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José Aníbal

Senador suplente (PSDB-SP), ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PSDB

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Como mentem

Raras vezes a manipulação, a bravata, o engodo e o falseamento da realidade tiveram um peso tão determinante na agenda de um governo e na imagem pública que ele projeta

Raras vezes a manipulação, a bravata, o engodo e o falseamento da realidade tiveram um peso tão determinante na agenda de um governo e na imagem pública que ele projeta (Foto: José Aníbal)
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No dia 17 de abril, depois da prisão do tesoureiro João Vaccari Neto, o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores anunciou que deixaria de receber doações de empresas. Mas na quinta-feira passada, dia 7 de maio, o jornal Valor Econômico revelou que os diretórios estaduais do PT seguem buscando ajuda de empresários para quitar dívidas de campanha.

"A dívida foi contraída antes da decisão do diretório nacional do partido de vetar doações empresariais privadas", disse um dirigente do PT baiano, cujas dívidas chegam a R$ 12,5 milhões. No Ceará, onde resta a pagar R$ 11 milhões, a justificativa foi semelhante: "A decisão de o PT não aceitar mais doações privadas não vale para o que foi contraído em 2014", disse um dirigente.

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Por que então o PT deu ênfase à medida em sua propaganda na TV, se já era sabido que seus diretórios não estavam cumprindo o anunciado? Que vantagens pode-se aferir da mentira senão o aprofundamento do descrédito do mentiroso? Basta ver a resolução de expulsar do partido os corruptos. Depois da volta triunfal de Delúbio Soares, quem acredita no corte da própria carne?

Atribui-se a Maquiavel a funcionalidade política da mentira. Ao franquear ao príncipe a licença para utilizar meios excepcionais, desde que os fins se justificassem, Maquiavel deu à mentira, encarada como audácia e cálculo, um estatuto de virtude. O ato de mentir confundir-se-ia com as razões de Estado. Seria algo como um atalho para o consentimento.

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As mentiras dos príncipes do petismo, todavia, fariam o politólogo florentino corar. É difícil lembrar de outro grupo político que tenha enganado seus eleitores de forma tão sistemática. Raras vezes a manipulação, a bravata, o engodo e o falseamento da realidade tiveram um peso tão determinante na agenda de um governo e na imagem pública que ele projeta. A credibilidade chegou a zero.

Como se vê, a miséria acabou. A conta de energia caiu. A inflação está controlada. O PAC acelerou o crescimento e o investimento decolou. Os juros são os mais baixos da história. As contas públicas estão em ordem. O pré-sal lançou o Brasil ao primeiro mundo. Ninguém combateu tanto a corrupção. O mensalão nunca existiu. As doações são todas legais. A pátria educadora está aí.

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O completo descrédito de Dilma com a população e a indisfarçável objeção do sistema produtivo ao governo resumem o quanto fez mal ao país a desmoralização continuada. Não tanto pelos resultados do Planalto, que o Brasil vai reverter, mas pelo deboche com os anseios da sociedade. A mentira desmobiliza e despolitiza, e nunca precisamos tanto da participação.

Como engajar a sociedade com esse exemplo que vem de cima? É tanta mentira que o governo se resume a falsear o presente para fazer crer que os engodos passados se realizaram. Por isso, a inconfidência do companheiro Mujica, segundo o qual Lula teria dito que o mensalão era "a única forma de governar o Brasil", não surpreendeu a ninguém. No reinado petista, a verdade é um bem escasso.

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