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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Ciro, candidatura morta

Ciro Gomes não soube inserir-se no campo da centro-esquerda, não soube vender o plano econômico desenvolvimentista que de fato possui. Boquirroto, suicidou-se na largada ao proferir ataques rasteiros contra tudo e todos

Ciro Gomes (Foto: ADRIANO MACHADO/REUTERS)
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Ciro Gomes estuda a possibilidade de abandonar sua candidatura à Presidência da República. Será triste fim para um persistente competidor, quadro qualificado no pobre cenário político nacional, mas que não prima exatamente pela boa estratégia eleitoral. Optou pela estupidez de agredir com a mesma ênfase Lula e Bolsonaro, em flagrante demonstração de desonestidade intelectual. Acreditou na balela da terceira via e vê Sérgio Moro ocupar o espaço que almejava para si.  

Não há terceira via: há Lula de um lado e, de outro, todos aqueles que respondem pela eleição de Bolsonaro – alguns arrependidos, outros não. 

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Ciro Gomes não soube inserir-se no campo da centro-esquerda, não soube vender o plano econômico desenvolvimentista que de fato possui. Boquirroto, suicidou-se na largada ao proferir ataques rasteiros contra tudo e todos. Transmitiu destempero. 

É triste, porque Ciro tem o que mostrar. Apesar de ter navegado com PDS, PMDB, PSDB, PSB, Pros e PDT, o que indicaria enorme vazio ideológico, sempre foi, em cargos no Executivo, um realizador pragmático. Deixou o governo do Ceará com 74% de aprovação, finalizou a implantação do Plano Real como ministro da Fazenda de Itamar Franco e, como ministro da Integração Nacional no primeiro governo Lula, de 2003 a 2006, imprimiu bom ritmo à gigantesca obra de transposição do Rio São Francisco. 

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A imagem de Ciro Gomes refletia um político inimigo da hipocrisia. Contra José Serra, em 2010, quando da patética “agressão” com uma bolinha de papel sofrida pelo tucano, não compartilhou de “supostos” e “supostas” da mídia cheia de dedos: “A candidatura do Serra, basta ver todas as candidaturas das quais participou, sem exceção de nenhuma, tem essas características da violência, da traição, da rasteira, do jogo sujo, do jogo baixo. O candidato que tem a coragem de fazer uma simulação de receber uma bola de papel na cabeça a ponto de baixar em um hospital e ficar 24 horas de repouso, é um candidato que, ganhando poder, sabe-se lá o que seria capaz de fazer”.

O passar do tempo, contudo, emoldurado por seguidos fracassos eleitorais, parece ter levado Ciro Gomes ao desespero. Da anti-hipocrisia descambou para a baixaria – seu recente ataque a Dilma Rousseff foi gratuito e vergonhoso: “Uma das pessoas mais incompetentes, inapetentes e presunçosas que já passaram pela Presidência”.    

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Ciro sabe como ninguém da farsa que foi a Operação Lava Jato, sabe que Lula foi vítima de uma armação jurídico-político-midiática e mesmo assim adota em relação ao ex-presidente o discurso udenista dos paladinos da justiça. Age como Serra agiu no passado, com violência, traição, rasteiras, jogo sujo, jogo baixo. Por isso morreu eleitoralmente.

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