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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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Cuidado! Um bufão comanda o Império

O sociólogo e cientista político Emir Sader afirma que, "racionalmente ninguém levaria a sério os EUA, metido ainda no Afeganistão e no Iraque, além da Síria, se metendo a destruir a Coreia do Norte e a invadir a Venezuela, tudo ao mesmo tempo", mas que "é bom saber que um bufão está no comando do Império e tudo de ruim pode ocorrer a partir dali"; "A Venezuela não é aqui, mas pode vir a ser. Não porque um governo bolivariano se instale, mas porque uma loucura do governo Trump na Venezuela vai se alastrar ao Brasil. Agora mesmo, estivéssemos um governo minimamente digno, teria protestado pelas ameaças de intervenção militar direta dos EUA na Venezuela", critica o colunista

O sociólogo e cientista político Emir Sader afirma que, "racionalmente ninguém levaria a sério os EUA, metido ainda no Afeganistão e no Iraque, além da Síria, se metendo a destruir a Coreia do Norte e a invadir a Venezuela, tudo ao mesmo tempo", mas que "é bom saber que um bufão está no comando do Império e tudo de ruim pode ocorrer a partir dali"; "A Venezuela não é aqui, mas pode vir a ser. Não porque um governo bolivariano se instale, mas porque uma loucura do governo Trump na Venezuela vai se alastrar ao Brasil. Agora mesmo, estivéssemos um governo minimamente digno, teria protestado pelas ameaças de intervenção militar direta dos EUA na Venezuela", critica o colunista (Foto: Emir Sader)
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Os Estados Unidos sempre tiveram o temor de não conseguir manter duas guerras ao mesmo tempo. No embalo do consenso logrado para invadir e destruir o Afeganistão – bode expiatório dos atentados das Torres Gêmeas, para livrar de responsabilidades a Arábia Saudita, seu aliado carnal –, o governo norte-americano se lançou, esta vez só com a Grã- Bretanha, a invadir e destruir o país da mais antiga civilização do mundo – o Iraque.

Década e meia depois, ainda estão por lá. Não conseguiram sair de nenhum dos dois países, mesmo tendo os destruído (no Afeganistão, ao que parece, a única coisa que funciona é o Distritão).

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Agora, no intervalo de poucos dias, Donald Trump, que dirige a maior potência militar do mundo por Twitter, deu duas declarações bombásticas, bem ao seu estilo. Disse que a Coreia do Norte seria vítima do mais fenomenal ataque que o mundo já conheceu e, não contente com isso, de que encarava uma solução militar de invasão da Venezuela.

A agência Reuters disse que há uma comunicação direta, secreta, entre a Coreia do Norte e os EUA, uma espécie de telefone vermelho. O New York Times alinhou as razões pelas quais os EUA não se meteriam com a Venezuela: perda de lucros das empresas norte-mericanas de petróleo, custo caro de importar petróleo de outros países, além das reações que dariam mais apoio ao governo venezuelano.

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Mas Trump já brincou de apertar o botão da guerra, bombardeando a Síria e o Afeganistão, gostou e teve apoios dentro e fora do país, depois da operação de mídia de crueldades que o governo de Bashar Al Assad teria cometido, sem que fosse necessário nada disso para jogar no Afeganistão a maior bomba até agora atirado em algum lado.

Racionalmente ninguém levaria a sério os EUA, metido ainda no Afeganistão e no Iraque, além da Síria, se metendo a destruir a Coreia do Norte e a invadir a Venezuela, tudo ao mesmo tempo. Mas o fato de ser o presidente norte-americano com menor apoio nos primeiros seis meses do mandato, pode incitar a Trump a montar operações de mídia – como a que fez na Síria, exibindo-se escandalizado com crueldades cometidas por outros governos –, para justificar alguma operação que, acredita ele, possa elevar seu apoio interno e mostrar ao mundo que ainda está no comando da ordem no mundo.

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Depois das tantas barbaridades que Trump já cometeu e disse, já há setores que não duvidam que ele possa se meter numa aventura nuclear contra a Coreia do Norte. E que possa querer "dar uma lição" na Venezuela, aproveitando o clima favorável no continente, antes que possa mudar, por exemplo, com o retorno de um governo hostil no Brasil.

O certo é que um bufão, um boquirroto, está no comando do Império e tem o botão nuclear ao alcance de seu dedo e de seu Twitter. Essa é a contribuição dos EUA hoje ao restabelecimento da paz mundial. Solução que já não deu certo na Síria e nem conseguiu ser colocada em prática contra o Irã. A Rússia saiu fortalecida, como a grande adversária do chamado Estado Islâmico, e promotora de soluções que superem a crise na Síria. Deu tudo errado para os EUA por lá. Além de que a incomodidade das relações estreitas com a Arábia Saudita implicam e desgaste, por ser o país promotor de apoio ao Estado Islâmico, agente maior do terrorismo no Oriente Médio e até mesmo em outros lugares do mundo.

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A Venezuela não é aqui, mas pode vir a ser. Não porque um governo bolivariano se instale, espantalho que Macri usa para tentar evitar uma grande derrota nas eleições parlamentares na Argentina. Mas porque uma loucura do governo Trump na Venezuela vai se alastrar ao Brasil. Agora mesmo, estivéssemos um governo minimamente digno, teria protestado pelas ameaças de intervenção militar direta dos EUA na Venezuela. Até o conservador Vicente Fox, ex-presidente do México, protestou.

Uma loucura dessas de Trump na Coreia do Norte pode ter efeitos graves, com o país usando os armamentos que tem para causar o maior dano possível, pelo menos na Coreia do Sul, e o país – ou o que restar dele – se tornará mais um lugar ingovernável. Na Venezuela então, vai promover, de novo, um isolamento grave dos EUA na América Latina.

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Mesmo a OEA – o Ministério das Colônias dos EUA, segundo a expressão de Fidel Castro – vai ser incendiada, por uma dura resistência, por manifestações de apoio em muitos países do continente. E já não é nem mais certo que os norte-americanos ainda apoiem loucuras desse tipo, depois dos fracassos e dos desgastes no Afeganistão, no Iraque e na Síria.

Mas é bom saber que um bufão está no comando do Império e tudo de ruim pode ocorrer a partir dali. Inclusive uma crise final da hegemonia imperial norte-americana no mundo.

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