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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Caudaloso Amazonas afoga Pazuello na CPI

"O bolsonarismo perde de goleada no plano midiático, no qual Pazzuello, com sua narrativa picotada, antididátia, insegura e inconvincente, afogou-se", analisa o jornalista César Fonseca sobre o depoimento do ex-ministro da Saúde à CPI da Covid

(Foto: Jefferson Rudy)
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JN fará funeral do general cloroquina

A vitória maior da CPI do Genocídio até agora é a de mostrar as entranhas, a essência mentirosa do governo Bolsonaro na administração desastrosa da pandemia; a exposição da realidade é a própria condenação do governo fakenews. O general Pazuello e suas mentiras explícitas não suportaram as ondas das águas políticas do caudaloso Amazonas; elas entraram como enchente irresistível no plenário da CPI da Covid-19 e afogaram o general; o massacre político do ex-ministro da Saúde suspendeu a sessão de investigação por razões controversas; teria o general tido uma indisposição física que o levou ao nocaute ou foi armação dele para empurrar com a barriga o assunto quente para esfriá-lo por meio de negociação de bastidores? O fato é que a catástrofe de Manaus atropelou as mentiras que até então vinha contando o general para uma plateia oposicionista desconfortável; os próprios membros da oposição fizeram autocrítica: estariam sendo enrolados e desmoralizados pelo ex-ministro; a situação só virou da água para o vinho quando entrou em cena a investigação das mortes por asfixia em Manaus decorrente da falta de oxigênio.

Desastre humanitário

O general desde então atolou no brejo e a oposição deitou e rolou; pintara, com Pazuello na saúde negligência criminosa do governo diante desastre; o relatório de mentiras quanto à atuação do Ministério da Saúde em combinação com à da Secretaria de Saúde estadual demonstra o crime contra a humanidade que foi praticado na capital do Amazonas; o mais grave e escandaloso foi o negacionismo bolsonarista impedir socorro de oxigênio oferecido pela Venezuela que teria salvo milhares de vidas; a desumanidade bolsonarista escandaliza o mundo; o jogo de empurra-empurra de lado a lado entre governo federal e governo estadual no auge do genocídio fica explícito nas trocas de recados entre a burocracia estatal e estadual controlada pelo general com mão de ferro suja de sangue; ele impôs os procedimentos negacionistas ditados pelo presidente; como negaria o negacionismo presidencial se sua frase-sentença maior era a de quem manda sobrepõe-se a quem obedece como lógica de comportamento? Diante diante da renúncia de Bolsonaro em mandar avião do Exército buscar o oxigênio, em Caracas, o presidente Maduro, desesperado, enviou a mercadoria de caminhão, pela fronteira; nesse momento, o general não pensou em vida mas em morte por asfixia dos moradores de Manaus. Escândalo mundial.

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Jornalismo adjetivado em cena

Desse ponto em diante, a sustentação de Pazuello, na CPI, ficou precária; porta vozes do Exército despacharam declarações de que a instituição militar nada tinha a ver com as decisões do ministro general; ou seja, tiraram o corpo fora e deixaram Pazuello no fogo; a Globo, claro, diante do desastre Pazuello, acelerou artilharia contra governo, seu maior adversário; massacrar Pazuello para fragilizar cada vez mais Bolsonaro blindado pelo ministro em bancarrota virou pauta essencial da Globonews; nesse cenário, o esporte predileto dos senadores majoritários da oposição na CPI passou a ser falar na Globonews cujos comentaristas partiram para adjetivações; a CPI caiu de pau em cima do negacionista Bolsonaro e ajudou a inaugurar novo tipo de jornalismo, no qual abundam noticias adjetivadas. Jornalismo marron está de volta; jornalismo adjetivado. A oposição, que não tinha vez nem voz na Globo, agora, é a sensação; “felomenal”, diria o genial Wilker; cresceu a taxa de Globodependência  no universo partidário; se o vício da Globodependência midiática já era forte na oposição, mas, ainda, dependente, fica no cenário da CPI; o bolsonarismo perde de goleada no plano midiático, no qual Pazzuello, com sua narrativa picotada, antididátia, insegura e inconvincente, afogou-se; JN produzirá  em grande estilo o funeral do general cloroquina.

Naufrágio no grande rio

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