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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Democracia é Lula Livre e vice-versa

A democracia é uma conquista social superior a qualquer um que tenha se projetado em seu nome. Porém, há personagens históricos tão umbilicalmente associadas à causa, que é impossível dissociar uma coisa da outra. Não há exagero algum em entender que Lula e a democracia são parte de uma mesma luta

(Foto: Mídia Ninja)
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A democracia é uma conquista social superior a qualquer um que tenha se projetado em seu nome. Porém, há personagens históricos tão umbilicalmente associadas à causa, que é impossível dissociar uma coisa da outra. Não há exagero algum em entender que Lula e a democracia são parte de uma mesma luta. As conspiratórias conversas entre a 13ª Vara de Curitiba e a Força Tarefa da operação Lava Jato, reveladas pelos vazamentos da agência Intercept Brasil, não deixam dúvidas de que houve um deliberado conluio entre juízo e acusação para influir no processo democrático eleitoral. A prisão de Lula foi condição sine qua non para dar certo. Em abril de 2018, Lula já estava com quase 30% de intenção de votos. Mesmo preso, sua popularidade não parou de crescer e ele demonstrou sua envergadura política. De dentro de uma sela, onde está sequestrado como troféu, Lula levou Haddad a obter 41% dos votos. Se solto estivesse, mesmo que impedido de concorrer, teria andado pelo Brasil com o nosso candidato e desconstruído a mentira chamada Bolsonaro.

Ao defender a liberdade de Lula como um aspecto da afirmação democrática, não se está colocando-o acima, senão reconhecendo uma das maiores injustiças cometidas contra uma liderança na histórica deste País. Se Lula se chamasse Joaquim José da Silva Xavier a elite brasileira já o teria enforcado e esquartejado, sem dúvida. O ex-presidente não tem culpa de ter construído, ao longo de mais de 40 anos, uma projeção de líder político internacional. Não são apenas os seus correligionários que o consideram o maior presidente da história do Brasil, são líderes mundiais, como Barack Obama, por exemplo que disse: “esse é o cara”. Portanto, causa estupor a virulência de Ciro Gomes contra Lula, o PT e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A veleidade de Ciro se revelou em forma de xingamentos e levianas acusações sem provas.

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O pedetista acusa Lula de personalista e corrupto, precipitadamente, sem apresentar uma prova. Lula está no partido que ajudou a fundar, há quase quatro décadas. A partir dele constrói as pontes que o permitem se sentar com as mais e menos poderosas lideranças políticas do mundo. Lula se reúne com Obama com a mesma desenvoltura e respeito que quando o faz com um líder de algum país pequeno e pobre. Até o ano de 2018, Lula já havia recebido 35 títulos honoris causa, outorgado por diversas instituições do mundo. Ele os mereceu por conduzir o Brasil da 16ª para a 6ª economia do mundo, mesmo com a elite atrasada e truculenta que o Brasil tem, e pela sua luta contra a fome e pelo acesso digno de todos os seres humanos à produção de bens de consumo a partir dos recursos energéticos do mundo. Ciro Gomes surgiu no cenário político, pelo PDS, um partido de sustentação da ditadura militar. Desde então, passou pelos MDB, PSDB, PPS, PSB, Pros e, agora, PDT, talvez por não ter conseguido impor sua, digamos, personalidade.

Um rompimento político não requer, necessariamente, uma desavença. Ninguém é obrigado a se aliar a alguma causa. Porém, não é atacando, de forma vil, quem se considera ora aliado, ora adversário, que vai contribuir para construir uma ampla frente em defesa da democracia e pelo pleno funcionamento das instituições. Ciro ainda considera legítimo o resultado das eleições, depois das revelações da Vaza Jato. Aliás, o fato de Moro e de a equipe da Força Tarefa ainda se encontrarem em seus postos, é revelador do comprometimento dos conselhos nacionais da Justiça e do Ministério Público os envolvidos. Ciro não limitou a virulência de seus ataques a Lula, mas direcionou sua metralhadora de impropérios contra Haddad, chamando-o de fraude e de ladrão. São ataques inaceitáveis, inclusive para o que Ciro se diz pretender. Sua truculência revela sua desinformação. O pedetista não sabe que Haddad foi prefeito da 10ª maior cidade do planeta e foi considerado o melhor prefeito do mundo.

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O ex-prefeito alcançou o reconhecimento construindo, igualmente como Lula, pontes e não muros, como as pedras lançadas por Ciro têm construído. O PDT está sendo conduzido para um quadrante da política, de onde, possivelmente, terá de tomar uma decisão que pode ser capital para o fortalecimento da esquerda. Não é se aproximando programaticamente da direita que se fortalecerá o campo do socialismo. Há agendas inconciliáveis entre os donos dos meios de produção e a classe trabalhadora, como a democracia, por exemplo. No Brasil, os primeiros, como demonstra a história, toleram e lucram muito com ditaduras. Se Ciro Gomes não entende que o processo eleitoral e, portanto, a democracia, foi fraudado não está preparado defendê-la. Mas isso faz sentido quando se lembra que Ciro, quando estudante, defendeu anistia para torturadores.

Causam, também, estranheza os comentários do governador da Bahia e companheiro de partido, Rui Costa. E aqui não vai nenhum ataque ao seu legítimo direito de se lançar candidato à Presidência. Pelo contrário, vejo em Rui uma pessoa, assim como Haddad, absolutamente preparada para o cargo. Porém, acredito que o governador tenha feito uma avaliação precipitada quanto ao apoio a Ciro Gomes. Não há nenhuma garantia de que Ciro fosse para o segundo turno. E, ainda que fosse, teria enfrentado a mesma usina de mentiras produzidas e distribuídas pelo WhatsApp da campanha de Bolsonaro. O problema com Ciro é a instabilidade na aliança. Na primeira divergência, seriam ataques baixos, vis, abjetos e, pior, gratuitos. Portanto, companheiro Rui, a democracia é um valor caro demais para considerar que pessoas sem apresso por ela, com tendências ao totalitarismo possam operá-la. Diferente do companheiro, acredito que a luta pela liberdade de Lula é a mesma para reestabelecer a democracia usurpada, desde 2016.

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