolsonaro, em São Paulo, não abre mão do cargo. Vai daí que estamos assim, vivendo novamente a condição esdrúxula de dois presidentes em solo pátrio. Jair não confia no vice. Jair não confia no próprio taco. Jair não confia naqueles que o cercam. Jair deve estar com a faixa atravessada no peito enquanto se serve da alimentação “pastosa”, liberada para hoje. Tal como o nosso cenário. Pastoso, nebuloso, pantanoso. É hora de alguém gritar: “Canalhas! Canalhas! Canalhas!

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