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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

615 artigos

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Colapso do rentismo global

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Bancarrota à vista

Luís Nassif, do GGN, hoje dá uma dentro sensacional.

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Diz, baseado em dados econômicos do setor de comunicação, que a Globo, como conglomerado, está indo para o sal.

O lucro dela está desabando com a queda da Selic.

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Em 2019, o prejuízo operacional registrou 80 bilhões de reais; esse ano, 530 bilhões, redução dos ganhos especulativos.

É a bancarrota do rentismo especulativo, de maneira geral.

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O capital, em processo de sobreacumulação, ao promover a desigualdade social, em escala incontrolável, deixa de ter lucro na produção e no consumo, deslocando-se para a bolsa.

Ali especula, à larga, com juros.

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O crash de 2008, que levou bancos à quebradeira, sendo salvos, apenas, pelas expansões monetárias promovidas pelos bancos centrais, americano, europeu, japonês, chinês etc, criou nova realidade financeira global.

O excesso de moeda em circulação, ampliado pelos quantitative eise, como medida de salvação, jogou a taxa de juros no chão.

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Tornou-se insustentável manutenção de juro positivo, para não implodir dívidas públicas, sem as quais o capitalismo não sobrevive, desde o crash de 1929.

O fim de lassair faire deu passagem aos gastos públicos inflacionários, para combater deflação neoliberal. O governo inflaciona, mas enxuga, faz crescer a dívida no lugar da inflação, para girar a economia, arrochando salários, diminuindo juros, elevando preços e perdoando dívida dos governos, das famílias e das empresas.

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Produz, dessa maneira, eficiência marginal do capital(lucro) e espírito animal investidor.

Crash, crash, crash

O crash de 2008, na prática, foi repeteco do crash de 29 em escala quadruplicada, devido aos derivativos de dólar, produzidos, especulativamente, no processo de sobreacumulação, decorrente do fim do padrão ouro.

A liquidez global alcançou, segundo especialistas, os 700 trilhões de dólares, para um PIB mundial inferior a 70 bilhões de dólares.

Não é à toa que o juro está negativo para todo o lado.

Banana podre no mercado cai de preço, rapidinho.

Trump briga o tempo todo com o FED para diminuir juros.

Na Europa, mesma coisa.

Todo mundo, atualmente, repete o Japão, que continua expandindo dívida pública com juro negativo.

A relação dívida/PIB japonesa está na casa do 200%, mas não preocupa.

Já, no Brasil, 79%, mas, impactada pelo juro especulativo, deixa governo asfixiado.

No Japão, o investidor bota 100 dólares no banco e, ao final do ano, tem 70 dólares, na sua conta corrente.

A era do juro positivo acabou com a derrocada do rentismo, na financeirização global.

A mamata dos especuladores estava vigorando, apenas, no Brasil.

O capitalismo está na armadilha da liquidez.

Os capitalistas financistas brasileiros e internacionais, especulando por aqui, ganhavam os tubos com taxa de juro fixada pelo BC acima do crescimento da economia.

Essa prática vem desde o Plano Real.

Superacumulação de capital

Os economistas tucanos, teleguiados de Washington, hoje, estão divididos.

Foram eles que produziram o que hoje os preocupa: a desigualdade social extrema que compromete o capitalismo tupiniquim, por falta de consumidores.

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, nessa sexta feira, em entrevista a Claudia Safatle, no Valor, considera a desigualdade questão central da baixa produtividade.

Novidade, nunca tinha se preocupado com isso, ou pelo menos se manifestado a respeito.

Quando no governo, conduziu abertura total aos especuladores internacionais.

Dá razão a Marx que diz ser a crônica insuficiência de demanda o maior problema do sistema capitalista.

Não se trata de produção, mas de consumo.

As indústrias em geral estão com capacidade ociosa de 85%, decrescendo 0,3%, como anunciou CNI, em julho, relativamente, a junho.

Juro baixo, apenas, não anima capitalismo.

As taxas estão no chão, em todo o mundo, mas quem vai investir, se não há consumidor?

Gastar para arrecadar

Armínio vai se rendendo à posição de outro ideólogo do real, André Lara Resende, contrário, hoje, ao receituário de Washington, do tripé econômico neoliberal – metas inflacionárias, câmbio flutuante e superávit primário a qualquer custo.

Só, ainda, defende essa loucura Mansueto de Almeida, secretário de governo.

Bate na tecla desgastada de que é preciso priorizar superávit primário, mediante radical austeridade fiscal, via teto de gastos, para equilibrar dívida/PIB, de modo a garantir juro cadente, capaz de permitir a retomada sustentável da economia.

Caso contrário, alerta, a inflação pode voltar.

Há, há, há.

A taxa de juros está derrotada, caminhando para zero, descontada a inflação, e o que cresce não é a produção, mas o desemprego!

Receituário economicida do qual o mundo está fugindo igual diabo da cruz.

Lara Resende abraça Keynes e Abba Lerner, convictos de que não há restrição para ampliação dos gastos do governo, única variável econômica capitalista independente, capaz de ser carro chefe no capitalismo.

Ele se conscientizou de que derrubar juro não basta, se não se combate desigualdade social.

Economicídio ultraneoliberal

A receita ultraneoliberal de Paulo Guedes é suicídio político e econômico para presidente Bolsonaro.

Prefeitos e vereadores não suportam mais teto neoliberal de gastos.

Não é à toa que a base política bolsonarista está irremediavelmente dividida.

Prefeitos e vereadores, sem grana no bolso, vão para o matadouro, nas eleições municipais?

Mansueto, com sua visão mecanicista, diz que o teto de gasto, produzindo superávit primário, zerando contas do governo, não afeta prefeitos e vereadores, por isso, tem que se mantido.

Comunga com o argumento de que governo é dona de casa que não pode gastar além do que arrecada, desprezando o fato de que ele é multiplicador de renda quando gasta.

O secretário, ainda, está na de achar que gasto social é custo e não renda que se multiplica; se derruba o estado, destrói produtor da renda, tornando-se fator de redução desenvolvimentista.

O receituário religioso neoliberal econômico fundamentalista, que Mansueto prega, levará o governo, se for mantido, a ferro e fogo, à situação da Argentina, debacle econômica, política e eleitoral.

Armínio Fraga, especulador discípulo de George Soros, rende-se a Lara Resende.

A grande roubada do Plano Real, faz mea culpa Resende, foi deixar solto o Banco Central, fixando, desde 1996, a taxa de juros acima do crescimento do PIB.

Produziu endividamento impagável que se transformou em garrote do desenvolvimento sustentável.

A desigualdade social tem origem na especulação desenfreada dos juros, que mata o consumidor e paralisa a economia.

Os capitalistas rentistas, como os Marinhos, da Rede Globo, agora, amargam o chicote no lombo de quem mandou dar.

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