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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Com veemência e volume

O Brasil, que até há pouco era a 6ª economia mundial, que chegou a ter 4,5% da sua população economicamente ativa sem trabalho, em 2014, e saiu do Mapa da Fome, em 2012, vive, agora, uma distopia conjuntural que perpassa pelo econômico, pelo social e pelo cultural

Com veemência e volume (Foto: Ueslei Marcelino - Reuters)
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O Brasil, que até há pouco era a 6ª economia mundial, que chegou a ter 4,5% da sua população economicamente ativa sem trabalho, em 2014, e saiu do Mapa da Fome, em 2012, vive, agora, uma distopia conjuntural que perpassa pelo econômico, pelo social e pelo cultural. Outrora respeitado internacionalmente, quando Lula e Dilma eram recebidos com tapetes vermelhos, pompas e circunstâncias, desde 2016 o Brasil tem causado estranheza na comunidade internacional, principalmente com a supressão da democracia. Todas as comunidades internacionais, desde as científicas, às jurídicas e econômicas, passando pela de países dos mais diferentes níveis econômicos e orientações políticas, sabem que Dilma Rousseff foi derrubada por um golpe parlamentar, togado e midiático.

O poder midiático se encontra sob o mando do mercado financeiro. Segundo o economista Márcio Pochmann, o Grupo Globo tem uma dependência muito forte de receitas financeiras, que saltou de 32,%, em 2017, para 77,5%, em 2018. Alguns veículos de imprensa, tradicionais impressos de São Paulo e do Rio de Janeiro, já são propriedade dos bancos, que os utilizam como caixa de ressonância da ideia de que um estado mínimo no 9º país mais desigual do mundo fará bem para a maior parte da população brasileira. Mas a elite financeira não se refere aos mais de 70% da classe trabalhadora, que recebem não mais que dois salários mínimos e nem aos 33% dos 105 milhões de trabalhadores que têm acesso a um emprego formal. Essa dependência revela por que a Globo e outros veículos de comunicação estão tão empenhados em aprovar a reformada da Previdência.

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A reforma da Previdência é a pauta, não apenas das organizações da classe trabalhadora, mas também dos lares, dos bares, das salas dos professores, dos clubes, praças, enfim, de todos os cantos do País. O motivo do interesse é que o assunto diz respeito aos mais de 200 milhões de brasileiros. A sociedade está, a cada debate, mais informada acerca do que está por trás da proposta. Haja vista a ameaça do ministro da Economia, Paulo Guedes, de pedir demissão, caso a reforma não seja aprovada exatamente do jeito que está. Estamos no caminho certo e devemos combater com mais veemência a esse ataque deletério ao Estado de Bem-Estar Social, estabelecido pela Constituição Federal de 1988. A elite está determinada a deter o poder por meio do controle do PIB. Este, em 2018, foi de R$ 6,8 trilhões. A reforma do Paulo Guedes custará R$ 6 trilhões.

No Chile, a reforma custou mais de 130% do PIB e, 38 anos depois, ainda é paga pela classe trabalhadora, ao custo de 2,5% do PIB. Cerca de 80% dos aposentados recebem menos de um salário mínimo e 49% vivem abaixo da linha da pobreza. Paulo Guedes e Bolsonaro querem que a classe trabalhadora pague o R$ 1 trilhão que pretendem dar aos bancos para eles comercializarem planos de previdência privada. A Seguridade Social é o desejo dos bancos, pois eles sabem da sua condição superavitária. Os deficits não estão nas aposentadorias rurais e nem em BPCs, para pessoas com 65 anos e em condição de miséria. Os ralos da Previdência estão na Desvinculação de Recursos da União; nos R$ 300 bilhões, em sonegação fiscal; nos R$ 400 bilhões, em isenções; nos R$ 400 bilhões, em refinanciamento de dívidas dos setores produtivos, rurais e urbanos. Todos os anos, o mercado financeiro abocanha R$ 1,2 trilhão da classe trabalhadora.

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A reação da classe trabalhadora deve ser à altura para rechaçar as propostas de Guedes, tanto a reforma da Previdência, quanto a MP 873, que impede os sindicatos de agirem em momento tão delicado da história. É fundamental que os trabalhadores apoiem os sindicatos e com eles ganhem as ruas para barrar essa proposta de retrocesso civilizatório. A sociedade deve se lembrar, sempre, da provisoriedade dos mais de 100 artigos da PEC da Previdência. De acordo com a proposta, eles serão regulamentados por leis exaradas do Poder Executivo, que podem estabelecer condições até mais draconianas às apresentadas. Nesse sentido, somente a ocupação das ruas pode resistir a esse retrocesso. Os sindicatos devem ser apoiados e instados a ocuparem as ruas, organizando a classe trabalhadora nessa luta que é de todos nós. Mais do que nunca, o desejo de um país soberano deve ser colocado nas ruas, com veemência e volume.

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