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Ricardo Cappelli

Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes

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Cruzar os braços também é movimento

"Na Segunda Guerra, estourou a Revolta de Varsóvia, um levante polonês contra a ocupação nazista. Os nacionalistas poloneses também eram anticomunistas. Apesar disto, eles contavam com o apoio do exército vermelho contra os alemães. Stalin decidiu cruzar os braços. Deixaria os dois se enfrentarem" . "Na guerra, todos os movimentos devem ser medidos. Cruzar os braços também pode ser um deles", completa, comparando o fato histórico com a conjuntura brasileira

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O Capitão nunca foi o candidato da “Aliança do Coliseu”, coalizão liderada pela Globo com setores antinacionais da burocracia estatal com o objetivo destruir a política e qualquer cheiro de projeto nacional de desenvolvimento.  O presidente foi um surfista da onda levantada pela Aliança. 

Quanto mais a “República de Curitiba” e o JN detonavam a política, mais o “outsider” fortalecia seu posicionamento de candidato anti-establishment pela direita.  Eleito, foi útil para o presidente colocar como seu auxiliar uma pessoa que gozava de prestígio popular superior ao seu. Para Moro, o ministério era a ponte para o STF ou mesmo para a sucessão.  

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A Aliança seguiu unida. Toda vez que o ministro se via em apuros, surgia uma entrevista especial no Fantástico para defendê-lo.  Quando Bolsonaro partiu para cima da Globo, circulou que a equipe de Moro era a fonte de vazamento do COAF sobre Flávio Bolsonaro, munição que alimentava a bateria da emissora contra o Capitão.   A grande mídia dizia que o governo possuía alguns pólos, formados por “ajuntamentos”. Na política como no amor, casamentos de conveniência são contratos sem juras de fidelidade.  

Os generais da reserva foram os primeiros a serem abatidos.   Olavo de Carvalho e Carlos Bolsonaro trataram da infantaria.  Quando as defesas já estavam deterioradas, o Capitão demitiu e fez chacota. Teve de tudo, até “general melancia”.  Há quanto tempo não se ouve uma palavra de Mourão?  O segundo pólo seguia liderado por Moro. Até que veio a Vaza Jato. O enfraquecimento do ex-juiz quebrou sua “sacralidade” e abriu uma oportunidade. Bolsonaro não deixou passar. 

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 O poder é cruel, não perdoa. Ao vestir em Moro, visivelmente constrangido, a camisa do Flamengo num estádio de futebol, o Capitão dizia com todas as letras: “amigo, agora você depende de mim, recolha-se ao seu lugar”. 

 Daí pra frente foi um show de sadismo. Desmoralizou o ministro decretando que o projeto dele no Congresso não era prioridade. Mandou-o fazer troca-troca com Ricardo Salles. Debochou da assinatura dele transformando-a em Lula Livre.  E seguiu em marcha batida. Retirou de Moro ou da tal “lista da corporação” qualquer influência sobre a indicação do próximo PGR. Extinguiu o COAF e removeu seus “ossos” da Justiça para o Banco Central. Fez do ministro “Rainha da Inglaterra” intervindo na PF e na Receita.  Dos três núcleos de poder que rondavam o Planalto, apenas Guedes continua vivo.  

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 Na ânsia de retomar a iniciativa, parte da esquerda resolveu se intrometer na briga. Pra defender quem? Corporações que operaram pela construção do arbítrio? Moro? A Globo?   Em agosto de 1944, durante a Segunda Guerra, estourou a Revolta de Varsóvia, um levante polonês contra a ocupação nazista. Os nacionalistas poloneses também eram anticomunistas.  Apesar disto, eles contavam com o apoio do exército vermelho contra os alemães.   A poucos metros da batalha, Stalin decidiu cruzar os braços. Deixaria os dois se enfrentarem. Mais tarde ocuparia a Polônia como um todo, enfrentando apenas o vitorioso já desgastado pela batalha anterior. Foi o que aconteceu.  Na guerra, todos os movimentos devem ser medidos. Cruzar os braços também pode ser um deles.

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