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Rolando Gomez Gonzalez

Encarregado de Negócios da República de Cuba

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Cuba em frente ao Covid-19

Cuba reporta até o dia 25 de abril, 1369 casos confirmados de COVID 19, 3461 internamentos de suspeitos, 54 mortos e 501 recuperados

Médicos cubanos (Foto: REUTERS/Daniele Mascolo)
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Cuba tem muitas fortalezas no enfrentamento à epidemia. Seu atendimento médico é universal e gratuito, contando com a maior proporção de médicos por habitantes, indicadores de saúde altamente positivos, uma alta expectativa de vida e muito baixa mortalidade infantil. Muitos de seus médicos se ofereceram como voluntários para enfrentar a pandemia em outras nações e se enviaram brigadas de médicos cubanos a 21 países para o enfrentamento da pandemia.  Temos uma população altamente educada, consciente e uma indústria de pesquisa médica e científica avançada, que inclui cinco laboratórios bem equipados e com pessoal preparado para realizar testes e estudos do vírus.  O país é muito experiente na luta contra desastres naturais que sistematicamente nos atingem com grande força destrutiva.  

Contudo, a COVID-19 apresenta grandes desafios para o país. Faltam recursos. Os efeitos da epidemia sobre fatores determinantes de nossa economia de serviços, como o turismo, provocam sérias carências, somadas às provocadas pelas sanções norte-americanas e o recrudescimento inédito do bloqueio dos EUA contra nosso país. Esse bloqueio afeta a aquisição de suprimentos, medicamentos e equipamentos, para o combate da epidemia, obstaculiza o acesso a financiamentos internacionais, e fundos de emergência, impactando nocivamente no comércio ordinário em momentos tão duros.  

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Desde que o COVID-19 chegou a Cuba, os médicos do país têm travado uma dura batalha para salvar vidas e conseguir que o menor número possível de pacientes passe ao estado grave. Foi dada prioridade desde o início à elaboração de um protocolo nacional de ação contra o COVID que foi sendo ajustado. Esse protocolo é baseado em adequadas experiências no país e internacionalmente, partindo do fato de que é uma doença cujo tratamento definitivo é desconhecido, pelo que o mundo tem utilizado vários esquemas terapêuticos. A primeira versão do protocolo foi estabelecida em 19 de fevereiro e já está estabelecida uma terceira, enriquecida com experiências de nossas próprias equipes de trabalho, e também com as trocas com os integrantes de nossas brigadas internacionais, em particular, as que estão na Itália e Andorra, quem já trataram um grande número de doentes. Neste combate diário, aprendemos a antecipar os tempos em que os sinais de agravamento podem aparecer.  

No caso dos pacientes assintomáticos, quem em algum momento puderem expressar sintomas, atuamos com imediatismo ante qualquer manifestação, para estabelecer a terapêutica como definida em cada momento, e inclusive adiantar os tratamentos para poder tratá-la.

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Tudo o que for feito na prevenção constitui uma das pedras angulares. Deve ser feita referência ao plano de enfrentamento, que está definido por etapas, as quais tiveram a flexibilidade suficiente para incorporar o necessário e favorável quanto à detecção de casos suspeitos, contatos e confirmados.

Assim, em Cuba foram incorporados níveis de vigilância cada vez mais estreitos, podendo delimitar a gravidade, ou o não ter expressão da doença no caso de alguns contatos, procurando sempre evitar que apareça uma forma grave.  

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Este sistema organizado é traduzido em assistência, prevenção, vigilância e atenção ao povo. Assim, aos poucos, incorporámos novos produtos a partir da experiência dos cientistas cubanos e retomámos outros. Isto dá-nos a possibilidade de validar em que momento os utilizar.  

O antibiótico tem seu momento de utilização, dependendo da evolução clínica do paciente e quando for necessário.  Não é um medicamento de primeira linha em nosso protocolo. Até agora, estão incluídos a cloroquina, a Kaletra e os antivirais, além da utilização se houver sinais de agravamento das heparinas de baixo peso molecular, fornecidas primeiro em doses profilácticas e depois terapêuticas, dependendo da evolução do doente.

