Cadê a merenda que estava aqui?

A investigação que vem sendo realizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo aponta que mais de R$ 280 milhões teriam sido movimentados em notas frias, em mais de 50 cidades e dois governos estaduais. A ocupação do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), pelos movimentos estudantis, tem um objetivo claro: pressionar os parlamentares para a instauração da CPI da merenda, que deve investigar e punir os casos de desvio de dinheiro destinado à alimentação das escolas do estado de São Paulo.

"Ocupar e resistir", esta é a frase de ordem! Valorizemos a juventude brasileira, que neste momento só clama pela garantia de direitos básicos e contra a impunidade. Estudantes que estão indignados com o desvio de dinheiro e com as mentiras de um governo que ainda é protegido pela mídia corporativa.

A pergunta que não quer calar: por que a Alesp não cumpre o seu papel constitucional de órgão de controle do financeiro do poder executivo e abre a CPI para investigar o escândalo? Talvez seja por falta de orientação à sua base de apoio para abrir a investigação. Talvez seja por pura falta de interesse da maioria dos parlamentares daquela Casa Legislativa, aliados de Geraldo Alckmin. A certeza que temos é: se o critério fosse a pressão popular, a CPI já teria sido aberta há tempos, já que o pedido de abertura está a um passo de completar 6 meses.

Os deputados estaduais paulistas continuarão expostos aos olhos da opinião pública, até que a resposta àqueles que ocupam, seja escolas seja a Alesp, esteja à altura daqueles que merecem receber um tratamento digno, além de balas de borracha e gás lacrimogênio. Estudantes que só estão em busca da garantia de direitos adquiridos, estudantes que só querem saber: cadê a merenda que deveria estar aqui?