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Henrique Fontana

Deputado federal pelo PT-RS

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Democracia em crise? Eleições Diretas

Em seis meses do governo ilegítimo de Temer a crise brasileira se aprofundou, deixou de ser conjuntural e passou a ser institucional. A gravidade da situação revela a emergência de uma nova pactuação democrática nacional, que convoque a sociedade e reintegre o cidadão ao processo político, promovendo soluções por dentro da democracia

Michel Temer (Foto: Henrique Fontana)
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Em seis meses do governo ilegítimo de Temer a crise brasileira se aprofundou, deixou de ser conjuntural e passou a ser institucional. A gravidade da situação revela a emergência de uma nova pactuação democrática nacional, que convoque a sociedade e reintegre o cidadão ao processo político, promovendo soluções por dentro da democracia. Infelizmente, hoje o país vive um verdadeiro “estado de suspeição democrática”, diante da instabilidade de instituições e poderes da República, seja pela parcialidade no tratamento de questões graves, seja pela incapacidade de responder a altura aos dilemas nacionais. O povo brasileiro, sem um governo estável e legítimo, convive com inseguranças de toda ordem, com a escalada da intolerância política, e com o medo da perda de direitos trabalhistas, previdenciários, sociais.

Nesse curto espaço de tempo, o presidente da Câmara dos Deputados foi afastado, cassado e preso; o presidente do Senado se tornou réu, foi afastado da presidência, e retornou 24 horas depois de forma suspeita; seis ministros do governo Temer saíram por suspeita de envolvimento em corrupção; as delações premiadas, recentemente homologadas, indicam o envolvimento de diversos outros ministros e também do presidente da república; ministros do STF se acusam publicamente enquanto os poderes Judiciário e Legislativo se enfrentam.

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A cobertura da grande mídia é parcial e tendenciosa; as operações que investigam casos de corrupção se dividem em ações positivas e ações direcionadas politicamente; movimentos protofascistas crescem por todo o país; as redes sociais estão completamente contaminadas pelo ódio e intolerância; o golpe contra a democracia, disfarçado de impeachment, manchou profundamente a imagem internacional do Brasil.

De outra parte, o evidente esgotamento do sistema eleitoral, sobrestado a espera de uma reforma política, sempre discutida, nunca realizada, impede a qualificação do sistema representativo a partir de uma Constituinte Exclusiva e favorece o aparecimento de soluções autoritárias. O cidadão se sente acuado e impotente. As instituições máximas da democracia e da República perdem credibilidade a cada dia.

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Na economia, o remédio amargo do ajuste fiscal contra os mais pobres, e da austeridade seletiva, sobre programas sociais e políticas públicas, fracassou. Aqui e no resto do mundo. Desde a posse de Temer o desemprego cresce aceleradamente, o PIB cai, o investimento público e privado está paralisando, o dólar e a inflação continuam acima da meta. O país do ajuste fiscal, ao gosto dos mercados financeiros internacionais, estagnou, e mais grave, começa a retroceder a partir de medidas antinacionais como a aprovação da lei do senador José Serra (PSDB) que entregou o Pré-sal para exploração privada internacional e revogou a política de conteúdo nacional.

A aprovação da PEC da desigualdade, que congela por 20 anos recursos de políticas essenciais (saúde, educação, assistência social, etc..), e de programas sociais (Bolsa Família); e a apresentação de projeto de reforma da previdência, que dentre outras medidas, exige 49 anos de contribuição para aposentadoria integral.

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Enquanto isso, partidos do governo na Câmara tentaram aprovar emenda para anistiar o crime de Caixa Dois eleitoral, com a intenção de proteger a base parlamentar e ministros envolvidos na Lava Jato e na delação da Odebrecht e outras grandes empreiteiras que praticaram graves atos de corrupção. Mais grave, o próprio presidente é suspeito, entre outras, de ter recebido R$ 11 milhões, segundo delações.

Qual a legitimidade que este governo, mergulhado em uma crise sem precedentes, tem para propor caminhos e soluções para o Brasil? O governo ilegítimo de Temer derrete com a má gestão, a leniência com a corrupção, o desmonte do Estado brasileiro, a retirada de políticas e direitos sociais, o agravamento do cenário econômico, a perda de apoio e a crescente rejeição presente em manifestações dos mais diversos matizes. A renúncia de Michel Temer é o melhor caminho para o Brasil, em nome do país e da restauração da democracia. A saída para crise brasileira requer novas eleições gerais, que promovam a repactuação da democracia e retirem o país de tamanha instabilidade política, social e institucional.

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Em um momento tão grave é preciso aprofundar a questão democrática e fazer imperar um valor absoluto inscrito na Constituição Federal em seu Art. 1º, Parágrafo único: “Todo o poder emana do povo”. Que retorne, portanto, ao povo brasileiro o poder soberano de eleger o principal mandatário da nação, garantindo legitimidade e estabilidade, mas sobretudo, democracia. Diretas Já!

Do Sul 21

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