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Aroldo Bernhardt

É administrador e professor universitário

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Brics e pré-sal: a geopolítica do golpe

A fragilidade jurídica do golpe, aliada ao crescente descrédito de um governo cercado de "fichas-sujas", colocaram todo o "projeto" golpista em cheque e com isso cresceu a possibilidade de reversão do impeachment no Senado

plataforma petroleo (Foto: Aroldo Bernhardt)
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Descoberta em 2007, a grande jazida de petróleo localizada abaixo do leito do mar, entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, somada a ímpar condição tecnológica da Petrobrás na exploração do "ouro negro" em águas profundas, alçaram o Brasil à condição de protagonista nesse importante fator estratégico.

Em outra frente, os líderes do Brasil, Rússia, Índia e China que desde 2009 se reúnem para tentar converter seu crescente poder econômico em maior influência mundial, constituíram novidade no cenário geopolítico.

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Em 2013 o vazamento de informações acerca da espionagem dos EUA sobre vários países da Europa e da América Latina, inclusive o Brasil, onde até a Presidência da República foi vítima, além de vários Ministérios, bem como a Petrobrás, provocou justa indignação e deixou no ar o questionamento a respeito da motivação estadunidense para esse ato questionável sob todos os ângulos e aspectos.

E, como informação é matéria prima do poder, a conclusão óbvia foi a de que a espionagem teve por objetivo a preservação do poder dos EUA. Por extensão, ficou a suspeita de que a criação do "clube" das BRICS e a valiosa descoberta do Pré-sal estariam no gênesis geopolítico do processo que este ano derrubou provisoriamente a Presidenta Dilma.

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Evidentemente vários outros interesses se juntaram ao golpe. Rentistas, empresários com olhos postos no desejo de alteração das relações trabalhistas, a grande mídia oligopolizada, caciques políticos tradicionais, preocupados com as iniciativas de combate a corrupção e por aí afora.

Com a chegada do interino ao poder, os golpistas imaginavam que todo o seu desiderato seria rapidamente consumado, entretanto o que se verifica é que nenhuma medida tomada por Temer chegou a se concretizar até agora. Exceção feita ao polpudo reajuste concedido a algumas categorias de marajás da esfera pública. Além disso, a fragilidade jurídica do golpe, aliada ao crescente descrédito de um governo cercado de "fichas-sujas", colocaram todo o "projeto" golpista em cheque e com isso cresceu a possibilidade de reversão do impeachment no Senado.

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Descrito o cenário do golpe, ainda que de maneira simplista, torna-se tentador fazer um prognóstico da situação. Eis que uma suposição parece ser factível - para salvar os interesses geopolíticos dominantes, a cassação da chapa eleita em 2014 seria consumada pelo TSE, no início do próximo ano. Dilma e Temer seriam apeados do poder e consequentemente teríamos eleições indiretas à Presidência.

Decorre daí, como alternativa palatável ao poder geopolítico dominante, a figura de José Serra, em função da sua trajetória política, bem como de suas recentes iniciativas favoráveis à visão e aos interesses estadunidenses.

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Assim, para alegria de poucos e a tristeza de quem sonha com um Brasil soberano, Serra seria o Presidente a partir de 2017. O golpe estaria consumado e ninguém mais teria dúvidas, o golpe de 1016 é de fato um golpe!

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