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Celso Raeder

Jornalista e publicitário, trabalhou no Última Hora e Jornal do Brasil, é sócio-diretor da WCriativa Marketing e Comunicação

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Corrupção se combate pelo exemplo

O combate à corrupção nunca esteve tão em moda no Brasil. São muitos os motivos que justificam o sentimento de impunidade, mas quero destacar um, que considero a mãe de todas as desconfianças: a seletividade

O combate à corrupção nunca esteve tão em moda no Brasil. São muitos os motivos que justificam o sentimento de impunidade, mas quero destacar um, que considero a mãe de todas as desconfianças: a seletividade (Foto: Celso Raeder)
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O combate à corrupção nunca esteve tão em moda no Brasil. Sim, eu digo moda, por que, de acordo com o Índice de Percepção da Corrupção, aferido pela Transparência Internacional, a população brasileira continua vendo o poder público como um dos mais corruptos do mundo. São muitos os motivos que justificam o sentimento de impunidade, mas quero destacar um, que considero a mãe de todas as desconfianças: a seletividade.

A pauta da corrupção há muito saiu da esfera do Direito Legal, e escorregou para o lamaçal da política. Não estou aqui fazendo juízo de valor quando às decisões do juiz Sérgio Moro, do trabalho realizado pelos rapazes que passaram no concurso para o Ministério Público Federal, e menos ainda para a inércia do Supremo Tribunal Federal, onde dormem os processos da casta beneficiada por foro privilegiado. Mas não há como negar que o aumento no índice de percepção da corrupção representa a negação da sociedade a tudo o que vem sendo praticado por estes colegiados.

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O deputado-presidiário Eduardo Cunha mobilizou seus pares para derrubar uma presidente eleita, sob a qual não pesa nenhum crime. O fato em si já seria mais do que suficiente para que o Supremo Tribunal Federal colocasse em pauta o julgamento do processo que restabeleceria não apenas o mandato de Dilma, mas, sobretudo, o Estado Democrático de Direito. Nesse contexto, Michel Temer se tornou presidente pela legitimação da omissão do Judiciário, que ainda foi blindado pelo Congresso Nacional para não responder por supostos crimes denunciados por Joesley Batista. Tudo gravado!

A sensação de impunidade também está marcada nesse entra-e-sai de corruptos da cadeia, ora preso por um juiz de primeira instância, ora libertado por um ministro que anda colecionando vaias em voos comerciais. Temos ainda, a corroborar com o sentimento de que a corrupção no Brasil está longe de acabar, o fato de que algumas legendas partidárias se transformaram em verdadeiros oásis de proteção aos bandidos de colarinho branco. O sujeito é denunciado, são encontrados milhões de dólares em contas na Suíça, mas o emplumado faz cara de paisagem, nega qualquer envolvimento com o crime praticado, e vida que segue até a prescrição do processo.

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O único caso rumoroso que mobiliza a imprensa oficial com pautas diárias é aquele que diz respeito ao ex-presidente Lula. O juiz Sérgio Moro, os desembargadores do TRF-4, que estranhamente atropelaram a fila de processos a serem julgados para antecipar e aumentar a condenação do dirigente petista, o Power Point do promotor Dellagnol, tudo isso contrastando com a ausência absoluta de provas concretas e inequívocas da prática de crime de corrupção passiva, conferem a Lula status de perseguido político.

Corrupção é uma deformidade moral da sociedade. É muito mais fácil combater o ato praticado do que alterar costumes. Enquanto o ato praticado só exige o flagrante e a punição, os costumes se modificam pelo exemplo. E o que não faltam são maus-exemplos, principalmente por parte daqueles que deveriam se comportar como reservas morais da sociedade.

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