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Paulo Teixeira

Advogado e secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, deputado federal por São Paulo

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Deixe o ogro em casa

Num momento como este, de polarização e ânimos exaltados, sem que pese qualquer prova contra a presidenta Dilma, é preciso ter muito cuidado para não alimentar ondas de ódio e intolerância. A responsabilidade é de cada indivíduo, nas redes e nas ruas

Num momento como este, de polarização e ânimos exaltados, sem que pese qualquer prova contra a presidenta Dilma, é preciso ter muito cuidado para não alimentar ondas de ódio e intolerância. A responsabilidade é de cada indivíduo, nas redes e nas ruas (Foto: Paulo Teixeira)
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Estive na delegacia de Perdizes, em São Paulo, com os sociólogos Walquíria e Rubem Murilo Leão Rêgo, ambos professores da Unicamp, e sua filha Daniela.

Dias atrás, Daniela quase foi atropelada na garagem por um vizinho que ameaçou jogar o carro contra ela. A família conta que esse mesmo vizinho vem os agredindo com xingamentos, gestos obscenos e ameaças desde que viu um adesivo em apoio a Dilma Rousseff no carro do casal, ainda no ano passado.

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Ou seja: eles têm sido vítima de agressão por votarem no PT. Numa atitude exemplar, resolveram denunciar o agressor. Registraram um boletim de ocorrência e agora oficializaram uma representação para que o vizinho seja intimado criminalmente.

Houve no episódio não apenas crime de ódio e intolerância, mas ameaça à integridade física de Daniela, tipificada inclusive como dolo eventual, uma vez que o vizinho assumiu o risco de ferir e até matar a jovem ao avançar contra ela com o automóvel. Em momento adequado, a família poderá pedir reparação.

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Este caso, infelizmente, não é pontual. Não me refiro à bomba que lançaram contra o Instituto Lula ou aos diretórios do PT que foram apedrejados em diferentes cidades desde o início do ano. Sei de gente que vem sendo hostilizada e até agredida fisicamente em lugares que freqüentaram na época da campanha com uma camiseta da Dilma ou uma estrelinha do PT.

Num momento como este, de polarização e ânimos exaltados, sem que pese qualquer prova contra a presidenta Dilma, é preciso ter muito cuidado para não alimentar ondas de ódio e intolerância. A responsabilidade é de cada indivíduo, nas redes e nas ruas.

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O delegado que nos atendeu, Lupércio Dimov, lembrou que parte da mídia vem contribuindo nesse sentido, dando espaço privilegiado aos que pregam discursos extremistas de achincalhe ao PT e ao governo. Ele fez uma analogia com o futebol ao contar que, em Perdizes, um jogador do Corinthians foi agredido e expulso de um restaurante, com a conivência do proprietário, porque, segundo eles, ali “corintiano não entra”. 

Em seguida, um escrivão foi colher o depoimento da família e chamou o pai e a filha para narrar o episódio, dizendo que a mãe e as outras duas pessoas que nos acompanhavam esperassem do lado de fora porque ouviria apenas “as vítimas”.

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Ele agiu profissionalmente, eu sei, mas naquela hora não pude deixar de pensar que, numa ocorrência como esta, a vítima é toda a sociedade. Quando somos constrangidos em nossas atitudes, impedidos de sair de casa ou de exercer nosso direito à livre manifestação, então temos um problema gravíssimo a enfrentar.

Por isso sugiro estender ao âmbito da política a campanha “Deixe o ogro em casa”, que uma seguradora de veículos lançou numa referência à violência no trânsito. Tanto lá quanto aqui, todos nós ganhamos.

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