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Alberto Goldman

Ex-governador de São Paulo (PSDB)

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Como nunca antes em nosso país

O secretário Tatto imaginava que a PM poderia evitar as consequências da paralisação e deveria tirar os ônibus das vias? Esse é papel do governo municipal

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A recente paralisação dos transportes em São Paulo, provocada por uma dissidência interna ao Sindicato dos Trabalhadores do setor, é um exemplo do grau de esgarçamento a que se chegou na sociedade brasileira nas relações entre pessoas e grupos sociais. Eles se enfrentam no afã de proteger ou conquistar algo que supõem seu direito e se dispõem a transgredir a lei para atingir seus interesses atingindo direitos e interesses de outros.

No caso em questão o conflito assumiu uma gravidade nunca antes verificada, como nunca antes em nosso país. Os condutores dos ônibus de transporte urbano de passageiros de São Paulo não fizeram uma greve tradicional que, por si só, é ilegal porque se trata de serviço público essencial. Decidiram assumir a direção dos ônibus, levá-los às ruas com passageiros, pará-los aleatoriamente e obrigaram esses passageiros a desembarcar abandonando os veículos onde estivessem. Em alguns casos o colocaram de forma transversal na avenida, furando pneus e impedindo o tráfego.

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Cometeram um crime que tem de ser punido. A polícia civil tem de abrir um inquérito (já abriu) e promover o devido processo legal. Além de perturbarem a cidade como poucas vezes se viu, eles transformaram milhares de trabalhadores em reféns, jogados nas ruas sem nenhum respeito, sem qualquer sentimento de solidariedade, sem compaixão. Deixaram de ser seres humanos. Agiram como se os seus direitos se sobrepusessem aos direitos de outros milhares de cidadãos que ficaram andando pelas ruas sem saber o que fazer.

É verdade que o poder público foi pego de surpresa. A prefeitura não teve como acionar, de imediato, o seu esquema de emergência que, de qualquer maneira não estaria preparado para essa situação inusitada. O governo do Estado, por sua vez, reforçou o esquema de segurança pública para preservar as pessoas e o patrimônio. Era o que podia e o que devia fazer.

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A nota destoante foi o secretário da prefeitura, Tatto, responsável pela área dos transportes coletivos, que resolveu reclamar do governo do Estado, acusando-o de atitude passiva. Lembram-se do caso da desocupação do “pinheirinho”, em que a PM foi acusada pelo PT por cumprir uma determinação judicial?

O secretário Tatto imaginava que a PM poderia evitar as consequências da paralisação e deveria tirar os ônibus das vias? Esse é papel do governo municipal que tem pessoas preparadas e equipamentos adequados para fazer a operação. É claro que, com 2 mil ônibus paralisados nas vias, essa operação em tempo curto seria impossível. Mas acusar a PM é uma aberração. A PM não tem motoristas habilitados, nem equipamentos adequados a uma operação desse tipo. A PM pode, e deve, proteger os agentes da prefeitura na sua responsabilidade de desobstruir as vias. Esse é, de fato, o seu papel. Nada mais.

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Esse é mais um episódio do clima em que vivemos. O problema não é do Município, nem do Estado. É do país, como um todo, que estoura em São Paulo por suas características peculiares. Tudo isso produto de anos e anos de descalabro, de desrespeito às leis e aos valores universais de um regime democrático onde se deve construir uma sociedade solidária. O PT, Lula e Dilma percebem agora a sua responsabilidade com os males que afetam a sociedade brasileira?

Como nunca antes em nosso país, Lula tem razão…

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