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José Marcus de Castro Mattos

Poeta, psicanalista

32 artigos

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Democracia Ocupativa versus Democracia Representativa

O Campo da Representação – inclua-se aí o espectro político em geral (a Direita e suas variações, a Esquerda e suas variações, o Centro e suas variações, etc) – olha para a Democracia Ocupativa assim como um peixe no interior de seu aquário olha para uma maçã... lá fora..., ao vento..., sem entender coisa alguma

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Talvez seja possível sustentar o seguinte:

01) A Democracia Ocupativa coloca em xeque o Campo da Representação, buscando superá-lo na prática social através da Multidão.

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02) Ato contínuo, coloca também em xeque as formas histórico-políticas (modernas) típicas de tal campo, quais sejam, a República e a Democracia Representativa.

03) Ao colocar em xeque essas formas a Democracia Ocupativa desarma o Capital dos instrumentos nos e pelos quais ele estrutura e agencia o consenso/consentimento sobre a dominação econômica, política e cultural burguesa.

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04) Finalmente, o horizonte político aberto pela Democracia Ocupativa configura-se como Democracia Direta (horizontal, assembleística, coletivista, popular).

Entretanto, em termos lógico-estruturais, como surge a Democracia Ocupativa?

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Ora, ele é a consequência inesperada de um fenômeno decisivo para a reprodução e a manutenção ampliadas do próprio Capital, qual seja, daquilo que DANY-ROBERT DUFOUR (*1947) denomina por 'dessimbolização' (Cf. DUFOUR, D-R. A arte de reduzir as cabeças: sobre a nova servidão na sociedade ultraliberal. Rio de Janeiro: Editora Companhia de Freud, 2005).

De fato, a objetificação e a mercantilização de tudo e todos exige a dessimbolização das subjetividades, sociedades e culturas, de modo que a extração da Mais-valia (Mehrwert, nos termos de Marx), a acumulação de Capital e a circulação de mercadorias ocorram globalmente sem quaisquer entraves de ordem simbólica.

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Digamos portanto que, – atenção: nos e por atos materiais, concretos, práticos e multitudinários –, a Democracia Ocupativa assume esta dessimbolização e a vira contra o Capital, levando de roldão as formas histórico-políticas que até então postavam-se como pedras angulares do Capital ele mesmo, quais sejam, a República, a Democracia Representativa, o Indivíduo, a Liberdade, etc.

(Tudo se passa como se a Democracia Ocupativa conduzisse o Capital às suas últimas consequências, mostrando-lhe – in vivo e pelo avesso, por assim dizer – que a dessimbolização é uma conta impagável.)

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De outra parte, ressalte-se que a Democracia Ocupativa nasce nos braços daquele agenciamento absolutamente indispensável para a instalação planetarizada do Capital e de tudo o que daí decorre, qual seja, ela emerge da subsunção da Ciência à Tecnologia: paradoxalmente, a virtualidade computacional e o estabelecimento das ditas redes sociais são essenciais para que o mote 'OCUPA GERAL!' ganhe corpo/corpos, desça às ruas e tome posse presencialmente dos espaços antes abertos apenas para a bem-comportada e politicamente previsível mise-en-scène representacional.

Naturalmente, o Campo da Representação – inclua-se aí o espectro político em geral (a Direita e suas variações, a Esquerda e suas variações, o Centro e suas variações, etc) – olha para a Democracia Ocupativa assim como um peixe no interior de seu aquário olha para uma maçã... lá fora..., ao vento..., sem entender coisa alguma.

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