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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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De olho nos vizinhos

"Há importantes acontecimentos ocorrendo em pelo menos quatro de nossos vizinhos, e convém prestar atenção – e muita atenção", escreve Eric Nepomuceno

Gabriel Boric (Foto: Twitter/presidência chilena)
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Por Eric Nepomuceno, para o 247 

Há importantes acontecimentos ocorrendo em pelo menos quatro de nossos vizinhos, e convém prestar atenção – e muita atenção.

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Dia quatro de setembro o novo presidente chileno, Gabriel Boric, enfrenta um teste complexo: os eleitores irão decidir se aprovam ou não o texto da nova Constituição, que irá (se aprovada) substituir a de 1981, imposta em plena ditadura do sanguinário Augusto Pinochet.

Há uma coincidência de datas muito significativa: foi num quatro de setembro, o de 1970, que Salvador Allende se tornou o primeiro presidente de esquerda eleito no Chile.  

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Pesquisas de opinião indicam que é consistente a possibilidade de que o plebiscito referende ao texto da nova Constituição seja reprovado. Primeiro, pela intensíssima campanha contrária levada adiante pela direita, com ênfase no agronegócio e na mineiração. Segundo, pela pressão da esquerda, principalmente entre os mais jovens, para que Boric tivesse assumido iniciativas para eliminar parte substancial da tremenda herança negativa que recebeu.  

O pouco tempo em que Boric teve até agora tornou inviavel a adoção das medidas cobradas. E isso poderá ter um peso negativo no plebiscito.

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A nova Constituição, se aprobada, mudará de maneira radical o cenário chileno. Trata-se de um texto que vai da legalização do aborto à garantia de direitos sociais na saúde, educação, moradia, acesso à agua, além de uma radical reforma no sistema de aposentadoria, um dos mais injustos das nossas comarcas. E vai além: prevê uma série de medidas de proteção ambiental, com ênfase nos recursos minerais, e de direitos dos indígenas.  

Outro vizinho que merece atenção é o Peru. O presidente Pedro Castillo, eleito pela esquerda mas com posições bastante dúbias, vive encoberto por marés de denúncias de corrupção (quase todas disparadas pela direita) e graças a isso os índices de rejeição quando ele cumpre pouco mais de um ano de mandato explodiram.  

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Não são poucos os analistas políticos – e, com eles, os empresários e investidores – que apostam que Castillo seguirá o mesmo caminho trilhado por seus antecessores, Pedro Kuczynski e Martin Vizcarra, apeados da poltrona presidencial pelo Congresso coalhado de direitistas.

Com relação à Argentina, sobram motivos de preocupação. A decadencia econômica corroeu a imagem do presidente Alberto Fernández a ponto de transformá-lo em figura pouco mais que decorativa. E agora uma campanha absurda levada adiante por procuradores ataca, numa versão local da nossa Lava-Jato, e sem direito a defesa, a figura da mais que poderosa vice-presidente, Cristina Kirchner, aumentando ainda mais a tensão.

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Já de um quarto vizinho, a Colômbia, chegam noticias surpreendentes – e positivas. A principal delas foi a maneira ousada com que em menos de uma semana no cargo o novo presidente de esquerda, o exguerrilheiro Gustavo Petro, mudou toda a cúpula das Forças Armadas e da Polícia Nacional.  

Mandou para casa quem estava lá e nomeou oficiais de uma nova geração, que ficam subordinados ao ministro de Defesa, Ivan Velásquez, um conhecido defensor doa Direitos Humanos.

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