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Robson Sávio Reis Souza

Doutor em Ciências Sociais e pós-doutor em Direitos Humanos

158 artigos

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Chile continua fervendo

"Estive no Chile na semana passada. A revolta popular continuava latente. Presenciei manifestações", conta o colunista Robson Sávio. "Piñera não cai (apesar das evidentes violações aos direitos humanos e da revolta popular), nem é golpeado pelas Forças Armadas Chilenas, porque está a serviço do capitalismo internacional, da elite chilena e dos interesses estadunidenses", adverte, porém

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Estive no Chile na semana passada. A revolta popular continuava latente. Presenciei manifestações. O pixo, sinal da revolta, cobria várias cidades.

No último dia 29/01, segundo a imprensa local, " o Chile experimentó la noche más violenta de los últimos 77 días. Una persona fallecida, otra con muerte cerebral, 46 carabineros lesionados, seis saqueos, 96 desórdenes, tres gobernaciones dañadas y 124 detenidos. Todo, en una noche, a nivel país."

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Faço os seguintes registros de viagem e sobre a situação política no Chile:

1. Todos os dias, no final da tarde, jovens ocupam e se manifestam na Praça Itália e são reprimidos pelos "pacos" (os policiais que são acusados de assassinatos, estupros e várias violações de direitos humanos). Um taxista me informou: há um movimento que pretende mudar o nome daquela praça para "Plaza Dignidad". A revolução é juvenil, feminina, popular...

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2.Toda a cidade de Santiago, principalmente a área central, está tomada pelo pixo (dizeres) contra o neoliberalismo, o ditador serviçal do capitalismo, Piñera e sua polícia truculenta. Encontrei várias dessas manifestações contra Bolsonaro. No interior do país as cidades também estão cobertas de frases, desenhos, versos... expressando a revolta popular. Apesar das milhares de detenções, dos cegos pela violência policial, seguem as reivindicações e as mobilizações, enquanto se discute uma nova Constituinte.

3. É impressionante, em Santiago, o Museu da Memória e dos Direitos Humanos. Põe à pelo a ditadura sanguinária chilena. A história contada sem medo, apontando o dedo para o sanguinário Pinochet e sua trupe militar assassina. O horror da ditadura é mostrado com verdade nua e crua. É uma obra da ex-presidenta Michele Bachelet, atual Comissária dos Direitos Humanos da ONU.

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4. Por fim, acompanhei um debate pela TV Senado. Líderes de movimentos sociais discutiam no Parlamento (em Valparaíso) uma lei da verdade e da justiça para punir a violência estatal que assola o país e proteger líderes de tais movimentos.

Uma conclusão: Piñera não cai (apesar das evidentes violações aos direitos humanos e da revolta popular), nem é golpeado pelas Forças Armadas Chilenas, porque está a serviço do capitalismo internacional, da elite chilena e dos interesses estadunidenses. Se fosse de esquerda já teria sido golpeado (como ocorreu com Dilma).

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O passeio no Chile foi um aprendizado de civismo, resistência, luta. De certa maneira, um estímulo revigorante para quem sempre esteve e está na trincheira dos direitos humanos.

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