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Marcus Atalla

Graduação em Imagem e Som - UFSCAR, graduação em Direito - USF. Especialização em Jornalismo - FDA, especialização em Jornalismo Investigativo - FMU

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China acende o alerta vermelho: NED em Taiwan

A NED não é a única dessas organizações, trata-se de uma política desenvolvida pelos EUA durante a Guerra-Fria e se tornou ampla após a queda da URSS

(Foto: Reuters)
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Os EUA nunca param, nem mesmo acabou o conflito militar entre a Rússia e Ucrânia provocado por ele e o tigre de papel com garras de aço já está preparando uma revolução colorida em Taiwan.

O Ministério das Relações Exteriores da China alertou ao público que a National Endowment for Democracy (NED) sediará uma assembleia democrática em Taiwan. Para especialistas chineses, através da NED, os EUA continuam usando a cartada ideológica para conter a China, mesmo após a tentativa malsucedida de fazê-la com a “Summit for Democracy”, no ano passado. 

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Neste domingo, estiveram em Taiwan o presidente da NED, Damon Wilson, acompanhado de sua delegação, onde se encontraram com a líder regional de Taiwan, Tsai Ing-Wen, e outros funcionários da ilha. Durante a visita Wilson disse que o NED apoiará a "democracia e liberdade" em Taiwan. Será realizada em outubro uma assembleia na região visando demonstrar que a ilha é um Centro Democrático global. Após a reunião, anunciou-se a realização da 11° Assembleia Global do Movimento Mundial pela Democracia.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, convocou uma coletiva de imprensa, onde declarou que a tentativa dos EUA de usar a “democracia como um escudo ou um talismã” para incitar o separatismo em Taiwan será um fracasso como foram todas as vezes anteriores. 

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Wang prosseguiu: criar uma dicotomia entre o que seria uma Taiwan democrática e uma China autoritária faz parte de uma política vital aos Estados Unidos. Na China o NED patrocina diversas forças separatistas, financia protestos, produz mentiras contra a China através da imprensa, usa as mais variadas ferramentas para interferir nos assuntos internos de outros países. Apenas em 2020, a NED forneceu mais de US$ 10 milhões para cerca de 70 projetos promovendo atividades de desestabilização social e política na China. Dados divulgados no site da NED dão conta de gastos de US$ 8.858,300 dólares para organizações anti-China em Xinjiang (*), entre os anos de 2004 a 2020. 

(*) Xinjiang é uma província chinesa, também chamada de Turquistão Oriental ou Uiguristão. Os uigures são uma etnia de origem turcomena, com tradições islâmicas. Apesar da imprensa Otan há anos propagar que a China cometeria genocídio atacando a população da região. Diversos jornalistas independentes, os quais estiveram no local, desmentem essa versão. Segundo eles, há grupos extremistas islâmicos na região, muitos vindos de países vizinhos, pela porosidade das fronteiras, e estes são combatidos pelo governo chinês. Porém, a China tem políticas de inclusão das diversas etnias que compõem o país. Os uigures têm direito à liberdade de credo religioso e suas tradições, tem assegurados cadeiras no parlamento chinês, além de políticas educacionais. 

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Sobre a National Endowment for Democracy

Fundada em 1983, a NED diz ser uma fundação independente e sem fins lucrativos que trabalha para o "fortalecimento das instituições democráticas" em todo o mundo. Mas não só foi financiada pelo Congresso dos EUA e Casa Branca, como se envolve na infiltração de valores pró-interesses estadunidenses e na destruição de regimes de outros países. Incita movimentos antigovernamentais em todo o mundo sob o disfarce da chamada “democracia”. “Está por trás de muitas revoluções coloridas, convulsões e incidentes violentos que ocorreram em vários países nos últimos anos, incluindo os motins de 2019 na Região Administrativa Especial de Hong Kong da China e as manifestações antigovernamentais na Tailândia”, disse Wang. 

NED, USAID, RAND, Atlantic Council e outras, não são apenas financiadas pelo governo Norte-Americano, essas think tanks são parte das Agências de Inteligência e do Pentágono dos EUA. Um dos membros do conselho do National Endowment for Democracy é a Victoria Nuland. Atualmente é a Subsecretária de Estado para Assuntos Políticos do Governo Biden, recentemente ficou na berlinda pelos biolaboratórios na Ucrânia e a atuação direta no Maidan, golpe de 2014 no país eslavo.

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A NED não é a única dessas organizações, trata-se de uma política desenvolvida pelos EUA durante a Guerra-Fria e se tornou ampla após a queda da URSS. Ela tem grande atuação na América Latina, incluindo-se o Brasil. O modus operandi e a formação de uma intrincada rede, financia instituições, políticas públicas, universidades e pesquisadores, partidos políticos, artistas, organizações populares, ONGs, OCIPs etc. Muito oposto ao senso comum, não financiam apenas instituições e movimentos pró-EUA ou de extrema-direita. A política adotada é muito mais sagaz. Financiam-se todos os grupos citados acima, entretanto, de vertentes de esquerda ou plurais.

Desse modo, vai-se fagocitando pessoas, políticas civis e públicas, muitas dessas pessoas, nem mesmo têm consciência de estarem participando de algo muito maior e com outros objetivos, O Gigante Acordou, pela PEC-37, Não Vai ter Copa etc. Ao mesmo tempo, essas matrizes do Estado Norte-Americano vão sugerindo e auxiliando políticas e movimentos, criam-se relações interpessoais e relações entre instituições com o Estado. Pode parecer complexo e é mesmo. Assim como é a complexidade da sociedade atual. 

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Antes tudo isso fosse apenas uma teoria da conspiração e não um método com todo um processo de construção de décadas. Algo discutido e estudado há muito tempo no exterior, mas, que no Brasil continua invisível, mesmo após 2016.

Recomendações de leitura:

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• “Quem pagou a Conta? – A Cia na Guerra Fria da Cultura, Francis Stonor Saunders

• “Manifest Destiny: Democracy as Cognitive Dissonance”, Frederick. William Engdahl

• “Foundations and Public Policy The Mask of Pluralism”, Joan Roelofs 

• “US Imperialism: The Changing Dynamics of Global Power (Globalization, Crises, and Change)”, James Petras.

• The American Journal of Economics and Sociology, “How Foundation Exercise Power”; Vol.74; set. 2015, Joan Roelofs

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