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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Brizola inspira Lula e Ciro na campanha eleitoral 2022

Qual seria a posição de Brizola, centenário neste sábado, diante das disputas políticas entre Ciro e Lula?

Ciro Gomes e Lula (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Qual seria a posição de Brizola, centenário neste sábado, diante das disputas políticas entre Ciro e Lula, ideologicamente, semelhantes, motivadas pela visível dificuldade de Ciro de alcançar as chances que estão à frente de Lula, construídas por ele, para levar de bandeja a eleição, se forem consideradas pesquisas para uma suposta disputa neste final de semana?

Sabido demais, Brizola já teria percebido, de repente, que Bolsonaro, segundo as pesquisas, virou a Gení nacional por causa do seu negacionismo na pandemia; se essa atitude presidencial compromete a vida da população, com seu comportamento fanático anticientífico, quem vai votar de novo na peste? O homem passou a ser percebido nacional e internacionalmente pela sociedade como inconveniente, psicopata desequilibrado. Isso sem falar no desemprego e na fome, flagelos atuais da era bolsonarista neoliberal fascista. Sem chances.

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ESTRESSE BOLSONARISTA

Brizola certificaria que as pesquisas mostram uma sociedade estressada, na expectativa e na torcida, não, necessariamente, por uma experiência nova, mas por experiência comprovada; Brizola diz que se enganou com Collor por ser experiência não comprovada pela falta de experiência; especialmente, a população, como denotam as pesquisas, não quer entrar de gaiato de novo com Bolsonaro; as vantagens extraordinárias de Lula frente aos demais candidatos serão, com certeza, objeto da história para medir o sentimento popular de medo de repeteco de bolsonarismo.

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Que dizem os números sobre Ciro que tem propostas semelhantes às de Lula com tom até mais incisivo no confronto com os capitalistas para reverter a realidade bolsonarista de desigualdade social que está tornando insuportável a vida brasileira no desemprego, na fome e na falta de esperança? Decepção: Ciro estava com 5%, caiu para 3%, tombo fantástico, se comparado com a subida de Lula de 44% para 48%? O que diria Brizola diante de tamanha disparidade frente aos 27% de Bolsonaro? Como sempre fez, iniciaria negociações para apoios futuros entre competidores; quem chegar na frente um apoia o outro; óbvio.

LARGADA LULISTA

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Lula saiu por cima, depois da radicalizada de Ciro, nessa semana, no lançamento de sua candidatura, algo, até, anti-Brizola, que brigou, apenas, contra os neoliberais que rasgam Constituição, não com adversários potencialmente aliados em defesa de ideias democráticas comuns, como é o caso Lula-Ciro. Ciro passou a ser percebido como radical, enquanto Lula, que havia dado coletiva para a imprensa alternativa, vendeu-se imagem conciliatória; resultado: o dólar caiu e a bolsa subiu, algo, extraordinário; afinal, Lula vinha sendo há algumas semanas demonizado; a conciliação de Lula chamada Geraldo Alckmin serviu para acalmar o mercado e ver Lula como interlocutor necessário entre classes antagônicas, de modo a impedir instabilidade política detonada pelo neoliberalismo.

Ciro e Lula, historicamente,  comungam o mesmo programa contra o neoliberalismo, a partir da recuperação do desenvolvimento com justiça social, mas a retórica fez a diferença; Ciro alarmou alertando que “eles[a burguesia financeira especulativa] vão ver quando eu chegar lá”etc; agiu como espalha brasa; ao contrário, Lula, falando do mesmo assunto, com a mesma veemência, destacou que a população não pode ser usada apenas para trabalhar para a Faria Lima. E disse que conversaria com o BC Independente para se alinhar com a política econômica governamental. Quem manda é o presidente, pô!

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Lula se comportou como Brizola se comportaria, na ação política, conforme deixa claro no livro “Brizola – A Legalidade e outros discursos conclusivos”, de Oswaldo Maneschi, para conquistar maioria eleitoral e levar o caneco; primeiro, diz, a Legalidade, as leis, os direitos dos trabalhadores, o interesse público, a soberania nacional; com esse discurso evitou queda de Jango em 1961, como governador resistente em armas para defender democracia; usou essa arma para lutar contra oligopólio estrangeiro de telefonia etc; Lula se envolveu na mesma luta; historicamente, na defesa da Constituição, para ser candidato; ou seja,, apelou à Legalidade constitucional; levou, desmoralizando Sérgio Moro; ficou, historicamente, fincada relação Lula-Brizola, a partir da defesa da democracia, das instituições, das leis, enfim, da Legalidade.

