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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Comentarista subcelebridade

"O comentarista-subcelebridade contorce-se para encontrar um viés negativo para a candidatura Lula na matéria da Time e em todos os seus pronunciamentos"

Lula (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)
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Não sara. A doença da imprensa brasileira – aquela - já vem de muito tempo e é incurável. A figura, as falas e os atos de Jair Bolsonaro deram a impressão de que a parte golpista do jornalismo acordaria dadas as trevas a que o país era levado. Bastou Lula ressurgir do isolamento criminoso a que foi submetido e apresentar-se candidato, e favorito, para a mídia exibir de novo sua face real.

Comentarista político com perfil de subcelebridade é dose. O sujeito tem 40 anos de profissão e sabe como ninguém o que significa uma capa da Time. A foto de um Lula estadista ali estampada é um tiro político de alcance global, um sinal para o mundo de que o stablishment vê o ex-presidente com bons olhos, o que aplaca qualquer temor do tal mercado. 

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O comentarista-subcelebridade, contudo, contorce-se para encontrar um viés negativo para a candidatura Lula na matéria da Time e em todos os seus pronunciamentos, tentando viabilizar a terceira via eleitoral que lhe apraz. Chega a ser engraçado: se Lula fala ao povo, a subcelebridade diz que está perdendo o voto das elites; se fala às elites, a subcelebridade dá como certa sua derrota por perder o voto do povo; se fala ao mundo uma obviedade, mesmo que em sintonia com o que fala o Papa, a subcelebridade mostra-se escandalizada.

Quanto ao mercado, nada mais falso do que a existência de pavor diante da iminência da vitória de Lula. Foram oito anos de governo dele em que o Brasil nadou de braçada não apenas nas camadas mais baixas da população. Também esse ente sinistro que uns chamam da Deus deu-se muito bem, obrigado. Até o FMI foi contemplado por Lula, sem que se cometesse austericídio.

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Quando o mercado diz buscar um terceiro nome, não é por temor de uma vitória de Lula. É por poder - o mercado quer governar (nesse sentido, a inépcia de Paulo Guedes o decepcionou).

Não há economia que ande para frente diante de uma redução real do salário mínimo e de um desemprego tão elevado. Os juros nas alturas talvez atraiam algum dinheiro, mas a insegurança causada pelo presidente, a probabilidade de golpe contra as eleições e a absoluta ausência de um norte programático afugentam. 

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Em tal cenário, analistas políticos desdobram-se para equilibrar Lula e Bolsonaro como polos radicais e incapazes, negando a história recente de prosperidade que o Brasil viveu com o primeiro em termos socioeconômicos, além do firme avanço institucional, com algumas das melhores cabeças do país a comandar agências reguladoras, órgãos científicos, fundações culturais.

Os governos Lula, longe de serem a redenção para 500 anos de exploração, deixaram marcas positivas na vida do povo, as quais desaparecem sob Bolsonaro. Foi um tempo de subir de patamar, tempo de alegria e orgulho. Foi um tempo em que nosso ministro da Cultura botava chefes de Estado para dançar na Assembleia Geral da ONU.

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Contra esse legado insurge-se um infantiloide que se empenha para armar a população, que devolveu o Brasil ao mapa da fome, que responde pela maior inflação das últimas duas décadas, que enaltece ditadores e torturadores, que estimula a destruição da Amazônia, que loteou a Educação entre pastores evangélicos, que desdenhou da pandemia da Covid-19 e boicotou a vacina, que deixa o Centrão manejar o Orçamento, que fabrica uma crise a cada vez que abre a boca, que prega abertamente contra a democracia.

Há quem veja dois polos que se equilibram, um à direita, outro à esquerda, mas não existe parâmetro, não há nível de comparação. O centro desejado por essa gente está muito bem representado por Geraldo Alckmin ao lado de Lula. Terceira via é conversa para boi dormir, é assunto de quem cevou no próprio âmago uma perene repulsa a tudo que representa avanço na direção da igualdade. São filhotes daquela socialite que se incomodava com porteiros lhe tomando espaço no aeroporto. Gente que não se importaria em ter Bolsonaro por mais quatro anos destruindo o Brasil.

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