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Leo de Brito

Deputado federal pelo PT/AC

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Cem mil pela democracia

Já não é possível falar em liberdades democráticas no país, a não ser para desejá-las. A agressão que o governo Alckmin (PSDB) cometeu neste domingo contra o direito à manifestação em São Paulo é a mais pura e desoladora comprovação deste fato

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Já não é possível falar em liberdades democráticas no país, a não ser para desejá-las. A agressão que o governo Alckmin (PSDB) cometeu neste domingo, 4 de setembro, contra o direito à manifestação, em São Paulo, é a mais pura e desoladora comprovação deste fato.

Mais do que qualquer sentimento, os fatos gritam. Ao final de um protesto pacífico, que reuniu da Avenida Paulista até o Largo da Batata mais de 100 mil defensores da democracia, a violência policial veio à tona gratuitamente, sem explicação nem motivo.

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Os policiais dizem ter visto pessoas mascaradas, e isso bastou para que as primeiras bombas e as primeiras balas de borracha fossem lançadas sobre quem ainda estava por lá, despedindo-se dos companheiros e buscando uma forma de ir embora - já que as portas do Metrô foram fechadas pelo mesmo governo Alckmin.

Manifestantes foram violentamente agredidos com gás de pimenta e lacrimogêneo. Estilhaços de bomba e balas de borracha feriram trabalhadores, entre eles um repórter da BBC de Londres. Testemunharam tudo isso artistas e parlamentares. Antes mesmo do ato começar, a polícia do governo do PSDB paulista já havia detido 26 jovens, apenas pela suspeita de que poderiam praticar crimes. Todos eles ficaram presos e incomunicáveis, e seus advogados impedidos de trabalhar na sua defesa.

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Infelizmente, o que presenciamos domingo são fatos, mas já não são novidade. Não é preciso ir longe no tempo para encontrar outras atrocidades cometidas pela polícia de São Paulo em manifestações populares em defesa da democracia.

Em junho de 2013, a polícia cegou uma das vistas do fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, que ainda teve seu pedido de indenização negado pela Justiça de São Paulo.

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Recentemente, dia 31 de agosto , uma menina de apenas 19 anos perdeu a visão de um olho, atingida por uma bomba lançada por um policial. E na última quinta-feira, 1o de setembro, uma viatura da PM foi flagrada atropelando um manifestante, no centro da cidade.

Seria de se esperar que o Ministério Público de São Paulo atuasse na proteção da cidadania. Mas ele não passa de um escritório do governo tucano paulista, a quem de fato protege. Exatamente como a mídia, que faz coro ao golpe e nem cogita a dar créditos a qualquer outra versão dos fatos, que não seja a oficial.

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Nada justifica a ação da PM de São Paulo. Nada justifica tratar civis como terroristas. Não tivesse o governo Alckmin fechado as portas do metrô e investido contra pessoas comuns com sua tropa de choque, e não haveria tumulto.

Alguém lembrou que pela primeira vez a polícia paulista está sob o comando indireto de Brasília, uma vez que o ex-secretário estadual de Segurança de Alckmin é hoje Ministro da Justiça. Comando, aliás, que faz de tudo para desqualificar todo e qualquer tipo de protesto contra o governo ilegítimo de Temer.

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Que o digam o próprio Temer, que insiste que seus opositores nas ruas não passam de 40, ou José Serra, para quem as manifestações são "mini mini mini mini...". Que o diga também Henrique Meirelles, que classificou como "substanciais" e "razoáveis" as manifestações na Paulista. Talvez ele não se lembre, mas cem mil foi o número de participantes da histórica manifestação na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 1968, depois que a polícia militar carioca matou a tiros o estudante secundarista Edson Luís Lima e Souto.

A narrativa do governo Temer é clara. Querem isolar os que protestam contra o golpe e pintá-los como uma minoria violenta. Tudo isso, com a cumplicidade de uma mídia golpista. Haja vista as manchetes dos jornais nacionais desta segunda-feira. Um protesto pacífico, democrático e cidadão transformado em arruaça que, nas manchetes de primeira capa, "termina em tumulto".

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