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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

629 artigos

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China fortalece PT na sucessão 2022

(Foto: Divulgação)
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Lição chinesa: Estado é capital

Quem está por trás do lance de R$ 52,4 milhões/ano oferecido por consórcio empresarial chinês, para iniciar construção da ponte Salvador-Ilha de Itaparica, de 12,4 km, orçada em R$ 5,4 bilhões, a serem pagos em 35 anos, na base da parceria público privada(PPP), tocada pelo governo petista de Rui Costa, Bahia?

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Claro, o estado comunista chinês, que, por meio das agências de financiamento estatais, tipo BNDES, bombeia as empreiteiras chinesas, em sua expansão internacional, vencendo licitações sem concorrentes, como acaba de acontecer, no leilão realizado na bolsa de São Paulo, na última sexta feira.

O estado, povo e empresários baianos pagarão as empresas financiadas pelo governo chinês, com previsão de gerar 20 mil novos empregos e transformar o perfil econômico da Bahia e do Nordeste ao longo do século 21.

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Numa só tacada, o governo Rui Costa abre espaço aos investimentos públicos, contrastando, radicalmente, com orientação econômica ultraneoliberal do governo Bolsonaro, de privilegiar austeridade neoliberal, em vez de desenvolvimento social, acumulando, com essa opção recessiva, desemprego de 12 milhões de trabalhadores brasileiros e crescimento medíocre de 1% do pibinho bolsonarista.

O governador baiano, com obra pública de repercussão internacional, coloca-se, desde já, na vanguarda desenvolvimentista, cujas consequências serão aumentar o cacife do PT na sucessão presidencial em 2022, dando pontapé na disputa que se inicia com eleições municipais de 2020.

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Jiping repete Lula

Na prática, o governo Xi Jiping, comandante do partido comunista chinês, ao financiar empreiteiras chinesas, pelo mundo afora, repete o que os governos petistas de Lula e Dilma fizeram: usar BNDES para expandir, mundo afora, as empreiteiras nacionais, como a Odebrecht, liquidada pela Operação Lavajato, a serviço do governo americano, depois do golpe de 2016.

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Por agir, nesse sentido, Lula e Dilma são demonizados por seus opositores, que, hoje, estão no governo, sem projeto de desenvolvimento, acossados pela crise capitalista internacional, ameaçados de derrotas eleitorais, em 2020 e 2022, caso insistam em destruir a economia brasileira por meio de austeridade fiscal ultraneoliberal, caminhando na contramão do mundo.

A estratégia chinesa de se expandir no Brasil, portanto, é semelhante à geopolítica pregada por Lula, que pretendia amplia-la, ainda mais, fortalecendo participação brasileira nos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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Trata-se – no caso chinês – de ampliar gastos públicos, para puxar demanda global em diversos países, mediante expansão da dívida pública chinesa, administrada pelo partido comunista, na tarefa de financiar empresários da China em escala internacional.

Comunismo x Capitalismo

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A diferença fundamental entre o estado comunista e o estado capitalista é que o estado comunista controla a oferta monetária, centralizando juro e câmbio; nesse sentido, o estado chinês é, efetivamente, capital, para ganhar, com juro baixo, a concorrência internacional.

Não há, portanto, restrição ao aumento de gasto pelo estado comunista, que controla o crédito, na tarefa de financiar setor privado chinês; se o capital é poder sobre coisas e pessoas, como diz Marx, por que temer a dívida pública, sob comando do partido comunista?

Essa, fundamentalmente, foi a economia política marxista, aplicada por Lenin-Trotski, para tocar industrialização soviética, depois da revolução comunista de 1917.

No momento, a nova política monetária que os democratas, nos Estados Unidos, defendem, sintoniza-se com essa orientação, rumo ao conceito de que não há restrição orçamentária aos aumentos de gastos públicos.

A diferença, no entanto, é que os democratas são condicionados, em suas estratégias, pelo estado capitalista; nele, o controle do crédito está com a banca privada, não com o partido comunista, no poder, como acontece na China e aconteceu na União Soviética.

A dívida pública dos estados capitalistas, orientadas pelo interesse privado dos credores, submete-se à especulação financeira, cujas consequências, em meio às contradições capitalistas, são explosões de bolhas financeiras, que desorganizam a economia mundial; ainda hoje, o crash de 2008 espalha destruição e anuncia perigo de nova crise internacional.

Leninismo-trotskismo

Já sob comunistas chineses, no poder, com o crédito público sob controle estatal, a dívida pública deixa de ser problema, para se transformar em solução.

O grande confronto, portanto, na segunda década do século 21, é entre o esgotamento do estado capitalista endividado, incapaz de suportar juro positivo, e o estado comunista, que não tem restrição quanto ao endividamento estatal.

O leninismo-trotskismo-maoista econômico-financeiro, portanto, está por trás, tanto da limitada proposta democrata americana capitalista, como da ilimitada proposta comunista, na disputa do controle econômico global.

A obra pública que os chineses tocarão, na Bahia, governada pelo PT, é a prova concreta de que o estado comunista, tocando obras públicas, em escala global, exerce supremacia sobre estado capitalista, ameaçado pela especulação financeira, que, como reconhece o FMI e o Banco Mundial, impede crescimento sustentável do PIB capitalista, acima de 2,5%/ano.

As negociações entre China e Estados Unidos, em torno do acordo comercial, demonstram, enfim, a supremacia do estado comunista sobre o estado capitalista, esgotado pela especulação financeira sobre a dívida pública, financiada pela estratégia keynesiana em crise.

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