IDENTIFICAÇÃO NA LUTA

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Os dois candidatos, na agenda econômica, são aliados irmãos; Ciro, no seu programa, ao lado de uma política antineoliberal, como a proposta por Lula, visa mesmo objetivo: dar chega prá lá nas medidas neoliberais ultra radicais, como teto de gastos e reforma trabalhista pró capital anti-trabalho; para tanto, a união entre competidores de uma causa comum deve ser a estratégia fundamental;  Brizola destaca, enfaticamente, que conversa com todos, pobres, ricos e remediados, partidos e associações, sindicatos etc, para conquistar o objetivo central: o controle do poder para derrotar o neoliberalismo; Lula e Ciro, nesse sentido, portanto, estão em momento Brizola; ambos são craques na construção de acordos para possibilitar governabilidade com apoio popular, aferido por plebiscitos para corrigir erros e omissões, se for necessário.; avançaria ou não, com ambos, democratização direta do poder, numa linha paritária de gênero, na divisão do governo?

Um porém, no entanto, faltou, até agora, entre ambos: o acordo de grandeza; falta na jogada o entendimento de Peron; o líder argentino dizia, claramente, o que se tornou um dogma na política argentina: “La verdad es la realidad”; o que é, por enquanto, la verdad, do ponto de vista, ainda, relativo? As pesquisas; que dizem elas? Lula, 48%; Bolsonaro, 27%; e, Ciro 3%; nesse cenário dominado pela velocidade da informação pelas redes sociais a percepção clara é a de que Lula tem mais chances de levar; isto é , o mais cotado para garantir vitória sobre Bolsonarismo; que faria Brizola, como negociador político, senão uma busca de entendimento, na negociação? Está lá no livro de Oswaldo Maneschi; o líder nacionalista não pestanejava: “quero todos no meu palanque, pobres, ricos, remediados, associações, partidos”. Se via como a encarnação de um movimento de união nacional. As pesquisas diziam o inconsciente nacional: união com quem tem comando dado pela preferência popular.

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LULISMO E BRIZOLISMO EM MARCHA

Ou seja, Lula seguiu mesma trilha na entrevista que deu aos repórteres da imprensa alternativa: se autodenominou portador de um movimento de mudança, de libertação nacional do neoliberalismo; tanto Lula como Ciro cutucou com faca pontuda os neoliberais que deram o golpe de 2016 para criar teto de gastos para despesas sociais e isenção de teto para pagar juros e amortizações da dívida pública, a desgraça nacional; se Ciro e Lula se fecham nesse sentido para lutar contra o neoliberalismo entreguista, que produz fome e desemprego, privataria etc, com compromisso de um apoiar o outro no segundo turno, seja qual o vencedor do primeiro, estarão patrocinando a defesa da LEGALIDADE, cara a Brizola. 

Afinal, os neoliberais, no poder, romperam com a Constituição, com ajuda do judiciário, ao proibir legislativo de decidir sobre venda dos ativos da Petrobrás, por exemplo; Brizola e Lula estariam pautando juntos uma mesma batalha contra o bolsonarismo vendilhão da pátria. Lula destaca a mesma coisa: o roubo das conquistas sociais trabalhistas é ataque à LEGALIDADE;  se se fecham nesse propósito para lutar contra o neoliberalismo e um apoia o outro quem chegar ao segundo turno, caem por terra os acessórios, os golpes baixos e tudo fica mais transparente.

ESSENCIAL E O ACESSÓRIO

O essencial, por isso, deve ser relevado e os acessórios, apenas, considerados, na ordem de prioridade política, no processo eleitoral. Brizola apoiou Lula no segundo turno contra FHC, depois da derrota no primeiro; o individualismo deve ou não prevalecer nessa hora ou o consenso é que dá as cartas, na negociação conferida pelas urnas? Brizola queria o poder em armas, para defender democracia ameaçada pelos neoliberais em 61; levantou a bandeira da Legalidade, como arma da Constituição; nesse sentido, Lula e Brizola estão no mesmo palanque; Lula foi pela LEGALIDADE na luta contra os golpistas que forjaram sua prisão que o impediu de disputar eleição. Essencialmente, os programas de Ciro-Lula centram mesmo foco: dar grito de independência frente ao neoliberalismo; o país está sacrificado pelo teto de gastos imposto pelos neoliberais que deram o golpe no PT e Dilma; os dois estão alinhados em um programa comum antineoliberal para recuperar independência e soberania nacional; o que está emperrando? 

Claramente, falta pragmatismo para enfrentar la realidad = la verdad, como demonstram as pesquisas. Ciro está nervoso com a perspectiva de dançar porque sua impetuosidade o distancia da qualidade de Brizola: negociação e paciência com o adversário, se os dois estão no mesmo barco do colapso neoliberal! O pacto Lula-Ciro estaria ou não sendo construído por Brizola, se sabem ambos, Ciro-Lula, que se cada um ficar puxando corda pro seu lado, viram comida de onça?

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