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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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Chacinas, até quando?

O Brasil já viu chacinas em Vigário Geral (1993), Candelária (1993), Baixada Fluminense (2005), entre outras. Os pontos comuns das chacinas citadas acima são que elas ocorrem em regiões periféricas, especialmente em favelas, e atingem negros e pobres

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As execuções, verdadeiros assassinatos a sangue frio, que ocorreram no Jacarezinho, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, são de causar profunda indignação. Famílias inteiras que residem na favela do Jacarezinho temem pela vida dos seus entes queridos a cada operação policial. Isto porque a polícia, em vez de respeitá-las e protegê-las, invade as suas casas, destila ódio e violência e, por fim, executa, mata. É uma polícia assassina.

E esse tipo de ação mortal promovida – e até defendida sem nenhum pudor por programas sensacionalistas como o Alerta Nacional, por exemplo – pela polícia do Rio de Janeiro (o que infelizmente é uma prática que alcança outras regiões do país) ocorre há anos. As chacinas, que deveriam ser execradas e combatidas de modo a desaparecerem do mapa do Brasil, infelizmente são constantes. Deveria ser de envergonhar. É uma barbárie! 

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O Brasil já viu chacinas em Vigário Geral (1993), Candelária (1993), Baixada Fluminense (2005), entre outras. E a do Jacarezinho já entrou para a história como a mais letal do estado do Rio de Janeiro. As favelas sofrem com o preconceito de cor, mas também de classe. São de antemão alvos de discursos agressivos de setores da sociedade (elite, classe média, mídia corporativa, sobretudo através de programas como Cidade Alerta, etc.) e de ações policiais nefastas, que são verdadeiras execuções e assassinatos em público. 

Os pontos comuns das chacinas citadas acima são que elas ocorrem em regiões periféricas, especialmente em favelas, e atingem negros e pobres. É uma política de morte aos homens e mulheres de cor e sem posses. Uma covardia! Outro ponto comum é que os assassinos, é assim que devem ser tratados esses seres desumanos, em geral são membros de milícias, milicianos. 

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Não é a toa que no contexto atual, no qual temos um miliciano no Planalto que intenta por diversos meios (com o discurso de armar a população para a sua defesa e segurança, como se o poder público não tivesse a responsabilidade de assegurar aos cidadãos brasileiros um mínimo de segurança) armar as suas milícias, esse tipo abjeto de operação policial seja “encorajado”. Imagina se o excludente de ilicitude defendido pelo ex-juiz político parcial de Curitiba, Sergio Moro, fosse implantado, o que seria das favelas, dos negros, dos pobres, dos índios... 

Intriga a chacina no Jacarezinho ter sucedido justamente no momento em que o miliciano no poder assiste o desenrolar de uma CPI (a CPI da Covid-19) e que, sentindo-se acuado de alguma forma, verbaliza nas suas redes sociais e no “cercadinho bovino” uma série de ameaças à democracia (golpe militar contra as restrições de circulação de pessoas alinhavados pelos governadores e prefeitos, suspensão das eleições de 2022 se elas não ocorrerem com voto impresso, etc.). E intriga mais ainda o fato do governador do Rio de Janeiro, o bolsonarista Cláudio Castro, ter recebido Bolsonaro, em reunião, horas antes do massacre na favela, além do que essa operação de morte acabou também beneficiando uma milícia amiga de Bolsonaro (conforme apontou Laura Capriglione em artigo no Jornalistas Livres, no dia 6/5/21). Será que isso tudo é para tirar o foco da CPI e/ou ganhar território para as suas milícias?

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Não importa. O Fora Bolsonaro tem que de alguma forma representar também o Fora Milicianos.

Já chega. Basta! 

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Chacinas, até quando?

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