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Marconi Moura de Lima

Professor, escritor. Graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB) e Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Leciona no curso de Agroecologia na Universidade Estadual de Goiás (UEG), e teima discutir questões de um novo arranjo civilizatório brasileiro.

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Da corrupção de Bolsonaro, quem sai melado é o Exército

Ou as Forças Armadas desembarcam deste governo fútil, inútil, genocida e agora descaradamente corrupto, ou tudo que um dia representou o Exército (e as outras Forças) no imaginário preponderante da população terá sido tão somente um mito - solúvel como seu Chefe, o Presidente um dia inominável.

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Serão no mínimo uns 30 anos para o Exército Brasileiro apagar a mácula criada por seus homens dentro deste governo corrupto de Jair Bolsonaro.

Eu cresci sendo convencido por narrativas que vez e outra brotavam na tevê e diziam que uma das instituições a qual o povo brasileiro mais confiava era o Exército. Pois bem! Este Exército - incorruptível, necessário - nunca existiu de verdade. Entretanto, hoje, com a ganância unilateral de alguns de seus membros, o Exército está desmoralizado perante a população brasileira e seu imaginário - e cada dia se envergonha mais.

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Para colocar uma lápide na lenda urbana de que o pessoal do Exército não se envolve em corrupção, estas últimas semanas os escândalos aumentaram[1] sobremaneira nos ombros dos membros da caserna: a suspeita de está envolvido até o pescoço na cobrança de propina bilionária (vamos repetir: propina bilionária) um tenente-coronel das Forças Armadas. Trata-se de Marcelo Blanco, assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde (provavelmente, um mero laranja de poderosos da República).

Não bastasse a incompetência de outro largo escalão do Exército, o ex-ministro da Saúde, General Pazuello, que levou - indiscutivelmente - mais de 500 mil pessoas inocentes à morte por COVID-19, culpa da omissão e das ações inconsequentes deste militar inútil, agora a República mostra que os homens da caverna (digo: caserna) não gostam só de “boquinhas” e regalias fáceis que as Forças Armadas lhes oferecem; gostam de uma gorda propina. Pelo menos alguns que não honram a farda e melam-na com suas sujeiras particulares. 

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Supostamente, o desejo de receber dinheiro “paralelo” na compra de vacinas era tanto que o coronel que integrava Ministério da Saúde abriu empresa[2] de fachada às vésperas de um jantar com a empresa Davati Supplay - de medicamentos - durante as negociações para a aquisição dos imunizantes que deveriam proteger a população brasileira e fazer a nossa economia novamente girar.

Segundo informações do portal Poder 360, o lote de vacinas que seriam fornecidas era de 400 milhões de unidades. Como o pedido de propina era de 1 (um) dólar a mais por cada dose, isso renderia aos envolvidos US$ 400 milhões (perto de 2 bilhões de reais). A propina teria sido sugerida durante jantar em um restaurante de Brasília, em 25 de fevereiro. Não se sabe ainda quantos receberiam sua cota no esquema, mas que tinha gente do Exército nas negociações. 

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Citemos que parte das 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca chegou ao Brasil e precisará ser investigada se compôs este modelo de esquema mencionado.

É bom lembrar que o suposto crime do coronel Blanco (e outros a seu lado) tem um duplo grau de perversidade: 1) roubo escandaloso do dinheiro público (para os iludidos bolsonaristas, isso se chama COR-RUP-ÇÃO; ou quer que eu desenhe?); 2) roubo do único instrumento que pode, nestes tempos da pandemia cruel, prorrogar/salvar a vida das pessoas: a VACINA. Isto é, estes caras do Exército citados acima (e seus aliados) não apenas buscaram roubar o dinheiro, mas a ESPERANÇA de vida das pessoas[3], em sentido imediato (não filosófico).

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Em suma, ou as Forças Armadas desembarcam deste governo fútil, inútil, genocida e agora descaradamente corrupto, ou tudo que um dia representou o Exército (e as outras Forças) no imaginário preponderante da população terá sido tão somente um mito - solúvel como seu Chefe, o Presidente um dia inominável.

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[1] Lembremos que não é apenas de escândalos de corrupção direta que vive essa gente. Quem não se lembra de Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que foi indicado gerente executivo de marketing e comunicação do Banco do Brasil para receber um super salário digno de jogador de futebol que vai para a Europa? Ou das 80 mil cervejas e 700 toneladas de picanha que os militares compraram um dia desses para “alimentar” sua luxúria com dinheiro público?

[2] Segundo o portal Metrópoles, a empresa de Blanco, a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial LTA, que será representante comercial de medicamentos, foi aberta no dia 22/02/2021, em Brasília. Portanto, 3 dias antes da reunião com os representantes da empresa que acusa o pedido de propina.

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[3] Acreditar que Eduardo Pazuello, General ativo, não sabia o que o seu assessor de confiança estava fazendo (corrupção) é a mesma coisa que adulto pobre acreditar que Papai Noel existe e só não deixa o presente de Natal esperado porque não tem chaminé no seu barraco.

Outro militar do Exército, o Presidente Bolsonaro disse que não sabe tudo que acontece nos seus ministérios. É possível. Todavia, assim como as suas “rachadinhas” em 30 anos no Congresso Nacional, ninguém se iluda que parte desta propina chegaria (ou chegou) na Casa de Vidro de Brasília.

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