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Criar alternativa ao capitalismo

Hoje, o desafio é aprimorar a democracia. Fazê-la avançar de meramente delegativa para a democracia participativa, na qual os cidadãos decidem o destino dos recursos do Estado através de sistemas de transparência da gestão desses recursos, o que é possibilitado pelas novas tecnologias

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 Não há falta de recursos no mundo, há falta de justiça e, sobretudo partilha. O PIB mundial – a soma dos bens e serviços produzidos em um ano – é de R$ 85 trilhões. Dividido este valor pela população mundial, daria para assegurar, a casa família de quatro pessoas, uma renda mensal de R$ 15 mil. Portanto, fica a pergunta: se produz com que objetivo? Atender as necessidades da população ou obter lucros?

  A desigualdade mundial é gritante. Apenas 1% da população detém mais riqueza que os 99% restantes. E 26 famílias acumulam uma fortuna igual à soma das riquezas de metade da população mundial, ou seja. 3,8 bilhões de pessoas. No Brasil, segundo o economista Ladislau Dowbor, seis famílias acumulam mais riquezas que 105 milhões de brasileiros que se encontram na base da pirâmide social.

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Hoje os paraísos fiscais guardam, em seus cofres, 20 trilhões de dólares provenientes de sonegação fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro. Isso equivale a 200 vezes aos 100 bilhões de dólares que, na Conferência de Paris, em 2015, se decidiu destinar às políticas ambientais.

 É preciso, pois, avançar para a democracia econômica. Não basta a democracia política na qual, em tese, todos participam da escolha de seus governantes.  Todos deveriam usufruir dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano. E uma renda básica universal teria que ser assegurada a cada família. Todas elas merecem ter acesso gratuito aos direitos humanos básicos, como alimentação saúde e educação. Engana-se quem pensa que isso representa custos. São investimentos que melhoram significativamente o nível de desenvolvimento da sociedade e a qualidade de vida da população.

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Hoje, o desafio é aprimorar a democracia. Fazê-la avançar de meramente delegativa para a democracia participativa, na qual os cidadãos decidem o destino dos recursos do Estado através de sistemas de transparência da gestão desses recursos, o que é possibilitado pelas novas tecnologias.

A tributação deveria recair sobre os fluxos financeiros de modo a conter o capital especulativo. O Brasil, desde 1995, isenta os mais ricos de pagarem impostos sobre lucros e dividendos, o que se constitui em uma gritante injustiça. Uma profunda reforma do sistema financeiro teria que resultar no estímulo a bancos públicos e comunitários, cooperativas de crédito e moedas virtuais.

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Seria preciso planejar o desenvolvimento local integrado, de modo que cada município possa cuidar do manejo sustentável dos recursos naturais, alcançando assim o equilíbrio econômico, social e ambiental.

 Estabelecer uma economia do conhecimento que, hoje, é o principal fator de produtividade. Toda a sociedade ter acesso aos avanços tecnológicos. É preciso rever as políticas de patentes, copyrights, royalties, para destravar o avanço. E democratizar os meios de comunicação, combater os oligopólios, tornar a sociedade bem informada.

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 Segundo Joseph Stiglitz, “nas últimas quatro décadas, a doutrina prevalecente nos EUA tem sido a de que as corporações devem potencializar os valores para seus acionistas — isto é, aumentar os lucros e os preços das ações — aqui e agora, não importa o que aconteça, sem se preocupar com as consequências para os trabalhadores, clientes, fornecedores e comunidades.”     

É esta lógica denunciada por Stiglitz que gera a desigualdade social e, em consequência, tudo aquilo que significa exclusão e sofrimento para a maioria da população mundial.

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