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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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CPI põe Renan vice de Lula contra Bolsonaro em 2022

"O esforço extraordinário do presidente Bolsonaro em tentar barrar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) na relatoria da CPI do Genocídio é sintoma claro do medo e pavor de ver construção de dobradinha política Lula-Renan na disputa eleitoral em 2022", diz o colunista César Fonseca

Renan Calheiros e Lula (Foto: Divulgação)
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PT-MDB: medo e pavor no Planalto

O esforço extraordinário do presidente Bolsonaro em tentar barrar o senador Renan Calheiros(MDB-AL) na relatoria da CPI do Genocídio é sintoma claro do medo e pavor de ver construção de dobradinha política Lula-Renan na disputa eleitoral em 2022; primeiro, o titular do Planalto fez de tudo para que a indicação do parlamentar alagoano não rolasse, antes da instalação da CPI; não deu certo; a oposição, com maioria na Comissão, derrotou esforço bolsonarista de emplacar presidente dos trabalhos o senador cearense Eduardo Girão(Podemos); derrota fragorosa: 8 x3; em seguida, a deputada bolsonarista Carla Zambelli(PSL-SP) tentou obter liminar no TR-1 de primeira instância, no DF, para barrar Renan; argumentou que Renan é pai do governador de Alagoas, sem, portanto, dispor de isenção para a tarefa, já que os governadores também deverão ser convocados pela CPI para responder sobre repasses da União aos Estados para enfrentar a pandemia; também, fracassou essa tentativa contra o relator, não acatada pelo senador Omar Azis(MDB-AM), presidente da Comissão.

Tentativas infrutíferas

E, na quarta tentativa de barrar Renan, levando a demanda contra ele ao Supremo Tribunal Federal,  mediante argumentos de que responde processo na corte, pode dar com os burros nágua; os bolsonaristas se transformaram, com suas jogadas negacionistas, em persona non grata no STF; poderão bater em porta errada, mais uma vez, pois, afinal de contas, foi o juiz  Luís Roberto Barroso que acolheu pedido de dois senadores para instalar a CPI, depois de verificarem postura do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco(DEM-M), de jogar favoravelmente aos interesses do presidente da República, contrário à CPI da Covid 19; caíram, dessa forma, uma atrás da outra, tentativas anti-Renan articuladas pelos aliados do Planalto; o desespero bolsonarista ficou às claras, principalmente, depois do discurso considerado histórico de Renan, na abertura da CPI; as afirmações taxativas dele de que agirá com rigor nas investigações, baseadas, sobretudo, em fatos evidentes, confirmam os temores de que Bolsonaro estará, previamente, condenado por razões óbvias, candidato ao impeachment; a lista, distribuída pelo próprio Palácio do Planalto, de 23 motivos que incriminam o presidente na condução da anti-pólitica governamental para enfrentar a pandemia, mostrou ser, por si só, auto-acusativa; emerge, com eles, governo negligente, incompetente, desorganizado, desleixado, promotor de genocídio explícito, dados os resultados expressos em mais de 400 mil mortes na pandemia.

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Fator Lula em cena 

O contundente discurso de Renan, de afirmação da ciência, negligenciada por Bolsonaro, e de combate ao fundamentalismo anticientífico, ao qual o presidente se agarrou, deixa claro que serão cada vez mais bombásticas as declarações do relator, ancoradas por maioria de aliados no plenário; neste estarão em minoria a turma bolsonarista sem discurso consistente etc. Cresce a posição de Renan no contexto em que governadores e prefeitos, os quais são, institucionalmente, representados pelos senadores, irritam-se e reagem com energia diante da insuficiência da oferta de vacinas contra o coronavírus; o presidente se revelou incompetente, distante, propositadamente, da demanda maior da sociedade; piora tudo, agora, já que se sabe, por denúncia internacional do governo russo, de que o Brasil não está adquirindo a vacina Sputnik, porque encontra-se pressionado pelo governo Biden; o titular da Casa Branca, como, também, o seu antecessor, Trump, posicionam-se contra a compra, pelo governo brasileiro, do produto russo; a Anvisa, pressionada por Washington, descartou aprovação da Sputnik, com argumentos considerados pelos russos, inconsistentes; o governo americano não quer, na América do Sul, as vacinas russa e chinesas concorrentes das vacinas anglo-saxãs; a reação do chanceler Lavrov, da Rússia, aumentou a temperatura geopolítica internacional na guerra das vacinas; é nesse cenário cada vez  mais quente, politicamente, que desembarca, na próxima semana, em Brasília, o ex-presidente Lula, aliado de Renan, para encontro com o embaixador da Rússia; certamente, defenderá aprovação da Sputnik, fortalecendo demanda dos governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste; tende, por ai, consolidar aliança Lula-Renan-Governadores e Prefeitos em favor da liberação rápida da  Sputnik, tendo como panorama de fundo eleição presidencial do ano que vem.

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