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O Interferon ALFA 2B produzido em Cuba, é muito importante preventivamente. Muitos de nossos pacientes que agora têm uma evolução estável, utilizaram o interferon como estabelecido em nosso protocolo. Em contrapartida, para uma segunda etapa sugerem-se outros medicamentos, combinando as terapias.   

São adicionados ao tratamento, o CGIB 258 e os anti-inflamatórios esteroides, estes últimos empregados de maneira precoce. Além disso, anticorpos monoclonais como o Itolizumab para doentes graves, desenvolvido no Centro de Engenharia Molecular de Cuba e de vital importância na batalha do organismo contra a doença. Todos esses medicamentos foram validados pela OMS.

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Durante os ciclos de 14 dias em unidades intensivas, trabalha-se com rigor durante 24 horas.  "Esta tarefa foi assumida com extrema responsabilidade, humildade, modéstia e dando o melhor de cada um. Há uma equipe na UTI que atua diretamente com os pacientes e mais outra fora que revisa, esclarece dúvidas, avalia e sugere.  

Criamos uma comissão de especialistas, na qual se partilharam as informações com as equipes provinciais, e partindo daí cada território decidiu um conjunto de especialistas que interage permanentemente com um grande nível de trabalho e responsabilidade. As comissões de especialistas, os médicos do atendimento direto aos pacientes e as equipes nacionais, realizam trocas de experiências e debates coletivos durante as 24 horas do dia.

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Estamos utilizando o plasma ou soro dos pacientes recuperados para iniciarem terapia em pacientes que estejam graves ou com uma evolução não favorável.  Esse método faz parte do arsenal terapêutico existente em Cuba. Vários dos 285 pacientes recuperados doaram seu plasma para terapia aos graves, cumprindo todas as normas e o rigor que requer.  Aguardamos um tempo, e uma vez recuperado o paciente e verificado que o plasma está em condições de dar sua própria imunidade, o procedimento é realizado.

Temos um observatório permanente das experiências acumuladas por cada país, no manejo da doença e tomamos as melhores, submetendo-as à análise e à discussão coletiva.  

O uso de protocolos adequados, ações preventivas, a troca constante entre as equipes de trabalho e o uso da informação atualizada para otimizar os tratamentos permitiu que em Cuba o índice dos pacientes que passam à gravidade seja a metade da média mundial e que se tenham conseguido êxitos na recuperação de doentes graves e críticos.

Em Cuba, temos três princípios fundamentais no atendimento aos pacientes: se antecipar à doença, a abordagem certa dos antecedentes que têm o paciente e o tratamento mancomunado.

Os antivirais que usamos são Kaletra, usado em pacientes com HIV, o qual reduz a capacidade do vírus de se replicar. Outro antiviral é o Interferon Alfa-2B, " produzido em Cuba e muito procurado a nível internacional e, o terceiro é a cloroquina, que utilizamos por seu efeito imune-modulador.  Caso os pacientes entrarem na segunda etapa têm que tomar antibacterianos, cuja intensidade dependerá da gravidade, além dos medicamentos esteroides e produtos da biotecnologia cubana.  

Graças à aplicação dos protocolos, conseguimos a reversão de pacientes graves e críticos. Além disso, temos um grande número de pessoas internados com fatores de risco, como serem maiores de 80 anos, com diabetes, com hipertensão e asmas e nem sequer chegaram à categoria de graves.

No combate contra o Covid 19 em Cuba integram-se de maneira harmônica e consagrada, as instituições do Ministério da Saúde com seus respectivos níveis de atendimento primário, secundário e terciário, os institutos e centros científicos e de pesquisa biotecnológica, bem como os ministérios do Turismo, dos Transportes, do Interior, do comércio interno e praticamente todo o Governo e todas as organizações políticas e sociais do país.

Cuba leva em frente esse combate em condições excessivamente difíceis, pelo recrudescimento e manutenção do bloqueio comercial, econômico e financeiro dos EUA, ainda nestas terríveis circunstâncias, o qual denota sua crueldade e sua natureza genocida que tanto rechaço desperta em toda a comunidade internacional. Hoje é necessário combater o novo coronavírus com cooperação, solidariedade, sensibilidade humana, e não com medidas unilaterais e ameaças de guerra e bloqueios desumanos que devem cessar de imediato.

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