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    Leonardo Attuch

    Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas Istoé e Nordeste

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    Como se move a oposição

    Uma das condições para um processo de impeachment é unidade. E ela está ainda muito distante

    Uma das condições para um processo de impeachment é unidade. E ela está ainda muito distante (Foto: Leonardo Attuch)

    O governo Dilma enfrenta hoje um momento de baixa popularidade, há novos protestos convocados para 16 de agosto, a crise econômica pode se acentuar e vêm ainda pela frente dois julgamentos importantes: um no Tribunal de Contas da União, sobre as chamadas 'pedaladas fiscais', e outro no Tribunal Superior Eleitoral, sobre os gastos de campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.

    Um quadro delicado, não há dúvida, mas ainda insuficiente para provocar um processo de impeachment. Especialmente porque, bem diferente do que ocorreu em 1992, quando Fernando Collor foi afastado, há muito pouca unidade do lado de fora do Palácio do Planalto. Hoje, os interesses dos principais caciques da oposição divergem porque todos se julgam beneficiários da crise.

    Ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, interessa o desfecho rápido, com o afastamento de Dilma e Temer, porque, assim, com novas eleições, ele se beneficiaria com o recall de 2014. O governador paulista Geraldo Alckmin, no entanto, defende que a vida siga seu curso normal até 2018, quando ele teria condições de se impor como candidato. Como ele, o governador goiano Marconi Perillo também se vê apto a disputar o Planalto e faz o discurso da 'oposição responsável'.

    Quem corre por fora é o senador José Serra (PSDB-MG), que já deixou mais do que escancarados seus gestos de aproximação em relação ao PMDB. Serra aceitaria um eventual governo Temer, desde que o atual vice não disputasse a reeleição, em 2018, e ele, Serra, pudesse ser um superministro, assim como FHC foi de Itamar.

    Enquanto a oposição se divide, Dilma teve a oportunidade de atuar como chefe de estado, na cúpula dos BRICs, em Ufá, na Rússia, e colocou o guizo no gato, rotulando alguns de seus adversários como "golpistas" e explorando, ainda, a divisão dos inimigos. Como guerrilheira que foi ela sabe que, sem unidade, não há mudança de regime.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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