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Dom Orvandil

Bispo Primaz da Igreja Católica Anglicana, Editor e apresentador do Site e do Canal Cartas Proféticas

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Carta aberta à jornalista Silvia Pilz

A cara jornalista justifica que criticar os pobres e todos é direito democrático seu. Com todo o respeito, não creio que este conceito de democracia tenha alguma seriedade e coerência

A cara jornalista justifica que criticar os pobres e todos é direito democrático seu. Com todo o respeito, não creio que este conceito de democracia tenha alguma seriedade e coerência (Foto: Dom Orvandil)
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Prezada colunista Silvia Pilz

Li seu artigo no qual ironiza os pobres e faz humor com o que fazem na e com a pobreza. Li também seu novo artigo no qual reage surpresa com o que denomina de hipocrisia geral, como que se justificando pelo que escreveu alegando sinceridade com seus próprios pensamentos, ao contrário dessa "gente" que faz de conta que gosta dos pobres e de seus comportamentos. Dei atenção à sua entrevista à BBC onde afirma que o que escreveu é o que todo o mundo pensa e diz, como nas novelas da Globo, por exemplo.

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Tomei conhecimento do seu perfil, aliás, bastante liberal de uma mulher bonita de 34 anos, no auge da vida feminina e dos prazeres sem preconceito que a existência de uma mulher bem sucedida e inteligente propicia. Ao lê-lo soube que é funcionária da Globo, integrando o quadro dos jornalistas não demitidos, entre os quais muitos abjetos puxa sacos dos patrões mentirosos e manipuladores golpistas.

Penso que o que escreveu não transcende nossa conjuntura nacional e internacional e nem a cara colunista certamente a ignora. Esta coloca pessoas de um lado e de outro no tabuleiro dos conflitos sociais e políticos.

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Sabe-se que nos jornais e revistas do sistema Globo, tanto os de papel quanto os online, como os de outros grupos, lembro-me do caso da Abril, por exemplo, há dois tipos de colunistas: uns que escrevem para agradar os patrões de direita e neoliberais – esses a maioria – e poucos que escrevem com espírito democrático e nacionalista, preocupados com o Brasil e com os projetos de governos que favoreçam os direitos sociais.

Os que escrevem na perspectiva puxa saco o fazem pensando nos próprios umbigos e nos empregos tão somente, contando com a compreensão complacente do amável público, consumidor de seus produtos de "in(de)formação". E os de "esquerda" que escrevem às colunas de ditas empresas é para que estas justifiquem ao público o seu espírito "democrático" de "tolerância" com ideias contrárias à classe dominante. Claro, o objetivo capitalista principal, ao acolherem os esquerdistas, é o de receber trocados dos que compram seus produtos. Afinal, são mais de 54 milhões de pessoas. Ora, essas empresas capitalistas não podem se dar ao luxo de desprezar o lucro. Nem tão apaixonadas pela democracia elas são.

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Internacionalmente a questão democrática se confunde com a irresponsabilidade da revista francesa Charlie Hebdo.

Seus chargistas que atacam as religiões judaicas, muçulmanas e cristãs ignoram despolitizada e desrespeitosamente, servindo desgraçadamente o nazifascismo, o conteúdo unitário e humano das raízes históricas de muitas das tradições pilares das várias civilizações.

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Satirizar Maomé é confundir o islamismo com terrorismo e dar combustível explosivo para a barbárie imperialista no seu afã de destruir os povos no assalto às suas riquezas naturais. A charge apelativa com as pessoas da Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – fazendo sexo entre si – não tem nada de direitos democráticos se não esforço bagaceiro de vender produtos que dividem, que pisam e desrespeitam as culturas dos outros.

É evidente, caríssima jornalista, que não há como apoiar a chacina que grupos desesperados promoveram ao matar em torno de quase 20 pessoas em nome da defesa de seus dogmas. Isso é errar taticamente com as mesmas armas em forma de teclado, de bombas ou de golpes políticos imperialistas e colonizadores.

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O resultado que se viu foi a união do nazifascismo no desterro emocional e social dos muçulmanos na Europa, recrudescendo os preconceitos contra africanos e indianos que lá aportam desesperados com a fome e com as guerras em seus países.

Que direitos democráticos são esses que leva jornalistas e colunistas ao desrespeito do outro, como no caso da caríssima objeto desta carta?

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O mundo se comoveu com a matança de um pouco mais de dez pessoas na França, mas não se comove com a mortandade de pessoas atingidas pela fome na África e pelas guerras lá e no Oriente Médio. Que democracia é essa?

A cara jornalista justifica que criticar os pobres e todos é direito democrático seu. Interessante: seu argumento é o mesmo dos donos da revista Charlie Hebdo e também de Silas Malafaia (empresário pastor dono de gráficas, de avião, vendedor de livros e chefe da riquíssima Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo). Ele disse que não gosta dos deboches da revista francesa, mas que reconhece seu direito democrático do expressar o que pensa. Impressionante, Malafaia, como sabe, é histérico homofóbico e acha que todos são livres segundo o conceito de democracia que tem em mente, mas não reconhece os direitos dos homoafetivos. Para os chargistas que ofendem, provocam desespero e morte é democracia, para os homossexuais viverem na secularidade do que entendem como amor, não.

Portanto, linda jornalista, com todo o respeito, não creio que este conceito de democracia tenha alguma seriedade e coerência.

Não pode ser democracia a oportunidade que os atores da dominação defendem, em nome de ideias que incentivam a morte, a divisão, o aviltamento do outro e o desrespeito aos pobres, como a minha cara fez em seu artigo.

No seu caso, no da revista Charlie Hebdo, no de Silas Malafia e no de toda mídia colonizada brasileira, a democracia é a mesma que demoniza os nordestinos, os haitianos, os senegaleses, os bolivianos, os negros e os homossexuais. Sua democracia, que lhe dá o direito de fazer humor com os trabalhadores que produzem as riquezas do Brasil, é a mesma que silencia diante das violências contra as mulheres, da polícia que bate e mata negros pobres e que aviltam os direitos sociais, totalmente cega aos clamores dos campos e das cidades.

O artigo que escreveu e suas posteriores defesas de seu conceito de democracia não passam de libelo na tentativa de explicar o escândalo dos que servem às trevas do ódio e das injustiças.

Não esqueça, cara jornalista Silvia Pilz, que é empregada da Globo, esta não é democrática como as políticas europeias e estadunidenses também não o são.

A empresa onde trabalha continua o flagrante desrespeito à democracia e com direitos sociais dos pobres porque ainda não houve um governo que a enfrentasse e a obrigasse a não permitir que as mentiras, os falsos conceitos, os preconceitos e as manipulações golpistas continuem.

Pense nisso e dê-se conta de que sua "democracia" não tem nada a ver com a democracia real com direitos para todos.

Na democracia real não se ironiza nem se desfaz dos outros, mas luta-se e educa-se no processo de transformação.

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