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Robson Sávio Reis Souza

Doutor em Ciências Sociais e pós-doutor em Direitos Humanos

159 artigos

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Breve análise da pesquisa Datafolha deste domingo

"Independente da opinião popular, enquanto Bolsonaro gozar de apoio dos empresários, banqueiros, agronegócio e das elites militares nada acontecerá, não obstante sua sanha genocida"

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A pesquisa de hoje sinaliza que a maioria da população continua teleguiada por sentimentos dúbios: discorda da gestão da crise do coronavírus pelo chefe do Executivo mas, saturada pela disputa política, paradoxalmente, rejeita o afastamento de Bolsonaro.

É importante destacar: em tempos de insegurança e medo, o sentimento de apego ao que existe, por pior que seja, prevalece em relação às incertezas que as mudanças provocam no imaginário popular. Para significativa parte da população, o sentimento é mais ou menos esse: quando o barco está a afundar, sem a presença de alguém que inspire confiança, é melhor manter o comandante, por pior que ele seja.

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Mas, por detrás dos   dados da pesquisa, que expressam o retrato de um momento, é preciso deixar claro: nas democracias liberais, onde o poder econômico precede o poder político e a soberania popular, não é o povo que decide a permanência ou não de um governante no poder.

Nessas democracias quem define o governo são as elites econômicas.

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Quando tais elites resolveram afastar Dilma Rousseff, sem crime de responsabilidade, o fizeram sem sobressaltos. Criaram um adorno de mobilização social, utilizando em doses cavalares a manobra do discurso anticorrupção para mobilizar parte da população e justificar o golpe.

Quando Michel Temer foi pego nas negociatas com dono da JBS, não adiantou mobilização social e rejeição do seu governo na casa de 80%. Nada aconteceu, porque as elites econômicas neoliberais que o colocaram no poder também   sustentaram seu mandato até o final. E ele passou, garboso, a faixa presidencial para Bolsonaro.

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Independente da opinião popular, enquanto Bolsonaro gozar de apoio dos empresários, banqueiros, agronegócio e das elites militares nada acontecerá, não obstante sua sanha genocida.

Somente haverá mudança no comando da nação se, por motivos vindouros à medida que a crise sanitária esgarçar as relações sociais, as elites econômicas resolverem tirar o bode da sala.

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Panelaços mostram engajamento cívico da população, mas não mudarão em nada o quadro atual.

Ademais, a postura cambiante dos setores progressistas não sinaliza caminhos seguros, nem à população, nem às elites.

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Para quem tem consciência crítica e cívica é óbvio: o ultraneoliberalismo de Bolsonaro e Guedes é incapaz de enfrentar o caos econômico, político, social, humano, ambiental no momento atual e pós-coronavírus. Mas, esse regime de uma "economia que mata" (Papa Francisco) continua respaldado pelos segmentos que não têm compromisso com a vida, a justiça, a solidariedade e a paz. Mas, têm muito dinheiro. E ainda definem o rumo das nossas vidas. Até quando?

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