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Romerito Aquino

Jornalista

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Congresso entra na luta contra o fim do Fundo Amazônia e da floresta

Cientistas nacionais e internacionais preveem que se os desmates chegarem a 25%, a Amazônia começa a virar uma grande savana de forma irreversível. Esse desastre trará gravíssimos prejuízos econômicos e sociais ao Brasil

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O risco do Brasil perder R$ 1,5 bilhão doado pela Noruega e Alemanha para financiar as principais ações desenvolvidas pelo país para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia levou o Congresso Nacional a discutir a questão diretamente com os países doadores, que não aceitam a revisão que o governo Bolsonaro quer impor na administração do Fundo Amazônia, comandada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os deputados federais Nilto Tatto (PT-SP) e Airton Faleiro (PT-PA), representando outros 21 deputados e três senadores, entregaram uma carta aos embaixadores da Noruega e da Alemanha no Brasil, Nils Martin Gunning e Georg Witschel, defendendo o Fundo Amazônia e expressando “forte preocupação” diante da ameaça de extinção do fundo pela gestão Bolsonaro, que tem se interessado apenas pela expansão do agronegócio e da mineração à custa de mais desmates na região. 

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Segundo a carta dos deputados, o Fundo administrado pelo BNDES é essencial ao combate ao desmatamento na Amazônia, que simplesmente explodiu em junho passado, quando foram desmatados mais 92 mil hectares de árvores frondosas e centenárias, representando 88% da devastação ocorrida no mesmo mês do ano passado na maior, mais rica e mais bonita floresta tropical do planeta, considerada a maior riqueza do Brasil por ser essencial até para o equilíbrio climático do planeta.

Os congressistas afirmam na correspondência aos dois países que estão à disposição para contribuir com “a busca de soluções que assegurem que não haja ruptura e retrocessos nesta importante cooperação internacional no marco da ambiciosa e necessária agenda ambiental e climática global que todos queremos ver efetivada”.

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Na carta aos dois países, que desde a criação do Fundo, em 2008, aprovaram doações totais de R$ 3,4 bilhões, os parlamentares brasileiros afirmam que o fundo é essencial ao cumprimento de metas de redução da devastação da Amazônia, que já atingiu 20% da área da grande floresta e os cientistas nacionais e internacionais preveem que se os desmates chegarem a 25%, a Amazônia começa a virar uma grande savana de forma irreversível.

Esse desastre trará gravíssimos prejuízos econômicos e sociais ao Brasil, a começar do fim dos cursos de água atmosféricos (rios voadores) que saem da grande floresta para levar as chuvas para plantar e dar de beber a mais da metade da população brasileira presente no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com extensão do gigantesco desastre ambiental aos vizinhos Argentina, Uruguai e Paraguai.

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Os parlamentares também fazem menção ao cumprimento pelo Brasil do Acordo de Paris, compromisso internacional assumido pelo país para ajudar a reduzir o desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa que provocam o atual aquecimento global. Além, claro, do desequilíbrio climático que a devastação amazônica trará para todo o mundo.

“Também reafirmamos nosso forte propósito de defender incondicionalmente os compromissos brasileiros relativos ao Acordo de Paris. Sem dúvida, um instrumento fundamental para o cumprimento da retomada do controle dos desmatamentos ilegais, que infelizmente dão sinais de novo aumento expressivo de 88% (em junho de 2019) em relação ao ano passado, segundo dados oficiais do INPE”, diz o documento.

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Após ouvir os deputados e ler a carta, o embaixador norueguês expressou compromisso em buscar uma solução para a questão, mesmo sem expressar qualquer posição por parte de seu país. O site Expresso Amazônia divulgou semana passado dados do Fundo Amazônia que indicam que só o Acre, do sindicalista Chico Mendes, mártir da floresta amazônica, pode ficar sem quase R$ 160 milhões se os países doadores decidirem suspender o R$ 1,5 bilhão para combater o desmatamento e queimadas ao longo dos 87% de sua floresta de 16,5 milhões de hectares que ainda se encontram intactos.

www.expressoamazonia.com.br

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