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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

184 artigos

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Conluios e casuísmos

O resultado da sucessão de Trump sem dúvida será muito importante também para o Brasil e o resto do mundo, quiçá com uma retomada de uma visão mais globalista e multilateral das discussões sobre a humanidade

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Janio de Freitas acabou por se destacar e fazer muito bem o papel de ombudsman, portando a voz na crítica às posições que a Folha de S. Paulo tomou na ditadura e nunca as explicou ou reconheceu. Um passo para acabar de vez com essa ficção de jornalismo isento, pois ser plural não significa ser imparcial. Onírica proposta que sequer foi lá publicada, como previ, mas adoraria ser desmentido pelo jornal, o que nunca aconteceu.

O editor da Folha, Sérgio Dávila, até se esforçou para se justificar, porém não conseguiu se desculpar sobre o malfadado editorial que comparou o ogro com Dilma Rousseff. Ele usa espaço precioso de seu próprio jornal para atacar Janio de Freitas, o qual foi informalmente nomeado o novo ombudsman da Folha pelos leitores. Talvez o editor não possa demiti-lo e prefere repreendê-lo em público. Tal como a busca pela explicação do porquê Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michelle Bolsonaro, quanto mais mexe, mais mal cheiroso fica. Essa pergunta que aborrece o presidente é uma das pontas soltas de sua carreira deletéria ao interesse público da nação brasileira. Seria pitoresco o comportamento de Jair Bolsonaro, se não fosse criminoso. No entanto, enquanto a imprensa tratar crime como caso estranho, continuaremos com esses ataques ininterruptos à liberdade de expressão e à democracia.

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Passei a concordar menos com o que Hélio Schwartsman escreve, mas nunca deixei de lê-lo, muito menos de defender sua liberdade de expressão ou de qualquer outra pessoa. Porém, a ofensa bolsonarista em curso contra ele é mais do mesmo, refletindo o que o capitão terrorista sempre foi. A imprensa peca por não admitir tal fato, submissa à agenda neoliberal, esperando que “cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

Portanto, elementos para a imediata remoção do ogro que habita o Palácio do Planalto não faltam. Falta a coragem para revidar, não com uma “porrada”, mas com um bom e sonoro impeachment. Como isso envolve a política interna do Parlamento, outros fatores se revelam. À parte do justo questionamento sobre a pertinência de permitir reeleição incondicional aos presidentes daquelas Casas, a imprensa tem pecado em seus argumentos, pois a discussão sobre a reforma econômica – moeda de troca aí envolvida – também é um casuísmo por atender a interesses oportunistas em termos de seus pressupostos que preservam o capital e ferem o trabalho.

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Pode também ser casuísta o rápido afastamento de Wilson Witzel, mas já era esperado e até demorou. Ex-militar e ex-juiz, foi eleito na onda bolsonarista com falso discurso religioso e de austeridade, tal como o próprio presidente. Que a fila ande, pois há muito outros da mesma estirpe aguardando o cárcere, incluindo seu mentor político de outrora. Porém, o criminoso Dallagnol sai impune, depois de conseguir adiar seu julgamento no CNMP mais de 40 vezes! Com a suspeição de Moro no caso Banestado, está claro até para quem não quer ver o que foi engendrado para impedir a candidatura de Lula com a fabricação de crimes. Eis a canalhice da injustiça. O exemplo é emblemático para provar a arquitetação de um julgamento sem crime, apenas com powerpoint. Ele sai do comando da operação sem qualquer punição? Simples assim? O que mais esperar? O riso do procurador é a miséria da população. Suas ações comprovadamente criminosas de fabricar versões e convicções para condenar sem provas ficarão por isso mesmo. Explícito conluio de juiz com promotor. A podridão no Judiciário é reflexo dessa elite que nunca admitiu um governo de inclusão. Pior do que a justiça que tarda é a injustiça. A deusa Adicia triunfa.

Desloquemos a desassumida parcialidade daqui para as eleições norte-americanas. Ainda que de forma suave, a imprensa realça o fato de serem “dois candidatos, muitas diferenças”. Se fosse lógica, a escolha entre Joe Biden e Donald Trump não teria mistérios. Um trata a democracia com algumas imperfeições, é certo, mas o Republicano a maltrata desavergonhadamente. Tal qual em nossa eleição de 2018, são duas candidaturas opostas, mas a decisão do eleitor não segue necessariamente essa lógica, ainda mais influenciada pelas mentiras do lado mais sombrio, como foi aqui com o beneplácito da Justiça e da imprensa. O resultado da sucessão de Trump sem dúvida será muito importante também para o Brasil e o resto do mundo, quiçá com uma retomada de uma visão mais globalista e multilateral das discussões sobre a humanidade.

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