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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Delegado Turnowski, acusado de envolvimento com o bicho, está no monitoramento das FAs

'O delegado Allan Turnowski foi citado no estudo sobre a posição das Forças Armadas com relação ao golpe ameaçado por Bolsonaro', diz a colunista Denise Assis

Delegado bolsonarista Allan Turnowski (círculo, à esq.) (Foto: Agência Brasil)
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Por Denise Assis, para o 247

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, preso nesta sexta-feira, (09/09) sob suspeita de colaborar com contraventores do jogo do bicho e esteve à frente da instituição até março, (quando se desligou para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo PL), é um dos nomes citados no amplo estudo sobre o posicionamento das Forças Armadas e chefes de outras instituições com relação ao golpe que vem sendo ameaçado por Bolsonaro. O estudo, encomendado a uma consultoria, leva em conta o grau de apoio - ou repúdio - não só no questionamento ao processo eleitoral de 2 de outubro, como também sobre a possibilidade de apoiar Bolsonaro num eventual levante, caso saia derrotado no pleito. 

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No estudo, que analisa os comandos militares, os regionais e a posição dos chefes das Polícias Civil e Militar de todos os estados, Allan Turnowski aparece no contexto de como se posiciona o atual delegado-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro: “Delegado da Polícia Civil, Fernando Albuquerque - ainda que não seja uma evidência direta de adesão ao bolsonarismo, é aliado-chave de Allan Turnowski, que deixou o cargo em abril, em razão de sua candidatura para deputado federal. Turnowski apoia Bolsonaro abertamente e tem feito campanha com motes fortemente de esquerda”. 

O mapeamento pega também nomes de alguns políticos próximos ao presidente da República. De acordo com o documento, “a consultoria mapeou atores estaduais do Executivo, Legislativo, Judiciário, Forças de Segurança e do Ministério Público”.

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No Rio de Janeiro, o comando militar tem nível BAIXO de adesão e o comandante da Polícia Militar, Luiz Henrique Marinho Pires, aparece na avaliação com o seguinte posicionamento: “provavelmente não se engajará numa eventual contestação dos resultados das urnas. E, em entrevista recente, disse que não haveria policial protestando nas ruas no feriado”, conforme, de fato, não aconteceu.

Nesta sexta-feira, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG), e o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) enviaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma representação contra o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, após a informação, divulgada com exclusividade pelo 247, de que as Forças Armadas estão fazendo um levantamento sobre oficiais dispostos a aderir a um possível golpe se Jair Bolsonaro (PL) for derrotado em outubro. 

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"Trata-se de uma ação criminosa e antidemocrática, coordenada e executada na seara do Ministério da Defesa e dos Comandos das Forças Armadas, que já vem ocorrendo há algum tempo, com a produção de outros relatórios e dossiês típicos de regimes ditatoriais e totalitários, incompatíveis, à toda evidência, com a Carta Republicana vigente", disseram os parlamentares.

De acordo com investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, Turnowski é acusado de receber propina da contravenção. Outra acusação que pesa contra ele é a de estar envolvido em um plano de morte do bicheiro Rogério de Andrade. A Promotoria ainda não divulgou detalhes da denúncia, que corre sob sigilo. O delegado Allan Turnowski, 52 anos, tinha como principal mote de campanha "tolerância zero contra o crime".

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Formado em direito pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), o ex-secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro era uma das principais apostas para puxar votos como deputado federal pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro e do governador Cláudio Castro.

No dia 7 de setembro, ele participou do ato de campanha do presidente na praia de Copacabana, quando tirou fotos com Bolsonaro e com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e gravou um vídeo de campanha com Castro em cima do trio elétrico principal. "Governador, é isso que você quer e eu também quero", diz Turnowski no vídeo. "É tolerância zero, Allan Turnowski", responde Castro, totalmente à vontade, ao lado dele.

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Turnowski foi secretário da Polícia Civil da gestão Cláudio Castro (PL), mas deixou o cargo para se candidatar. Uma de suas bandeiras de campanha era a operação feita no Jacarezinho em maio de 2021, em que 27 pessoas foram mortas. O número de vítimas na favela foi incorporado ao número de candidatura do delegado.

Posicionamento dos chefes da Polícia Civil dos principais estados, apontado no estudo:

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São Paulo - Oswaldo Nico Gonçalves: Embora tenha perfil midiático, mantém distância da política e não fez declarações acerca das eleições de 2022 e do discurso antidemocrático de Bolsonaro. A consultoria não encontrou evidências que sugerissem seu posicionamento.

Rio de janeiro – Fernando Albuquerque: Ainda que não seja uma evidência direta de adesão ao bolsonarismo, Albuquerque é aliado-chave de Allan Turnowski, que deixou o cargo em abril em razão de sua candidatura para deputado federal. Turnowski apoia Bolsonaro abertamente e tem feito campanha com motes fortemente antiesquerda. 

Minas Gerais – Joaquim Francisco Neto e Silva: deu carona no helicóptero da Polícia Civil para deputada estadual bolsonarista Delegada Sheila, que usou as viagens para divulgar sua candidatura à reeleição em suas bases eleitorais. Em 2019, recebeu honraria do governo de Minas junto com Bolsonaro (e muitos outros). No ano passado, o TRE-MG entregou uma medalha de mérito eleitoral à Polícia Civil em agradecimento à longa parceria da com a Justiça Eleitoral mineira para garantir a segurança na realização de eleições. 

Espírito Santo - José Darcy Santos Arruda: A consultoria não identificou nenhuma evidência sobre o posicionamento de Arruda em relação às eleições e às ameaças antidemocráticas de Bolsonaro.

Rio Grande do Sul - Fábio Motta Lopes: A consultoria não identificou nenhuma evidência que sugerisse o posicionamento de Lopes em relação a Bolsonaro a às eleições de 2022.

Bahia - Heloísa Campos Brito: No dia 5/9 participou da abertura de um Seminário realizado pelo TRE/BA chamado “Direito Eleitoral e a Atuação dos Órgãos de Segurança -Polícia Civil”, para atualizar representantes da polícia civil sobre direito eleitoral. Participou de reunião entre TRE/BA e órgãos de segurança para planejamento das eleições. 

Amazonas - Ricardo Aparecido Leite: Tem mantido baixo perfil com relação a temas políticos. A consultoria não pôde identificar evidências significativas acerca do seu posicionamento com relação às ameaças antidemocráticas de Bolsonaro.

Mato Grosso do Sul - Roberto Gurgel: Em entrevista, comentou a orientação da Delegacia-Geral de Polícia Civil aos servidores de segurança pública de não manifestarem suas preferências político-eleitorais nas redes sociais, sobretudo em ano eleitoral. 

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