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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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De Duque de Caxias a Adriano da Nóbrega: Exército de milícias

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“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim" – foi o trecho final do discurso de Bolsonaro em 2016, favorável ao impeachment da Presidenta Dilma.  

Oriundo do exército brasileiro, Jair Bolsonaro foi indiciado por ter concedido entrevista à revista Veja, no ano de 1987, onde reivindicava melhoria do soldo, além de ter revelado um esquema batizado de ‘beco sem saída’, que teria como objetivo explodir bombas em banheiros da Vila Militar.  

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Bolsonaro também apresentou à Veja o desenho de um croqui mostrando a localização de uma bomba que seria detonada na Adutora do Guandu, que abastece de água o município do Rio de Janeiro.  

O caso foi parar no Superior Tribunal Militar, onde Bolsonaro foi absolvido com a tese de que a matéria era fraudulenta, as provas insuficientes, e os laudos periciais não possibilitavam comparações caligráficas do desenho, porque a matéria foi publicada em, pasmem, ‘letra de imprensa’.  

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Nos dias atuais, o comandante do exército, general Paulo Sérgio Nogueira, ouviu a defesa do general e ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, que transgrediu o regulamento e participou de ato político com o presidente Bolsonaro, o que indicaria uma punição disciplinar administrativa.  

Seguindo a jurisprudência corporativista militar, o comandante arquivou o procedimento administrativo contra Pazuello, que ficou livre da punição por transgressão disciplinar. Em sua defesa, Pazuello argumentou, pasmem, que “o ato não era político porque o presidente está sem partido”.  

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As Forças Armadas nunca cortaram na carne, fizeram do escravocrata Duque de Caxias, pacificador e patrono do exército brasileiro. Não puniram os militares que, em ação frustrada e atrapalhada, tentaram explodir duas bombas no Rio Centro no show de 1° de maio, em 1981.   

Perseguiram, torturaram e mataram estudantes, artistas, políticos, sindicalistas e profissionais da imprensa, que lutavam por liberdade em meio à uma ditadura perversa, cruel e sanguinolenta. Os militares que participaram dos crimes foram anistiados, absolvidos, alguns escreveram livros e tornaram-se heróis.  

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O caso do general Pazuello é emblemático e revela o suposto plano do presidente, um novo croqui, de tensionar as Forças Armadas para que os ‘times’ tirem par ou ímpar, vistam seus uniformes e tomem posição dentro de campo, caso decidam rasgar novamente a Constituição, com o apoio de uma fiel e já escalada milícia. Se Bolsonaro perder o jogo, pelo menos terá preparado seu vice para 2022.  

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