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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Cenas de realismo fantástico no Brasil

Quadrilhão no poder, Geddel com medo de estupro, moralistas calados, panelas silenciosas, Blairo Maggi mantido ministro, o golpe revelado por Janot, Gilmar gravado por Joesley... e as instituições que funcionam plenamente no Bananão; Macondo não é páreo para o realismo fantástico da política brasileira, diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247

Quadrilhão no poder, Geddel com medo de estupro, moralistas calados, panelas silenciosas, Blairo Maggi mantido ministro, o golpe revelado por Janot, Gilmar gravado por Joesley... e as instituições que funcionam plenamente no Bananão; Macondo não é páreo para o realismo fantástico da política brasileira, diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247 (Foto: Leonardo Attuch)
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Michel Temer não deixa de ter certa razão ao dizer que o Brasil vive momentos de realismo fantástico.
 
Eis alguns exemplos:
 
* A Polícia Federal e a procuradoria-geral da República apontam que a República Bananeira do Brasil é governada por uma quadrilha, chefiada por Temer e integrada pelos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, e não se ouvem panelas. Detalhe: os desvios teriam somado R$ 587 milhões nos últimos anos. Pouca coisa.

* Um dos integrantes dessa quadrilha, Geddel Vieira Lima, pivô da maior apreensão de dinheiro sujo da história do Brasil, com os R$ 51 milhões encontrados no seu bunker em Salvador, pede prisão domiciliar. O motivo? O risco de ser estuprado na penitenciária da Papuda.

* Ministro da Fazenda de um governo rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, Henrique Meirelles diz que a denúncia do quadrilhão não impede a aprovação da reforma da Previdência, também amplamente rejeitada por esse sujeito irrelevante da história brasileira chamado povo. E mais: Meirelles se lança à presidência apostando na recuperação da economia – uma alta de impressionantes 0,2% do PIB!!!

* Responsável pela denúncia do quadrilhão, o procurador Rodrigo Janot afirma que o impeachment teve como principal motivação estancar a sangria da Lava Jato, sendo, portanto, um golpe a favor da corrupção – aliás, como já havia sido dito pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). No mesmo dia, no entanto, ele se posiciona contra a anulação desse processo. Ou seja: foi golpe, mas dane-se.

* Adversário de Janot, o ministro Gilmar Mendes afirma que o Ministério Público vive um estado de putrefação, mas, no dia do julgamento da suspeição do procurador-geral no Supremo Tribunal Federal, ele não comparece, alegando compromissos mais importantes. Gilmar também diz ter certeza de ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista sobre patrocínios ao seu Instituto de Direito Público.

* Depois de terem assinado um acordo com a procuradoria-geral da República, os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, são presos. Ou seja: o Estado brasileiro roeu a corda e quebrou um contrato com dois de seus colaboradores.

* O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é também acusado de ter pago mesadas a deputados, de obstruir a Justiça e de ter comprado conselheiros do tribunal de contas do seu estado, mas nada acontece. Ele continua ministro.

* Políticos moralistas que há pouco tempo diziam ter sido derrotados por uma organização criminosa se calam sobre o quadrilhão que governa o País.
 
Macondo, de fato, não seria páreo para o realismo fantástico brasileiro. Todos os exemplos acima são pequenos fragmentos que mostram como as instituições estão funcionando perfeitamente no Brasil – o país que se converteu numa gigantesca vergonha planetária.

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