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Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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Confissão de um homem que queria mudar o mundo

Então me tornei um militante por uma comunição livre, alternativa. À margem da chamada mídia de mercado ou das grandes corporações midiáticas. Eu era, mais uma vez, um marginal. Era novamente um gauche

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Confesso meu intento tolo e voluntarista: queria mudar o mundo.

Quando tinha dezessete anos eu queria mudar o mundo. 

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Um desejo comum a muitos dos jovens. Não é mesmo? Quem um dia não teve a pretensão de transformar o mundo? Até já se disse naquela música, meio rock’n roll,  da nossa MPB, como uma espécie de penitência ou lamento tardio: “E aqueles garotos (e garotas) que iam mudar o mundo, hoje assistem a tudo em cima do muro”. Algo assim.

Tentei, por principio e a princípio, nessa época mudar o mundo por intermédio da poesia.  Na época da militância na chamada poesia marginal. Mas não deu certo. Pode-se mudar/melhorar um homem, dois homens, alguns homens, por intermédio de um punhado de poemas, mas não se consegue transformar o mundo.

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E viva a poesia!

Depois, fui sindicalista, por quase uma década. Pois pensava e entendia, naquele momento da vida, que, propiciando uma boa formação cultural e política às massas de trabalhadores poderia, finalmente, (re)acender nos homens a centelha do fogo de Prometeu e assim mudar o mundo. 

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Fracassei novamente.

E viva o sindicalismo! Viva os sindicalistas!

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Foi mais ou menos nessa ocasião que descobri que a cabeça das tais “massas de trabalhadores” já havia sido há muito “feita”, talvez fosse mais honesto dizer “manipulada”, por alguns poucos órgãos de comunicação que pertenciam, como ainda hoje, a algumas poucas famílias. O que, vim a aprender mais tarde, alguns chamavam de monopólio da comunicação e da informação.

Então me tornei um militante por uma comunição livre, alternativa. À margem da chamada mídia de mercado ou das grandes corporações midiáticas. Eu era, mais uma vez, um marginal. Era novamente um gauche. 

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Disse-me um anjo torto, desses que vive nas sombras, numa espécie de maldição sublime: Vai, poeta, ser gauche na vida! [citação a CDA].

Aprendi então, já um pouco mais tarde, na maturidade, que só se consegue mudar o mundo por intermédio de ações políticas. Algumas das quais surgem em decorrência de louváveis iniciativas individuais, mas, sobretudo, como fruto de um processo coletivo ou de várias ações organizadas e discutidas por vários indivíduos com pensamentos diversos. 

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E assim resta confirmado quão imprescindíveis são os movimentos sociais, os sindicatos, os partidos políticos e os demais grupos de pressão na sociedade.

Hoje, já gozando a vida em sua plenitude, na maturidade, continuo, agora mais do que dantes, ingênuo e voluntarista. 

Apesar de todos os supostos “fracassos”, ainda sigo fiel à poesia, acreditando na força da palavra, das ideias e da cultura como ferramentas e instrumentos que podem propiciar uma boa formação cultural e política para as pessoas em geral. 

Acredito na comunicação como força motriz da transformação da sociedade.

Espero não malograr  – mais uma vez. 

Oxalá não fracassemos todos! 

Em prol da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e consciente de seus direitos e deveres. Menos ignorante, preconceituosa e obtusa; por conseguinte, menos violenta.

Oxalá não se apague em nós, sobretudo em nossos jovens, a chama da vontade e do entusiasmo de querer um mundo novo, melhor. 

Pois o mundo, cá entre nós utopistas, só muda se, por óbvio, tivermos a vontade e os meios consequentes para mudá-lo.

E como disse, repito, insisto: a ação política é o melhor caminho para fazê-lo. 

Fora esse caminho, poderemos encontrar atalhos mais “fáceis” que nos levarão à barbárie, ao vandalismo e a mais individualismo, intolerância e violência.

Assim, por esses descaminhos ou atalhos, nos perderemos e nos distanciaremos, cada vez mais, do que nos faz humanos, demasiadamente humanos: a arte, a política, a solidariedade, os direitos humanos. 

Enfim, o nosso intento civilizatório.

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