Covid-19 mata um brasileiro (a) a cada minuto e 38 segundos. E vai piorar
"Apenas a sexta população do planeta, o Brasil é o primeiro país pelas mortes diárias pelo coronavírus," escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia



Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia
Na busca permanente pelo caos, Jair Bolsonaro tem feito o possível para atringir sua meta. No Brasil de hoje, o coronavírus produz uma morte a cada minuto e 38 segundos, fazendo do país o primeiro do mundo pelas mortes diárias.
Ainda pode piorar. No momento em que a pandemia avança em direção a seu pico no país, Bolsonaro toma uma nova iniciativa cujo resultado prático será enfraquecer a proteção das brasileiras e brasileiros.
Num país já traumatizado pelas mortes, pelo do luto, pelas imagens de funerais com retroesvacadeira e caixões lacrados, irá se enrolar na anti-corrupção.
Justo ele, o pai de Flávio Bolsonaro, compadre de Fabrício Queiroz. É o Covidão, deixou escapar a amiga Carla Zambelli, a mesma que há pouco tentava convencer Sérgio Moro a abrir mão do diretor-geral da Polícia Federal por uma cadeira no STF.
A mais recente iniciativa de Bolsonaro tem como alvo governos e prefeituras que insistem em adquirir equipamentos e insumos que podem salvar vidas.
Com muita ilusão, já aprendemos o fundamental sobre as campanhas contra corrupção. Os efeitos benignos são sempre benvindos mas andam devagar e muitas vezes são invisíveis.
Seis anos de Lava Jato arrebentaram a democracia e alimentaram um golpe de Estado que concluiu justamente na eleição de um candidato apoiado por milícias. Para completar, o principe encantado Sérgio Moro virou sapo. Roberto Jeferson, o grande delator do Mensalão tirou foto com fuzil-metralhadora para anunciar apoio a Bolsonaro.
Embora ele tenha feito o possível para inviabilizar as quarentenas -- última recurso depois do sucateamento da saúde pública -- cabe admitir que nem sempre foi bem sucedido.
Há dois meses as projeções diziam que até agosto iríamos lamentar um milhão de mortos no país. Mesmo com a sabotagem federal, o isolamento social ajudou a minimizar a tragédia. É possível que nos próximos meses do inverno acabe acumulando 125 000 vidas perdidas -- uma dor terrível para todos.
Incapaz de promover qualquer medida útil para salvar vidas -- mesmo a grotesca dança das cadeiras de três ministros em três meses só serviu para atrapalhar, o capitão-presidente não desiste.
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