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Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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Candidatura Aécio claudicou: o dia em que o tucano gaguejou no JN

Aécio Neves pode estar demonstrando nesse episódio, sejamos honestos, ser um político ainda sem o estofo necessário para disputar uma eleição para a Presidência

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A candidatura de Aécio claudicou. Tive essa nítida sensação na noite da última segunda-feira, 21.07, quando vi, na TV, o candidato gaguejar feio no Jornal Nacional no instante em que era indagado, em meio a um evento de campanha, cercado por correligionários, sobre o caso do "aeroporto" construído em terras desapropriadas de um seu tio-avô, no tempo que ainda era governador de Minas.

Foi constrangedor. Embaraçoso. Vergonhoso. Apesar de estar ali cercado por correligionários, alguns destes por sinal velhas raposas da política mineira, Aécio parecia um infante abandonado. O sorriso amarelou, o rosto empalideceu, os gestos eram como os de um afogado. A sombra do seu avô, já falecido, não poderia lhe acolher naquele momento de apuro. FHC também não estava ali, para lhe dizer o que falar ou como proceder – tampouco o “amigo” José Serra.

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Repito, para aqueles que ainda não atentaram para a gravidade do episódio: Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB, gaguejou, em close up, em rede nacional, no horário nobre da TV, diante de milhões de telespectadores!

E por que teria gaguejado o candidato Aécio? Porque a denúncia era verdadeira e ele se sentiu impactado, embaraçado, quando colocado contra a parede? Ou apenas porque é ainda um candidato “verde”, sem o couro curtido ou o dorso felpudo das velhas raposas? Por que gaguejou Aécio Neves? Engasgado pela culpa?

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O fato é que Aécio demonstrou, indubitavelmente, incapacidade de assimilar, impávido, com galhardia, o primeiro golpe que levou – isso, note bem, no primeiro round de uma disputa para a Presidência que anuncia-se longa e renhida.

Sempre achei Aécio um candidato fraco, inepto. E apesar de ser essa apenas uma opinião, pessoal e intransferível, talvez eu já não esteja tão sozinho assim com relação a essa minha primeira avaliação. Muito provavelmente, alguns tucanos já devem estar se questionando a essa altura, em suas reflexões mais íntimas, se escolheram de fato o homem certo para disputar a Presidência da República contra o PT.

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A denúncia é grave e pode estar a nos gritar que Aécio, apesar de “verde”, digamos assim, age como se para lá de “maduro” estivesse – “maduro”, no sentido corrompido do termo, ao governar com práticas e modos anacrônicos, dos velhos coronéis. Pois, ao que indica a denúncia, se confirmada/comprovada, Aécio cometeu o velho pecado do patrimonialismo, do clientelismo. O de se utilizar da máquina e dos recursos públicos para fins privados.

O governo de Minas Gerais teria desapropriado parte de uma fazenda pertencente a um parente do então governador para ali fazer um simulacro de aeroporto – está mais para uma pista de pouso – e assim facilitar-lhe a vida e os negócios, seus e de seus parentes.

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O candidato pode estar demonstrando nesse episódio, sejamos honestos, ser um político ainda sem o estofo necessário para disputar uma eleição para a Presidência, mas... Foi o escolhido pelo PSDB. E, como diziam os antigos: quem pariu Mateus que o embale.

No que interessa à sociedade, ao espírito republicano e à legalidade dos fatos, a questão será avaliada pelo Ministério Público que deverá investigar e decidir se o Aécio governador, ao desapropriar terras no pequeno município de Cláudio para a construção de um “aeroporto”, estava pensando e agindo de acordo com os interesses de Minas – ou dos seus próprios e da sua família. E, mais ainda, por fim, se os recursos dispendidos pelo Estado foram bem utilizados a serviço da coisa pública.

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